Gestação gemelar: o que você precisa saber?

25 de novembro de 2025
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A gestação gemelar desperta muita curiosidade e, ao mesmo tempo, exige atenção especial, já que envolve duas ou mais vidas em desenvolvimento ao mesmo tempo. 

Embora seja motivo de alegria e entusiasmo, também é considerada uma gestação de maior complexidade.


Isso porque, ela apresenta particularidades tanto para a saúde da mãe quanto para o acompanhamento do crescimento dos bebês. 


Além disso, a gestação múltipla está associada a maiores riscos de complicações, como parto prematuro e baixo peso ao nascer.


Por isso, é essencial entender os fatores que aumentam as chances de gravidez gemelar, os cuidados necessários e as opções de parto, garantindo uma experiência saudável e segura.


O que caracteriza uma gestação gemelar e quais são os tipos mais comuns? 


A gestação gemelar é definida quando dois fetos se desenvolvem simultaneamente no útero, e pode acontecer de maneiras distintas, o que influencia tanto a evolução da gravidez quanto os cuidados médicos.


Quando dois óvulos diferentes são fecundados por dois espermatozoides distintos, temos a gestação dizigótica, também conhecida como fraterna. 


Nesse caso, os gêmeos compartilham apenas parte do material genético, como irmãos comuns, podendo ser do mesmo ou de sexos diferentes e apresentando características físicas que variam bastante. 


Já a gestação monozigótica ocorre quando um único óvulo fecundado se divide em dois embriões, resultando em gêmeos geneticamente idênticos, sempre do mesmo sexo e com semelhanças físicas marcantes. 


Dentro desse grupo, há variações importantes.



Os bebês podem compartilhar a mesma placenta (monocoriônica) e até a mesma bolsa amniótica (monoamniótica), ou cada um pode ter placenta e bolsa próprias, o que impacta nos riscos e na forma de acompanhamento da gestação.


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Quais fatores podem aumentar as chances de uma gravidez de gêmeos?



Alguns fatores estão associados ao aumento das chances de uma gravidez gemelar. 


Entre os principais, destacamos:


  • Histórico familiar: mulheres que têm casos de gêmeos na família, especialmente na linhagem materna, apresentam maior probabilidade de engravidar de gêmeos;
  • Idade materna: mulheres acima de 30 anos, principalmente entre 35 e 40 anos, têm maior chance de liberar mais de um óvulo durante a ovulação, o que aumenta as chances de gestação gemelar dizigótica;
  • Número de gestações anteriores: mulheres que já tiveram várias gestações têm uma probabilidade maior de apresentar gravidez gemelar em comparação com aquelas em sua primeira gestação;
  • Raça e etnia: estudos mostram que mulheres de origem africana têm maior incidência de gestações gemelares, enquanto mulheres de origem asiática apresentam índices mais baixos;
  • Uso de tratamentos de fertilidade: métodos de reprodução assistida, como a fertilização in vitro (FIV), estão entre os principais fatores que aumentam as taxas de gestações múltiplas, já que podem estimular a liberação de vários óvulos ou a transferência de mais de um embrião.


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A gestação gemelar apresenta mais riscos do que a gestação única?


Sim, a gestação gemelar geralmente apresenta mais riscos do que a gestação única.


O corpo da mulher precisa lidar com maiores demandas físicas, hormonais e metabólicas, e isso pode aumentar as chances de complicações tanto para a mãe quanto para os bebês. 


Entre os riscos mais comuns estão a hipertensão gestacional e a pré-eclâmpsia, que ocorrem com maior frequência em gestações múltiplas, além do aumento da probabilidade de diabetes gestacional. 


O parto prematuro também é mais frequente, já que o útero atinge sua capacidade máxima antes do tempo esperado em uma gestação única.


Isso eleva o risco de os bebês nascerem com baixo peso ou precisarem de cuidados intensivos neonatais. 


Além disso, podem ocorrer complicações específicas, como a síndrome da transfusão feto-fetal em gestações de gêmeos idênticos que compartilham a mesma placenta. 


Justamente por esses riscos, a gestação gemelar é considerada de alto risco e exige um acompanhamento pré-natal mais rigoroso.


No nosso blog, temos um artigo completo sobre o pré-natal de alto risco, acesse para entender melhor!


Quais são os principais cuidados no pré-natal de uma gravidez gemelar?


O pré-natal de uma gestação gemelar deve ser diferenciado e mais rigoroso do que o de uma gestação única. Entre os principais cuidados, recomendamos:


Consultas mais frequentes


O acompanhamento médico deve ocorrer em intervalos menores, permitindo monitorar de perto a saúde da mãe e o crescimento dos bebês, já que complicações podem surgir de forma mais rápida.



