Atrofia endometrial: o que é e como tratar?
O endométrio é fundamental na saúde reprodutiva e no equilíbrio ginecológico da mulher, porém, algumas condições podem comprometer sua estrutura e funcionamento, como a atrofia endometrial.
Essa alteração ocorre quando o tecido que reveste o interior do útero se torna excessivamente fino, geralmente em decorrência da diminuição dos níveis de estrogênio.
Embora seja um processo comum após a menopausa, também pode aparecer em mulheres mais jovens.
Portanto, entender suas causas, sintomas e formas de tratamento é essencial para buscar o cuidado adequado e preservar a sua saúde ginecológica.
O que é atrofia endometrial e como ela afeta o útero?
A atrofia endometrial é uma condição caracterizada pelo afinamento do endométrio, que é o tecido que reveste internamente o útero.
Esse processo geralmente ocorre devido à redução dos níveis de estrogênio, hormônio responsável por estimular o crescimento e a espessura dessa camada.
O quadro costuma ocorrer mais em mulheres após a menopausa, quando a produção hormonal diminui naturalmente, mas também pode acontecer em mulheres jovens com baixos níveis de estrogênio.
Quando o endométrio se torna muito fino, pode perder parte de sua função protetora e reprodutiva.
Embora esta seja uma condição benigna, merece atenção. Isso porque, ela pode afetar a qualidade de vida da paciente e, dependendo da causa, exigir tratamento específico para restaurar a saúde e a função do endométrio.

Quais são as principais causas da atrofia endometrial?
As principais causas da atrofia endometrial incluem:
- Menopausa: a queda natural dos níveis de estrogênio após o fim do ciclo reprodutivo é a causa mais frequente da atrofia endometrial;
- Hipoestrogenismo pré-menopausa: condições como falência ovariana prematura, síndrome de Turner ou distúrbios endócrinos podem reduzir a produção de estrogênio em mulheres mais jovens;
- Uso de medicamentos antiestrogênicos: tratamentos como uso de progesterona ou agonistas do GnRH podem provocar o afinamento do endométrio;
- Curetagens uterinas repetidas: procedimentos invasivos frequentes podem danificar o tecido endometrial e dificultar sua regeneração;
- Tratamento radioterápico pélvico: a radiação pode afetar a capacidade de renovação das células endometriais;
- Baixo índice de gordura corporal: como o tecido adiposo participa da produção de estrogênio, mulheres com baixo peso extremo ou distúrbios alimentares podem apresentar atrofia endometrial;
- Retirada dos ovários (ooforectomia): a remoção cirúrgica dos ovários reduz abruptamente a produção de estrogênio, levando ao afinamento do endométrio.
Como reconhecer os sinais dessa condição?
Os sintomas mais frequentes da atrofia endometrial incluem:
- Sangramento vaginal anormal: pode ocorrer fora do período menstrual ou após a menopausa, geralmente em pequena quantidade;
- Ressecamento vaginal: a redução de estrogênio deixa a mucosa vaginal mais fina e seca;
- Dor no sexo (dispareunia): a fragilidade e a falta de lubrificação tornam o ato sexual doloroso;
- Corrimento vaginal leve: em alguns casos, pode haver secreção amarelada ou com odor discreto devido à inflamação associada;
- Sensação de queimação ou coceira vaginal: decorrente da irritação e fragilidade da mucosa;
- Diminuição da lubrificação natural: o que pode piorar o desconforto no dia a dia e nas relações sexuais.
Alguns desses sintomas se devem à falta de estrogênio, e não necessariamente são causados pela atrofia endometrial, mas sim pelo seu fator causador.
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Como realizamos o diagnóstico da atrofia endometrial? Quais exames são necessários?
Iniciamos a investigação com uma anamnese detalhada, incluindo histórico menstrual, presença de sintomas e possíveis fatores de risco, como menopausa ou uso de medicamentos que reduzem o estrogênio.
Durante o exame ginecológico, podemos observar sinais de ressecamento e fragilidade da mucosa vaginal, que costumam acompanhar a atrofia endometrial.
Para confirmação, um dos métodos que mais utilizamos é a ultrassonografia transvaginal, que mede a espessura do endométrio e detecta alterações estruturais.

Em alguns casos, podemos indicar a histeroscopia, que nos permite visualizar diretamente a cavidade uterina, ou a biópsia endometrial, especialmente quando há sangramento anormal, para excluir doenças como hiperplasia ou câncer de endométrio.
Quais são as opções de tratamento disponíveis?
Na maioria das vezes, quando a atrofia está relacionada à deficiência de estrogênio, como ocorre na menopausa, utilizamos a reposição hormonal, que pode ser sistêmica ou aplicada localmente.
Para mulheres em idade fértil, podemos optar por terapias hormonais cíclicas ou anticoncepcionais combinados, que ajudam a estimular a renovação do endométrio.

Já nos casos em que a atrofia está associada ao uso de medicamentos antiestrogênicos, ajustamos a medicação ou adicionamos terapias que reduzem o impacto sobre o endométrio.
Entretanto, quando a causa envolve procedimentos cirúrgicos ou radioterapia, a abordagem é mais complexa.
Dessa forma, precisamos focar no alívio dos sintomas, na prevenção de complicações e, sempre que possível, na regeneração do tecido endometrial.
Assim, independentemente da idade, o tratamento deve ser personalizado, levando em consideração o histórico clínico, os riscos de outras doenças e as necessidades reprodutivas de cada paciente.
A atrofia endometrial pode afetar a fertilidade?
A atrofia endometrial pode, sim, afetar a fertilidade, especialmente porque o endométrio é essencial na implantação do embrião e na manutenção da gestação.
O endométrio considerado ideal para a implantação geralmente apresenta espessura mínima de 7 a 8 milímetros durante a fase lútea do ciclo menstrual.
Assim, quando essa camada está muito fina, a chance de o embrião se fixar adequadamente no útero diminui.
Isso pode dificultar a concepção natural e reduzir as taxas de sucesso em tratamentos de reprodução assistida, como a fertilização in vitro.
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Lembramos que o acompanhamento com a ginecologista permite não apenas um diagnóstico preciso, mas também a adoção de estratégias para prevenir complicações e otimizar as chances de engravidar.

Portanto, se você apresenta sinais como sangramento anormal, dor durante a relação ou alterações menstruais, não adie a busca por ajuda profissional.
Agende sua consulta agora mesmo e cuide da sua saúde íntima com a atenção que ela merece.
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