Entenda o resultado do Papanicolau

28 de outubro de 2025
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Quer saber o que o resultado do Papanicolau indica?

O exame de Papanicolau é um dos principais aliados na prevenção do câncer do colo do útero.


A partir dele, podemos identificar precocemente alterações nas células dessa região antes mesmo de surgirem sintomas.


Apesar de ser um procedimento simples e rápido, muitas mulheres ficam em dúvida quando recebem o resultado e não sabem exatamente o que ele significa.


Entender o laudo é fundamental para saber quando tudo está dentro da normalidade, quando existe apenas uma alteração leve ou quando é necessário realizar exames complementares.


Continue a ler esse artigo e entenda como manter a saúde em dia e garantir tranquilidade no cuidado ginecológico.


O que é o exame Papanicolau e qual a sua importância para a saúde da mulher?


O exame Papanicolau, também conhecido como exame citopatológico do colo do útero, é um dos principais métodos de prevenção do câncer de colo uterino.


Ele é realizado a partir da coleta de células da região do colo do útero, que são analisadas em laboratório para identificar possíveis alterações.


Além de detectar precocemente lesões que podem evoluir para o câncer, o exame também pode apontar a presença de infecções ou inflamações locais.


Sua importância está no fato de que o câncer de colo de útero, quando diagnosticado em estágios iniciais, tem altas chances de cura, e o Papanicolau é uma ferramenta simples, rápida e acessível que permite esse rastreamento.


Como realizamos o exame do Papanicolau?


O exame de Papanicolau é feito durante a consulta ginecológica.


A paciente deita-se na maca em posição ginecológica e utilizamos um instrumento chamado espéculo para visualizar o colo do útero.


Assim, com uma escovinha e uma pequena espátula, coletamos células da superfície do colo e do canal endocervical.


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Por fim, colocamos o material em uma lâmina ou em frasco com solução própria e enviamos ao laboratório para análise microscópica.






















Dessa forma, será avaliada a presença de alterações celulares, inflamações, infecções ou lesões que possam indicar risco para o desenvolvimento do câncer de colo do útero.


O exame dói? Como me preparar para realizá-lo? 


O exame de Papanicolau geralmente não causa dor, mas pode provocar um leve desconforto no momento da introdução do espéculo, que é o instrumento usado para visualizar o colo do útero, ou durante a coleta das células.


A sensação varia de mulher para mulher, sendo que a maioria relata apenas incômodo passageiro.


Para se preparar, é importante evitar relações sexuais, uso de duchas vaginais, cremes ou medicamentos intravaginais nas 48 horas que antecedem o exame.


Esses fatores podem interferir na coleta e prejudicar o resultado.


Também recomendamos que o exame não seja realizado durante o período menstrual, já que a presença de sangue pode dificultar a análise das células.


Seguindo essas orientações simples, a coleta tende a ser rápida e tranquila, contribuindo para a prevenção e o cuidado com a saúde da mulher.


Como interpretar o resultado do Papanicolau?


Os resultados do exame de Papanicolau podem trazer diferentes interpretações e conhecer o que cada um significa ajuda a reduzir a ansiedade e a entender a importância do acompanhamento.


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A escala clássica de Papanicolau, dividida em classes de I a V, foi durante muito tempo o método utilizado para descrever a gravidade das alterações celulares observadas no exame.


Embora ainda seja mencionada, hoje ela foi substituída por uma classificação mais moderna e detalhada, que utiliza termos como “Negativo para câncer”, lesões de baixo grau (ASC-US, LSIL) e lesões de alto grau (ASC-H, HSIL). 


Essa nova nomenclatura facilita a compreensão dos resultados, indicando se há ausência de células anormais, presença de alterações benignas ou sinais de lesões pré-cancerosas.


Na classificação clássica do Papanicolau, as alterações eram descritas da seguinte forma:


Classe I: Ausência de células anormais;

Classe II: Alterações celulares benignas, geralmente relacionadas a inflamações;

Classe III: Presença de células anormais, incluindo graus de neoplasia intraepitelial cervical (NIC I, II e III);

Classe IV: Citologia sugestiva de malignidade, com células que se assemelham às cancerígenas;

Classe V: Citologia fortemente indicativa de câncer do colo do útero.


Atualmente, os resultados trazem as seguintes informações:


Resultado normal


Indica que as células coletadas do colo do útero não apresentam alterações, estando dentro do padrão esperado.


Esse é um sinal de boa saúde ginecológica, mas não significa que a mulher deva interromper o rastreamento.


A recomendação é continuar fazendo o exame regularmente, pois ele é essencial para a detecção precoce de alterações futuras.


