Quando a cesárea é indicada?

18 de novembro de 2025
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Quer entender quando a cesárea é indicada?

A cesariana é um procedimento cirúrgico que, ao longo dos anos, passou a ser cada vez mais comum.


Porém, ela ainda gera dúvidas entre as gestantes sobre quando ela realmente é necessária.


Embora seja uma alternativa segura e, em muitos casos, essencial para preservar a saúde da mãe e do bebê, a cesárea deve ser indicada com critério.


Assim, devemos basear essa decisão em fatores médicos e não apenas em preferências pessoais.


Neste texto, vamos esclarecer quando a cesárea é indicada e a importância do acompanhamento obstétrico para que a gestante se sinta mais preparada e confiante no momento do parto.


Acompanhe!


O que é a cesárea e como ela difere do parto normal?


A cesárea, ou parto cesariano, é um procedimento cirúrgico utilizado para realizar o nascimento do bebê por meio de uma incisão no abdômen e no útero da mãe.


Diferente do parto normal, em que o bebê nasce através do canal vaginal, a cesárea envolve necessariamente anestesia, geralmente raquidiana ou peridural, e requer um ambiente hospitalar adequado, com equipe médica especializada.


Enquanto o parto vaginal é considerado o método mais natural e costuma permitir uma recuperação mais rápida e com menos complicações, a cesárea é uma alternativa segura em situações específicas, como sofrimento fetal, placenta prévia, entre outras razões.


Contudo, por ser uma cirurgia, envolve maiores riscos de infecção, hemorragia e complicações anestésicas, além de demandar um tempo de recuperação mais longo.


Por isso, você deve decidir sobre o tipo de parto em conjunto com a obstetra, ao considerarmos o histórico médico, as condições clínicas e a segurança de ambos, mãe e bebê.


Quer conhecer as vantagens e desvantagens do parto natural ou cesariana? Confira esse artigo em nosso blog!


Quando a cesárea é indicada?


Costumamos indicar a cesariana apenas quando há condições clínicas que tornam o parto vaginal arriscado para a mãe, o bebê ou ambos.


Portanto, as principais situações em que recomendamos o procedimento incluem:


Sofrimento fetal agudo


Quando o bebê apresenta sinais de falta de oxigênio ou alterações na frequência cardíaca que indicam risco imediato à sua vida, a cesariana é indicada para garantir um parto rápido e seguro.


Apresentação anômala do bebê


Quando o bebê não está posicionado de cabeça para baixo (como nos casos de apresentação pélvica, transversa ou oblíqua), o parto normal pode se tornar arriscado, justificando a necessidade da cesárea.


Placenta prévia


Condição em que a placenta cobre parcial ou totalmente o colo do útero, o que impede a passagem do bebê pelo canal vaginal e pode causar sangramentos graves durante o trabalho de parto.



Gestação múltipla


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Em casos de gêmeos ou mais, especialmente quando um dos bebês não está em posição favorável, a cesárea pode ser a forma mais segura de parto.


Descolamento prematuro de placenta


Situação emergencial em que a placenta se separa da parede uterina antes do parto, comprometendo a oxigenação e nutrição do bebê.


Desproporção céfalo-pélvica


Ocorre quando o tamanho do bebê é incompatível com o diâmetro da pelve materna, dificultando ou impossibilitando o parto normal.


Infecções maternas


Quando há infecções como HIV com carga viral detectável ou herpes genital ativa no momento do parto, indicamos a cesariana para tentar evitar a transmissão ao bebê.


Cesáreas anteriores com risco de ruptura uterina


Mulheres com histórico de múltiplas cesáreas ou cicatrizes uterinas podem ter risco aumentado de complicações durante o parto vaginal, o que torna a cirurgia uma opção mais segura.


Como realizamos a cesárea?


Realizamos o procedimento sob anestesia, geralmente raquidiana ou peridural, e em ambiente hospitalar seguro.


Durante a cirurgia, fazemos um corte horizontal de cerca de 10 a 12 centímetros, logo acima da região dos pelos pubianos, conhecido como incisão na “linha do biquíni”.


Em seguida, abrimos as camadas abaixo da pele, incluindo o tecido subcutâneo e a aponeurose dos músculos retos abdominais, que são apenas afastados, sem serem cortados.


Depois, abrimos o peritônio, uma fina membrana que reveste os órgãos internos, até alcançar o útero.


Nessa etapa, rebatemos cuidadosamente a bexiga para baixo, e fazemos uma incisão no útero para permitir a retirada do bebê.


Assim que o bebê nasce, clampeamos e cortamos o cordão umbilical, podendo esse momento ser realizado pelo acompanhante da gestante.


Em muitos casos, possibilitamos que a mãe veja o nascimento através de um campo cirúrgico transparente e tenha contato pele a pele com o bebê logo após o parto, antes mesmo de o cordão ser cortado.


