Hiperplasia endometrial: diagnóstico e tratamento

14 de outubro de 2025
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A hiperplasia endometrial é uma condição que merece atenção, especialmente em mulheres que apresentam sangramento uterino anormal ou estão na fase da perimenopausa e menopausa.

Caracterizada pelo espessamento do revestimento interno do útero, essa alteração pode estar associada a desequilíbrios hormonais e, em alguns casos, evoluir para lesões pré-malignas.


Por isso, compreender como é feito o diagnóstico e quais são as opções de tratamento é fundamental para garantir a saúde do útero e prevenir complicações futuras.


Continue a ler esse artigo e saiba como identificar a hiperplasia endometrial!


O que é hiperplasia endometrial e por que ela acontece?


A hiperplasia endometrial é uma condição caracterizada pelo espessamento anormal do endométrio, que é o tecido que reveste internamente o útero e que se renova a cada ciclo menstrual.


Esse crescimento excessivo ocorre, na maioria dos casos, como resultado de um desequilíbrio hormonal, especialmente quando há um estímulo prolongado pelo estrogênio sem a devida contraposição pela progesterona.


Isso pode acontecer, por exemplo, em mulheres com ciclos anovulatórios (sem ovulação), na perimenopausa, na obesidade ou naquelas que fazem uso de estrogênio sem associação com progesterona.


De acordo com a Federação Brasileira das Associações de Ginecologia e Obstetrícia (FEBRASGO), esse excesso de estrogênio estimula as células do endométrio a se multiplicarem, o que pode levar à formação de lesões benignas.


Além disso, em alguns casos, o quadro pode evoluir para alterações pré-malignas, especialmente quando a hiperplasia apresenta atipias celulares.


Portanto, o acompanhamento médico é essencial para avaliação do tipo de hiperplasia e na prevenção de complicações mais graves, como o câncer de endométrio.


Quais são os tipos de hiperplasia endometrial?


Classificamos a hiperplasia endometrial de acordo com as alterações celulares observadas ao microscópio.


Essa classificação é fundamental para definir o risco de evolução para câncer e orientar o tratamento.


Assim, os principais tipos de hiperplasia endometrial são:


Hiperplasia simples sem atipia


Caracteriza-se por um aumento na quantidade de glândulas endometriais, mas com organização preservada e sem alterações celulares anormais.


Tem baixo risco de progressão para câncer.


Hiperplasia complexa sem atipia


Apresenta maior densidade e desorganização das glândulas, mas ainda sem alterações celulares atípicas.


O risco de evolução para câncer ainda é considerado baixo, mas maior do que na forma simples.


Hiperplasia simples com atipia


Além do aumento das glândulas, há presença de alterações atípicas nas células.


É uma forma rara, mas com risco aumentado de progressão para câncer de endométrio.


Hiperplasia complexa com atipia


É o tipo mais preocupante.


Envolve alterações celulares importantes (atipias) e maior desorganização estrutural.


Tem risco de evolução para câncer e geralmente exige tratamento mais agressivo.


Quais são os principais sintomas da hiperplasia endometrial?


Embora alguns casos de hiperplasia endometrial sejam assintomáticos, a maioria das mulheres apresenta sinais que merecem atenção, principalmente quando ocorrem fora do ciclo esperado.


Confira abaixo:



  • Sangramento uterino anormal, especialmente fora do período menstrual;
  • Menstruação muito intensa ou que dura mais do que o habitual;
  • Sangramento após a menopausa, o que é sempre um sinal de alerta;
  • Ciclos menstruais irregulares ou ausência de ovulação.


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Como realizamos o diagnóstico dessa condição? Quais exames são necessários?


O processo diagnóstico geralmente começa com a investigação de sintomas como sangramento uterino anormal ou sangramento na pós-menopausa.



O primeiro exame que solicitamos é o ultrassom transvaginal, que permite medir a espessura do endométrio e identificar possíveis alterações estruturais.


