Receber as devidas vacinas na gestação é uma medida essencial para garantir a saúde e o bem-estar tanto da mãe quanto do bebê.
Além de proteger a mulher, algumas vacinas administradas na gravidez promovem a transferência de anticorpos para o feto, oferecendo proteção nos primeiros meses de vida do recém-nascido.
Neste texto, vamos abordar quais vacinas são recomendadas para as gestantes e explicar a importância de manter o calendário vacinal atualizado durante o pré-natal.
Acompanhe!
Por que a vacinação durante a gestação é importante para a mãe e o bebê?
A vacinação durante a gestação é fundamental para proteger tanto a mãe quanto o bebê contra doenças que podem causar complicações graves em ambos.
A gravidez é um período em que o sistema imunológico da mulher sofre alterações, tornando-a mais suscetível a infecções que podem levar a complicações.
Além disso, algumas vacinas administradas durante a gestação ajudam a transferir anticorpos para o bebê.
Isso proporciona uma proteção passiva nos primeiros meses de vida, quando ele ainda não pode receber certas vacinas ou completar o esquema vacinal.

Por isso, a imunização adequada da gestante é uma estratégia indispensável para prevenir doenças, além de contribuir para o desenvolvimento saudável do recém-nascido.
Quais vacinas são recomendadas durante a gravidez no Brasil, segundo o Ministério da Saúde?
Confira abaixo as vacinas recomendadas pelo Ministério da Saúde do Brasil durante a gravidez:
Vacina dTpa (difteria, tétano e coqueluche)
Recomendada para ser administrada a partir da 20ª semana de gestação, essa vacina deve ser repetida a cada gravidez, mesmo que a mulher já tenha recebido doses anteriormente.
Além de proteger a mãe contra essas três doenças, a dTpa é especialmente importante para a prevenção da coqueluche no bebê, que nos primeiros meses de vida é altamente vulnerável a essa infecção respiratória grave.
Vacina contra hepatite B
Indicamos para gestantes que não possuem histórico completo de vacinação ou nunca foram imunizadas contra a hepatite B.
Essa vacina é administrada em um esquema de três doses, geralmente nos meses 0, 1 e 6, e pode ser administrada em qualquer época da gestação.
A hepatite B pode ser transmitida da mãe para o bebê durante o parto, causando infecção crônica que compromete a saúde hepática ao longo da vida.
Caso a vacinação não seja completada durante a gestação, é importante que a mulher finalize o esquema após o parto para garantir imunidade total.
Vacina contra o Vírus Sincicial Respiratório (VSR)
Essa vacina tem como principal objetivo proteger os bebês contra infecções graves do trato respiratório inferior causadas pelo VSR.
Essa é uma das principais causas de hospitalizações neonatais no Brasil.
A vacinação da gestante entre 32 e 36 semanas promove a transferência de anticorpos para o feto, reduzindo a chance de internações e complicações respiratórias associadas a esse agente nos primeiros 6 meses de vida do bebê.
Temos um artigo que explica mais sobre a vacina da bronquiolite em gestantes, confira!
Vacina contra influenza (gripe)
Indicada para todas as gestantes, independentemente do período gestacional, a vacina contra a gripe deve ser administrada preferencialmente durante a campanha anual de vacinação.
Consideramos a gestante grupo de risco para complicações da influenza, que pode causar pneumonia, parto prematuro e agravamento do estado geral.
A imunização materna também oferece proteção ao bebê nos primeiros meses.
Vacina contra Covid-19
A vacinação contra a Covid-19 é recomendada para gestantes conforme as orientações das campanhas vigentes.
Além de proteger a mãe, que tem maior risco de complicações respiratórias durante a gestação, a imunização também pode conferir proteção indireta ao bebê.
Vacina da imunoglobulina anti-Rh(D)
Esta vacina é indicada para gestantes com fator Rh negativo cujo pai da criança possui o fator RH positivo.
Sua função é prevenir a isoimunização materna, processo em que o organismo da mãe produz anticorpos contra as hemácias do bebê, o que pode causar doença hemolítica do recém-nascido em gestações futuras.
A aplicação é recomendada, de forma preventiva, entre a 28ª e a 32ª semana de gestação, e deve ser repetida nas primeiras 72 horas após o parto, caso o bebê seja confirmado como Rh positivo.
Em situações de sangramento, aborto, procedimentos invasivos ou traumas durante a gestação, a imunoglobulina também pode ser indicada antecipadamente para proteger a saúde materna e fetal.
Temos um texto que fala com mais detalhes da incompatibilidade sanguínea entre a mãe e o feto, confira!