Após o nascimento, realizamos a retirada da placenta e o fechamento das camadas de tecido, garantindo a recuperação adequada.


Como é a recuperação após uma cesariana e quais cuidados são necessários no pós-operatório?


A recuperação após a cesariana exige atenção especial, já que se trata de uma cirurgia de grande porte.


O tempo de recuperação pode variar entre quatro e seis semanas, e alguns cuidados são essenciais para evitar complicações e promover uma boa cicatrização.


Confira abaixo os principais cuidados no pós-operatório da cesariana:


Repouso adequado


É importante evitar esforços físicos, carregar peso e fazer movimentos bruscos nas primeiras semanas.


O corpo precisa de tempo para se recuperar da cirurgia e da anestesia.


Cuidados com a ferida cirúrgica


É preciso realizar a higiene com água e sabão neutro, mantendo o local sempre seco.


Além disso, comunique qualquer sinal de vermelhidão, secreção, dor intensa ou febre à obstetra.


Uso de medicação prescrita


Podemos indicar analgésicos e anti-inflamatórios para aliviar a dor e prevenir inflamações.



Atenção à amamentação


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Mesmo após a cirurgia, é possível iniciar a amamentação logo após o parto, desde que a mãe esteja confortável e o bebê posicionado de forma segura.


Alimentação equilibrada e hidratação


Uma dieta rica em fibras e líquidos ajuda no funcionamento do intestino, evitando constipação, que pode causar dor e pressão na cicatriz.


Movimentação leve


Incentivamos pequenas caminhadas após as primeiras 24 horas para melhorar a circulação e prevenir trombose.


Acompanhamento médico


As consultas de revisão são essenciais para avaliar a cicatrização, o útero e o bem-estar geral da mãe.


Assim, com os cuidados certos, a recuperação tende a ser tranquila, permitindo que a mulher retome suas atividades de forma segura e saudável.


Quando a cesárea é indicada? É possível ter parto normal em uma gestação seguinte após uma cesárea?



Sim, é possível ter um parto normal após uma cesariana, e essa prática é conhecida como parto normal após cesárea (PNAC, ou VABC, da sigla em inglês).


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De acordo com o Ministério da Saúde, muitas mulheres que passaram por uma cesárea podem ter parto vaginal com segurança, desde que a cicatriz uterina seja adequada e a gestação atual não apresente complicações.


Devemos sempre individualizar a decisão, levando em conta fatores como o tipo de incisão realizada na cesárea anterior, o intervalo entre os partos (idealmente acima de 18 meses), a ausência de problemas obstétricos e as condições clínicas da mãe e do bebê.


Dessa forma, quando bem acompanhada por uma obstetra experiente e realizada em ambiente hospitalar preparado para uma eventual necessidade de nova cirurgia, a tentativa de parto normal após uma cesárea pode ser segura e benéfica.


Isso porque ela favorece uma recuperação mais rápida e reduz riscos associados a múltiplas cirurgias.


Qual é o papel da obstetra na decisão sobre o tipo de parto mais seguro? Por que é importante conversar sobre o plano de parto?


A obstetra tem um papel fundamental na avaliação e na decisão sobre o tipo de parto mais seguro.



Ela é responsável por acompanhar toda a gestação, monitorar a saúde da mãe e do bebê e identificar possíveis riscos ou condições que possam influenciar na escolha entre o parto normal e a cesárea.


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Através de exames, histórico clínico e observação da evolução da gravidez, avaliamos fatores como posição do bebê, tamanho fetal, condições do colo do útero, presença de doenças maternas e eventuais complicações obstétricas.


Para entender melhor como definir a via de parto, acesse esse artigo completo em nosso site!


Dessa forma, é essencial conversar abertamente com o obstetra sobre o plano de parto e as possíveis indicações da cesárea.


Esse diálogo permite esclarecer dúvidas, alinhar expectativas e garantir que a decisão seja tomada de forma consciente, priorizando sempre o bem-estar de ambos.


Além disso, o acompanhamento próximo com o obstetra possibilita um plano de parto individualizado, que respeita as preferências da gestante sem comprometer a segurança do parto.



Por isso, se você está grávida ou planejando engravidar, agende uma consulta com a especialista para discutir suas opções e garantir um parto mais tranquilo.


Dra Juliana Ribeiro - Ginecologista em São Paulo

Dra. Juliana Ribeiro

Ginecologia, Obstetrícia e Saúde Feminina


Ginecologista e Obstetra de formação, eu acredito que informação é a maior forma de poder que podemos ter. Como médica, tenho a missão de trazer a vocês o maior número de informações possíveis, a fim de poder ajudá-las a participar ativamente do cuidado da sua saúde.


Acredito que a prevenção é a melhor escolha sempre e que o engajamento da paciente no tratamento é a melhor forma de ele dar certo.

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