Inflamação


Mostra que há presença de processo inflamatório na região, que pode estar relacionado a infecções vaginais comuns, como candidíase, vaginose bacteriana ou até mesmo irritações causadas por fatores externos.


Isso inclui o uso de absorventes, duchas íntimas ou roupas muito apertadas.


Na maioria das vezes, essas situações não precisam de tratamento ou são tratáveis com medicamentos simples e não oferecem risco maior quando acompanhadas.


Alterações benignas


Referem-se a modificações celulares sem ligação com câncer, geralmente associadas a processos de reparo natural do tecido ou a pequenas infecções.


Apesar de não representarem perigo imediato, essas alterações merecem acompanhamento, já que podem indicar que a mucosa está mais sensível ou em processo de recuperação.


Alterações de baixo grau (ASC-US, LSIL)


São pequenas mudanças no aspecto das células, muitas vezes relacionadas à infecção pelo papilomavírus humano (HPV).


Em grande parte dos casos, essas alterações desaparecem espontaneamente com o tempo, principalmente em mulheres jovens, mas exigem monitoramento, já que uma parcela delas pode evoluir para lesões mais sérias se não houver acompanhamento.





No nosso blog, temos um guia completo sobre infecção por HPV e alterações do Papanicolau, acesse para saber mais!


Alterações de alto grau (ASC-H, HSIL) ou alterações glandulares (AGC)


Indicam que há modificações celulares mais significativas, com maior risco de evolução para o câncer de colo do útero se não forem tratadas.


Nesse caso, geralmente solicitamos exames complementares, como a colposcopia e a biópsia, para confirmar o diagnóstico e definir o tratamento.



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Resultado inconclusivo


Significa que a amostra não foi suficiente ou adequada para uma análise segura.


Isso pode acontecer por fatores como quantidade insuficiente de células ou presença de sangue e secreção em excesso no momento da coleta.


Nesses casos, precisamos repetir o exame para garantir uma avaliação confiável.


Resultado do Papanicolau: em quais casos solicitamos exames complementares?


Solicitamos exames complementares após o Papanicolau quando o resultado aponta alterações que precisam de uma investigação mais detalhada.


Isso acontece, por exemplo, quando são detectadas lesões de alto grau, que apresentam maior risco de evoluir para o câncer de colo do útero, ou alterações persistentes de baixo grau que não regrediram com o tempo.


Também pode ser necessário complementar a investigação quando o exame é inconclusivo ou insuficiente, exigindo uma análise mais precisa.


Nesses casos, exames como a colposcopia, que permite a visualização ampliada do colo do útero, e a biópsia, que analisa diretamente o tecido, são fundamentais para confirmar a presença ou não de lesões pré-cancerígenas ou malignas.


Com que frequência devo realizar o Papanicolau para garantir uma boa prevenção?


A frequência do exame de Papanicolau varia de acordo com a idade e o histórico de cada mulher.


Em geral, recomendamos que ele seja iniciado a partir dos 25 anos de idade para aquelas que já tiveram atividade sexual e deve ser realizado anualmente nos dois primeiros exames consecutivos.


Se ambos estiverem normais, podemos ampliar o intervalo para a cada três anos, segundo descreve o programa de rastreamento do MS.

Quer saber quais os principais exames ginecológicos e quando devem ser feitos? Confira esse artigo em nosso blog!


Esse acompanhamento é suficiente para garantir uma boa prevenção, já que o câncer de colo do útero costuma se desenvolver de forma lenta, dando tempo para que eventuais alterações sejam detectadas.


Em situações especiais, como em mulheres com histórico de alterações celulares, imunossupressão ou infecção persistente pelo HPV, podemos indicar uma periodicidade menor para o rastreamento.


Aproveitamos para reforçar que cuidar da saúde íntima vai muito além de realizar o Papanicolau.



É indispensável ter o acompanhamento regular com a ginecologista.


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Somente ela poderá interpretar corretamente os resultados, indicar exames complementares quando necessário e orientar os melhores cuidados em cada fase da vida.


Contar com esse suporte garante tranquilidade, prevenção e o melhor tratamento.



Então, não deixe sua prevenção para depois! Agende sua consulta e mantenha seus exames em dia.


Dra Juliana Ribeiro - Ginecologista em São Paulo

Dra. Juliana Ribeiro

Ginecologia, Obstetrícia e Saúde Feminina


Ginecologista e Obstetra de formação, eu acredito que informação é a maior forma de poder que podemos ter. Como médica, tenho a missão de trazer a vocês o maior número de informações possíveis, a fim de poder ajudá-las a participar ativamente do cuidado da sua saúde.


Acredito que a prevenção é a melhor escolha sempre e que o engajamento da paciente no tratamento é a melhor forma de ele dar certo.

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