Citomegalovírus: o que é?

2 de fevereiro de 2023
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O citomegalovírus (CMV) pertence à família do Herpesvírus e cerca de 60 a 90% dos adultos terão uma infecção por ele em algum momento da vida.


Na maioria dos casos, o CMV permanece no corpo sem causar nenhum sintoma. No entanto, caso tenhamos alguma queda da imunidade, ele poderá se manifestar.


Além disso, o vírus pode ser perigoso para pacientes imunossuprimidos, causando doenças graves nos olhos, cérebro, pulmão ou outros órgãos internos.


Em mulheres grávidas, a infecção também será um ponto de atenção, já que pode causar uma série de complicações na evolução da gestação, bem como danos ao feto.


Sua transmissão pode ser sexual ou não. As secreções contaminadas, como saliva, sangue, muco vaginal, sêmen, fezes e leite materno são as principais vias de infecção.


Além disso, caso a gestante seja infectada, poderá passar o vírus para o feto durante a gravidez ou o parto.


Quais os sintomas da infecção pelo citomegalovírus?


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Na maioria dos casos, as pessoas infectadas pelo citomegalovírus são assintomáticas.


Quando apresentam sintomas, são muito similares àqueles causados pelo vírus Epstein-Barr (VEB), apesar do VEB causar dor de garganta com placas e o citomegalovírus não.


Então, podemos citar como principais incômodos da infecção pelo CMV:


  • Mal-estar;
  • Febre;
  • Fadiga;
  • Aumento do fígado e do baço.


Já em pacientes imunossuprimidos, como aqueles com AIDS, o citomegalovírus pode causar doenças sérias ou até a morte. As principais complicações são:


  • Retinite, que pode levar à cegueira;
  • Infecção do cérebro;
  • Pneumonia;
  • Ulcerações dolorosas no intestino ou esôfago;
  • Úlceras genitais, que podem ocorrer na vulva, virilha, nádegas, períneo ou ânus.


Quais os perigos da infecção pelo CMV na gestação
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A infecção pelo citomegalovírus na gestação pode trazer muitas complicações, por exemplo, o aborto espontâneo, natimorto ou morte do recém-nascido.


Além disso, os recém-nascidos infectados podem sofrer com anemia, danos no fígado e cérebro. Já aqueles que sobrevivem podem ter perda da audição, alteração na visão e incapacidade intelectual.


Por isso, é fundamental seguir as orientações médicas no pré-natal para prevenir a infecção.


Como será o diagnóstico?


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Ao suspeitar da infecção pelo CMV, devemos realizar exames para detectar o vírus nos líquidos ou tecidos do corpo.


Normalmente, podemos identificar a presença de anticorpos IgG nos exames de sangue ou urina. Quando a paciente possui anticorpos para o vírus, significa que já teve contato com ele, ou seja, possui o microrganismo armazenado no organismo mas também anticorpos protetores contra ele.


Isso não quer dizer que ela esteja com a doença naquele momento e também não quer dizer que está transmitindo.


Já nos recém-nascidos, o diagnóstico é feito através da coleta e análise da urina.


Como é o tratamento para o citomegalovírus?


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Este é um vírus que não conseguimos eliminar do corpo, ou seja, o tratamento foca no controle dos sintomas que ele causa.


Quando a paciente possui sintomas amenos, o próprio organismo costuma reagir e abrandá-los.  


Já em casos mais sérios, devemos adotar medidas com base nos sintomas, bem como indicar o uso de medicamentos para fortalecer o sistema imunológico.


Se a paciente apresentar retinites graves ou outras condições que afetem sua vida, indicaremos o uso de antivirais por via oral ou venosa, o que atrasa a progressão da doença.


Ressaltamos que estes medicamentos podem trazer sérios efeitos colaterais para o sangue e os rins e, por isso, devemos utilizá-los com cautela e sob supervisão médica.


Para as gestantes que adquirem a infecção durante a gravidez há a possibilidade também de usar anti virais para evitar a infecção do feto, mas este ainda é um tratamento considerado experimental.



Como pudemos observar, a infecção pelo citomegalovírus é bastante corriqueira e não ocorre exclusivamente pelas relações sexuais. 


Então, além do uso de preservativos, não utilizar copos, xícaras e talheres sem a certeza de que estejam bem lavados é fundamental.

Gestantes devem ter ainda mais cautela, dada a periculosidade do vírus para o feto ou recém-nascido.


Caso você suspeite que esteja com a infecção ou tenha dúvidas sobre o assunto, procure uma Ginecologista para te auxiliar!


Dra Juliana Ribeiro - Ginecologista em São Paulo

Dra. Juliana Ribeiro

Ginecologia, Obstetrícia e Saúde Feminina


Ginecologista e Obstetra de formação, eu acredito que informação é a maior forma de poder que podemos ter. Como médica, tenho a missão de trazer a vocês o maior número de informações possíveis, a fim de poder ajudá-las a participar ativamente do cuidado da sua saúde.


Acredito que a prevenção é a melhor escolha sempre e que o engajamento da paciente no tratamento é a melhor forma de ele dar certo.

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