É possível engravidar amamentando?

2 de dezembro de 2025
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Será que é possível engravidar amamentando?

A amamentação é um momento no qual muitas mulheres têm dúvidas sobre o que está ocorrendo no organismo e se podem engravidar.


Embora a amamentação possa influenciar temporariamente a ovulação e reduzir as chances de concepção, ela não garante proteção total contra a gravidez.


Fatores como a frequência das mamadas, a amamentação exclusiva e o retorno da menstruação impactam diretamente nesse processo.


Portanto, entender como o corpo reage durante esse período e conhecer métodos contraceptivos seguros é essencial para que a mulher possa se planejar de forma consciente!


O que ocorre no corpo da mulher durante a amamentação?


Durante a amamentação, o corpo da mulher passa por uma série de alterações hormonais e fisiológicas importantes para a produção do leite e para o cuidado com o bebê.


A prolactina é o hormônio responsável por estimular a produção do leite materno. Ela é liberada pela hipófise, principalmente, durante a sucção do mamilo, garantindo que os alvéolos mamários estejam constantemente produzindo leite. 


Esse processo também pode influenciar a fertilidade da mãe, já que níveis elevados de prolactina podem inibir temporariamente a ovulação.


Já a ocitocina, conhecida como o “hormônio do vínculo”, tem a função de promover a ejeção do leite. Ela contrai as células musculares ao redor dos alvéolos mamários, empurrando o leite para os ductos e permitindo que chegue até a boca do bebê. 


Além disso, a ocitocina estimula contrações uterinas, ajudando o útero a retornar mais rapidamente ao tamanho pré-gestacional e contribuindo para a recuperação pós-parto.


A amamentação também aumenta a demanda energética da mãe, exigindo maior ingestão de calorias, vitaminas e minerais para suprir as próprias necessidades do organismo e, ao mesmo tempo, sustentar a produção de leite. 


Todas essas mudanças são naturais e fazem parte do processo de adaptação pós-parto, beneficiando tanto a saúde do bebê quanto o fortalecimento do vínculo entre mãe e filho.


Quer saber como se preparar para a amamentação? Confira esse artigo completo em nosso blog!


É normal amamentar e não menstruar?


Sim, é comum que a mulher não menstrue durante o período em que está amamentando, especialmente se a amamentação for exclusiva, ou seja, o bebê recebe apenas leite materno e em intervalos regulares.


Esse fenômeno é explicado pela ação do hormônio prolactina, que aumenta durante a amamentação e atua inibindo a liberação de hormônios responsáveis pela ovulação, como o hormônio luteinizante (LH) e o hormônio folículo-estimulante (FSH).


Esse mecanismo é a base do chamado método de amenorreia lactacional (MAL) que, quando cumpridos certos critérios, pode funcionar como um método contraceptivo temporário.


Para isso, é preciso:


  • Manter amamentação exclusiva;
  • O bebê deve ter menos de seis meses;
  • E a menstruação deve estar ausente.


Essas três condições devem coexistir simultaneamente para que o método seja eficaz.


Contudo, é importante lembrar que a ovulação pode ocorrer antes da primeira menstruação pós-parto, o que significa que ainda existe a possibilidade de engravidar mesmo sem ter menstruado.


Há chance de engravidar amamentando?


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Sim, existe a possibilidade de engravidar durante a amamentação, embora o risco varie de acordo com diversos fatores.


Apesar da amamentação exclusiva reduzir as chances de uma nova gestação nos primeiros meses após o parto, não é um método contraceptivo totalmente seguro. 


O método de amenorreia lactacional (MAL), explicado acima, pode atuar como uma forma natural de contracepção até os seis meses, mas somente quando a amamentação é exclusiva, o bebê mama em intervalos frequentes e a mulher ainda não menstruou.


É importante lembrar que cada organismo é único e algumas mulheres podem permanecer sem menstruar por meses, enquanto outras voltam a ovular e menstruar em dois ou três meses, mesmo amamentando exclusivamente. 


Além disso, a ovulação vai acontecer antes da primeira menstruação, cerca de 2 semanas antes, e nem sempre vai ser percebida, o que aumenta o risco de engravidar sem perceber.


Com a introdução de outros alimentos na dieta do bebê e a redução da frequência das mamadas, a chance de retorno da fertilidade cresce. 