Ultrassonografias regulares


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Exames de imagem são fundamentais para avaliar o desenvolvimento fetal, a quantidade de líquido amniótico, o funcionamento da placenta e identificar possíveis complicações.


Isso inclui restrição de crescimento ou síndrome da transfusão feto-fetal.


O seguimento deve ser idealmente realizado por profissionais especialistas em medicina fetal, que estão mais acostumados a diagnosticar e tratar as condições que se relacionam às complicações específicas das gestações gemelares.


Monitoramento da pressão arterial e exames laboratoriais


Devido ao maior risco de hipertensão gestacional, pré-eclâmpsia e diabetes gestacional, a gestante deve ter controle rigoroso da pressão, glicemia e outros exames de rotina.


Orientação nutricional específica


Uma dieta equilibrada, rica em nutrientes e adequada em calorias, é essencial para suprir as necessidades aumentadas de uma gestação gemelar, ajudando a reduzir o risco de baixo peso ao nascer.


Suplementação adequada


Geralmente, indicamos vitaminas e minerais, como ácido fólico, ferro e cálcio, em doses ajustadas, considerando a maior demanda do organismo.


Controle do ganho de peso


O acompanhamento do peso materno é importante para avaliar se os bebês estão recebendo a nutrição necessária, já que gestações múltiplas exigem maior reserva energética.


Avaliação do colo do útero


Podemos realizar exames para verificar sinais de encurtamento ou risco de parto prematuro, condição mais comum em gestações gemelares.


Planejamento do parto


A via de parto (normal ou cesariana) deve ser discutida de acordo com a posição dos bebês, as condições maternas e fetais, sempre com foco na segurança de todos.


Quer conhecer as vantagens e desvantagens do parto natural ou cesariana? Confira esse texto em nosso site!


O parto de gêmeos precisa ser sempre cesárea ou é possível o parto normal?


O parto de gêmeos não precisa ser sempre cesárea. 


Segundo a Federação Internacional de Ginecologia e Obstetrícia (FIGO), o parto normal pode ser uma opção viável em muitos casos.


Podemos recorrer a essa via especialmente quando o primeiro bebê está em posição cefálica, ou seja, de cabeça para baixo, e não há outras complicações que impeçam a evolução natural do trabalho de parto. 


Nessa situação, o segundo bebê pode nascer de forma vaginal, mesmo que esteja inicialmente em outra posição, desde que haja condições adequadas e uma equipe experiente disponível. 


Entretanto, podemos indicar a cesariana em casos em que o primeiro bebê não esteja em posição cefálica, quando há sinais de sofrimento fetal, em situações de placenta prévia, síndrome da transfusão feto-fetal, restrição de crescimento grave ou quando os gêmeos compartilham a mesma bolsa amniótica.


Isso porque, esses fatores aumentam muito os riscos durante o trabalho de parto. 



Assim, a decisão não é única e depende de fatores como a saúde materna, a posição e o desenvolvimento dos bebês, além da experiência da equipe obstétrica. 


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Qual é o papel da obstetra no acompanhamento da gestação gemelar?


O papel da obstetra na gestação gemelar é fundamental para garantir a segurança da mãe e o desenvolvimento saudável dos bebês.

Como mencionamos, esse tipo de gravidez é considerado de alto risco e exige um acompanhamento mais rigoroso. 


Cabe à obstetra monitorar de perto a saúde materna, identificar precocemente complicações como hipertensão gestacional, pré-eclâmpsia, diabetes gestacional e parto prematuro, além de acompanhar o crescimento e a vitalidade dos bebês por meio de ultrassonografias e outros exames. 


Também orientamos quanto à alimentação, suplementação e cuidados no dia a dia, além de planejar a melhor via de parto de acordo com as condições clínicas e a posição fetal. 


Esse acompanhamento especializado é essencial para reduzir riscos e proporcionar maior tranquilidade durante toda a gestação. 


Por isso, contar com a especialista faz toda a diferença no cuidado da gestação gemelar. 



Agende sua consulta agora mesmo com a obstetra e garanta um pré-natal seguro e completo para você e seus bebês.


Dra Juliana Ribeiro - Ginecologista em São Paulo

Dra. Juliana Ribeiro

Ginecologia, Obstetrícia e Saúde Feminina


Ginecologista e Obstetra de formação, eu acredito que informação é a maior forma de poder que podemos ter. Como médica, tenho a missão de trazer a vocês o maior número de informações possíveis, a fim de poder ajudá-las a participar ativamente do cuidado da sua saúde.


Acredito que a prevenção é a melhor escolha sempre e que o engajamento da paciente no tratamento é a melhor forma de ele dar certo.

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