Quais os riscos de não tomar as vacinas indicadas durante a gestação?
Não tomar as vacinas indicadas durante a gestação pode expor tanto a mãe quanto o bebê a riscos de saúde, como por exemplo:
Vulnerabilidade da gestante
Sem a vacinação, a mulher grávida fica mais suscetível a infecções como gripe e coqueluche, que podem levar a complicações graves durante a gestação.
Risco de complicações maternas
Essas infecções aumentam a chance de hospitalização, agravamento da saúde materna e até risco de morte.
Parto prematuro e baixo peso ao nascer
A ausência de imunização pode contribuir para o nascimento prematuro e para que o bebê tenha peso abaixo do ideal, prejudicando seu desenvolvimento.
Falta de proteção ao bebê
Sem a vacinação da mãe, o recém-nascido não recebe os anticorpos maternos que o protegem nos primeiros meses, período em que ele ainda não pode ser totalmente imunizado.
Aumento do risco de infecções graves no bebê
O bebê fica mais exposto a doenças graves, que podem resultar em complicações sérias ou até fatais.
Quem convive com a gestante também deve estar com as vacinas em dia?
Sim, é muito importante que todas as pessoas que convivem com a gestante estejam com as vacinas em dia para garantir a proteção da mãe e do bebê.

A imunização dos familiares e contatos próximos ajuda a reduzir a circulação de agentes infecciosos no ambiente doméstico, diminuindo o risco de transmissão de doenças.
Essa estratégia, conhecida como "vacinação do círculo de proteção", é relevante porque o sistema imunológico do bebê é imaturo nos primeiros meses de vida.
Assim, ele depende da proteção passiva dos anticorpos maternos e do ambiente seguro para evitar infecções.
Por isso, além de a gestante estar vacinada, é fundamental que pais, irmãos, cuidadores e demais pessoas próximas mantenham seu calendário vacinal atualizado.
Quais são as vacinas que a gestante não pode tomar?
Algumas vacinas são contraindicadas devido ao risco potencial de transmissão de doenças ao feto ou complicações para a gestante.
Entre elas, temos:
- Tríplice viral (sarampo, caxumba e rubéola): esta vacina é composta por vírus vivos atenuados e, portanto, não deve ser administrada durante a gravidez. Porém, é possível aplicá-la no puerpério e durante a amamentação;
- Varicela (catapora): A vacina contra a varicela também é composta por vírus vivos atenuados e é contraindicada na gestação;
- Vacina do HPV (Papilomavírus humano): apesar de ser uma vacina inativada, não se recomenda a aplicação do imunizante contra o HPV durante a gestação devido à falta de estudos suficientes que comprovem sua segurança nesse período;
- Dengue: a vacina contra a dengue não é recomendada para gestantes, pois não há evidências suficientes sobre sua segurança e eficácia durante a gravidez;
- BCG (tuberculose): a vacina BCG, que protege contra a tuberculose, é contraindicada durante a gestação;
- Vacina da febre amarela: indicamos a vacina contra febre amarela para gestantes somente em situações excepcionais, quando o risco de exposição ao vírus é alto e não há possibilidade de adiar a vacinação.
Como a gestante pode se vacinar com segurança? Precisa de prescrição médica?
Para que a gestante possa se vacinar com segurança, é fundamental que todo o processo seja acompanhado de perto pela obstetra em pré-natal.
Durante a gestação, o acompanhamento regular permite que a especialista avalie o momento adequado para a aplicação das vacinas recomendadas, levando em consideração a idade gestacional, o histórico vacinal da paciente e condições clínicas associadas.

Embora algumas vacinas possam ser oferecidas em campanhas públicas sem a necessidade de prescrição médica, o ideal é que a gestante informe a obstetra sobre qualquer imunização que receber.
Além disso, o pré-natal completo e bem conduzido é essencial para a identificação precoce de fatores de risco, orientações sobre cuidados e a atualização do calendário vacinal, assegurando uma gestação saudável.
Portanto, manter consultas regulares, esclarecer dúvidas e seguir as recomendações médicas são passos indispensáveis para a segurança da vacinação durante a gravidez.
Assim sendo, se você está grávida ou planejando engravidar, não deixe de marcar sua consulta com a especialista.
Cuide da sua saúde e do seu bebê desde o início!
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