Por isso, é fundamental conversar com a ginecologista sobre métodos contraceptivos seguros durante a amamentação, garantindo tranquilidade e permitindo que o planejamento da próxima gestação seja feito de forma adequada.


O que acontece com o leite de quem está amamentando e engravida? 


Quando uma mulher engravida durante a amamentação, o corpo passa por mudanças hormonais que podem interferir tanto na produção quanto na composição do leite materno. 


O aumento dos hormônios da gestação, como estrogênio e progesterona, pode reduzir a quantidade de leite disponível e até alterar seu sabor, deixando-o um pouco mais salgado ou diferente para o bebê. Ainda assim, o leite continua fornecendo nutrientes e anticorpos importantes.


De forma geral, quando a nova gestação não apresenta riscos, é possível continuar amamentando com segurança. 


No entanto, a sucção do bebê pode estimular a liberação de ocitocina, hormônio que provoca pequenas contrações uterinas.


Na maioria dos casos, essas contrações são leves e não comprometem a gestação. Porém, se houver histórico de aborto, risco de parto prematuro ou qualquer outra complicação, a amamentação pode precisar ser suspensa.


Também é possível amamentar dois filhos de idades diferentes, prática chamada amamentação em tandem, desde que a mãe esteja confortável, tenha acompanhamento médico e suporte nutricional adequado, especialmente para garantir que o bebe recém nascido, que depende completamente do aleitamento materno para se desenvolver, receba a quantidade adequada de nutrientes. 


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O organismo materno é capaz de adaptar a produção de leite às necessidades de ambos os bebês, mas é fundamental manter uma alimentação equilibrada, garantir boa hidratação e realizar o pré-natal regularmente, assegurando que tanto a gestação quanto a amamentação ocorram de forma saudável e segura.


Quais métodos contraceptivos são seguros nessa fase da amamentação?


Durante a amamentação, é importante escolher métodos contraceptivos que não interfiram na produção de leite nem prejudiquem a saúde do bebê.


Confira abaixo algumas opções seguras para mulheres que estão amamentando:



Métodos de barreira


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Preservativos masculinos e femininos são seguros, não interferem na amamentação e ainda protegem contra infecções sexualmente transmissíveis.


Quer conhecer todas as vantagens da camisinha feminina? Confira esse texto em nosso site!


DIU (dispositivo intrauterino)


Tanto o DIU de cobre quanto o DIU hormonal podem ser utilizados durante a amamentação, apresentando alta eficácia contraceptiva sem afetar a produção de leite.


Métodos contraceptivos hormonais


Pílulas de progesterona isolada, implantes subdérmicos ou injeções podem ser usados a partir de 6 semanas pós parto, sendo os implantes liberados a partir do pós parto imediato.


As pílulas contendo algum tipo de estrogênio podem acarretar maior risco trombótico, especialmente nas primeiras semanas após o nascimento do bebê. Em geral reservamos este tipo de contracepção para um pouco mais tarde,  ao redor dos 4 a 6 meses pós parto.


Quando a mulher deve procurar orientação da ginecologista para escolher o melhor método contraceptivo durante a amamentação?


O ideal é que a mulher procure orientação da ginecologista assim que puder retomar a atividade sexual, mesmo que ainda não tenha retornado a menstruação.


É importante avaliar o momento ideal para iniciar métodos contraceptivos seguros, levando em consideração a produção de leite, a frequência das mamadas e a saúde geral da mãe.


Consultar a especialista permite escolher a opção mais adequada, seja um método de barreira, hormonal apenas com progesterona, DIU ou outro método compatível com a lactação.



Assim, garantimos proteção contra uma nova gravidez sem prejudicar a amamentação.


Dra Juliana Ribeiro - Ginecologista em São Paulo

Dra. Juliana Ribeiro

Ginecologia, Obstetrícia e Saúde Feminina


Ginecologista e Obstetra de formação, eu acredito que informação é a maior forma de poder que podemos ter. Como médica, tenho a missão de trazer a vocês o maior número de informações possíveis, a fim de poder ajudá-las a participar ativamente do cuidado da sua saúde.


Acredito que a prevenção é a melhor escolha sempre e que o engajamento da paciente no tratamento é a melhor forma de ele dar certo.

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