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Se o endométrio estiver espessado ou se houver outras suspeitas clínicas, indicamos a coleta de amostra do tecido endometrial.


Isso pode ser feito por biópsia ambulatorial, como com o uso da cânula de Pipelle, por curetagem uterina ou por histeroscopia com biópsia dirigida.


Para entender melhor como funciona a histeroscopia diagnóstica, acesse esse artigo em nosso blog!


A análise microscópica do material coletado é essencial para identificar o tipo de hiperplasia e verificar se há presença de atipias celulares, o que define o risco de progressão para câncer e orienta o tratamento.


É importante destacar que não temos uma padronização de espessura endometrial normal ao ultrassom em mulheres que menstruam.


Esta definição somente é disponível para mulheres que já pararam de menstruar, ou seja, que entraram na menopausa. 


Quais são as opções de tratamento da hiperplasia endometrial?


O tratamento da hiperplasia endometrial depende do tipo identificado na biópsia (com ou sem atipia), da idade da paciente, do desejo reprodutivo e da presença de outros fatores de risco, como menopausa ou obesidade.


Geralmente, tratamos casos de hiperplasia sem atipia com terapia hormonal, especialmente com o uso de progestagênios.



Podemos administrá-los por via oral, injetável ou por meio de dispositivos intrauterinos (como o DIU hormonal).


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Esses medicamentos ajudam a reverter o espessamento do endométrio e a controlar os sintomas.


A realização de avaliação endometrial por histeroscopia com biópsias seriadas do endométrio é fundamental nestes casos de tratamento conservador.


Já nos casos de hiperplasia com atipia, que apresentam maior risco de evolução para câncer de endométrio, o tratamento pode ser mais rigoroso.


Em mulheres que não desejam mais engravidar ou que já estão na menopausa, costumamos recomendar a histerectomia, cirurgia para retirada do útero.


Já para mulheres jovens que ainda desejam preservar a fertilidade, pode-se tentar o tratamento hormonal sob vigilância rigorosa, com acompanhamento frequente por biópsias e exames de imagem.


Ademais, o controle do peso, o tratamento de possíveis condições associadas, como síndrome dos ovários policísticos, e a suspensão do uso isolado de estrogênio também fazem parte da estratégia terapêutica.


Quais são os riscos de não tratar a hiperplasia endometrial?


Não tratar a hiperplasia endometrial pode trazer muitos riscos à saúde da mulher, principalmente quando a condição envolve atipias celulares.


A ausência de tratamento adequado pode levar à progressão do quadro para um câncer de endométrio, principalmente nos casos de hiperplasia complexa com atipia.


Mesmo as formas sem atipia, se persistirem por longos períodos, podem favorecer alterações celulares que aumentam esse risco.


Além disso, o sangramento uterino anormal, comum nesses casos, pode causar anemia, prejudicar a qualidade de vida e dificultar o diagnóstico de outras condições ginecológicas.



Por isso, manter consultas regulares com a ginecologista é fundamental para identificar precocemente alterações no corpo e iniciar o tratamento adequado o quanto antes.


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Estar atenta a mudanças no ciclo menstrual, sangramentos fora do período esperado ou após a menopausa também é essencial.


Lembramos que o acompanhamento com a ginecologista permite avaliar corretamente cada caso e evitar complicações futuras.



Cuide da sua saúde íntima com atenção e responsabilidade.


Agende sua consulta com a especialista em saúde da mulher e mantenha seus exames em dia!


Dra Juliana Ribeiro - Ginecologista em São Paulo

Dra. Juliana Ribeiro

Ginecologia, Obstetrícia e Saúde Feminina


Ginecologista e Obstetra de formação, eu acredito que informação é a maior forma de poder que podemos ter. Como médica, tenho a missão de trazer a vocês o maior número de informações possíveis, a fim de poder ajudá-las a participar ativamente do cuidado da sua saúde.


Acredito que a prevenção é a melhor escolha sempre e que o engajamento da paciente no tratamento é a melhor forma de ele dar certo.

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