Muitas são as dúvidas sobre a lubrificação feminina. Como ela ocorre? Por que podemos ter ressecamento vaginal? E a lubrificação em excesso, é um problema?

Neste artigo vamos falar mais sobre este assunto!

A lubrificação feminina consiste em um líquido composto pelo muco produzido pelo colo uterino, células descamadas da vaginal e colo e pelo fluido produzido pelas glândulas de Bartholin e Skene.

Sua principal função é a de proteger a vulva e a vagina e reduzir a fricção durante a atividade sexual. Além disso, a lubrificação feminina está ligada ao desejo sexual da mulher.

Como a lubrificação feminina ocorre?

A lubrificação feminina é produzida pelas glândulas do colo uterino, descamação de células da parede vaginal e pelas glândulas de Bartholin e a Skene.

Em linhas gerais, a lubrificação proveniente do útero e do canal vaginal é aquela que mantém a região íntima úmida e nas condições adequadas para a saúde da mulher no dia a dia. É responsável por manter um estado de umidade constante em mulheres desde a primeira menstruação até a menopausa.

Já a lubrificação proveniente das glândulas de Bartholin e a Skene não têm este papel no dia a dia, mas sim na preparação da mulher para a atividade sexual.

As glândulas de Bartholin são pequenas estruturas arredondadas que ficam localizadas perto da abertura da vagina em ambos os lados da vulva. Já as glândulas de Skene estão localizadas ao redor da abertura da uretra.

Além disso, o estrogênio é um hormônio que tem papel fundamental na lubrificação, pois estimula o funcionamento das glândulas e mantém as células da região íntima ativas. É sob o estímulo do estrogênio, próximo à ovulação, que o fluido cervical fica mais filante e favorece a subida do espermatozóide pelo útero.

Também a progesterona tem um papel importante, após a ovulação torna o muco cervical mais espesso, dificultando a passagem de microrganismos pelo colo.

A lubrificação feminina em excesso é um problema?

Inicialmente, devemos lembrar que não existe um padrão exato para a lubrificação feminina. Ou seja, cada mulher terá essa lubrificação conforme seu organismo e grau de excitação.

Em alguns casos, a lubrificação pode ocorrer além do que seria necessário fisiologicamente e pode escorrer nas pernas e deixar as roupas íntimas úmidas e isso não quer dizer que exista algo de errado.

Algumas pessoas chamam esse excesso de orgasmo ejaculatório feminino, mas não temos uma real comprovação de que isso existe ou em que frequência ocorre na população.

No entanto, se a região íntima ficar sempre mais úmida que o normal e caso ocorram outros sintomas, como dor, ardência ou coceira, isso deve ser um sinal de alerta.

Nessas situações, recomendamos procurar uma ginecologista para avaliar se está tudo certo com a sua saúde.

Por que ocorre o ressecamento vaginal?

O ressecamento vaginal é uma situação que causa diversos incômodos no dia a dia, como coceira e ardência. Além disso, causa dor e desconforto durante as relações sexuais.

Um dos principais motivos para o ressecamento vaginal é a queda dos níveis de estrogênio no corpo. Isso porque, como vimos, ele é um hormônio que estimula as células e glândulas a manterem a região íntima hidratada.

Este hormônio sofre queda no organismo em algumas situações, por exemplo:

• Na menopausa;
• Durante a amamentação;
• Com uso de alguns remédios, como os para tratar câncer de mama;
• Após a remoção dos ovários;
• Durante a quimioterapia ou radioterapia.

Além disso, a falta de lubrificação no momento das relações sexuais pode ter diversos outros fatores associados, como baixa libido, problemas psicológicos como depressão ou ansiedade, pouco estímulo antes da relação e dificuldades com as parcerias sexuais.

Ademais, o tabagismo, uso de alguns anticoncepcionais e algumas doenças autoimunes, como a síndrome de Sjögren, também podem afetar a lubrificação vaginal.

O que fazer nos casos de ressecamento vaginal?

O tratamento para o ressecamento vaginal é muito diverso, pois vai depender do que exatamente está causando o problema.

Assim, após o diagnóstico poderemos adotar diversas medidas:

• Uso de cremes específicos para a secura vaginal;
• Comprimidos de estrogênio;
• Sessões de laser;
• Tratamentos de problemas psicológicos, como estresse, ansiedade e depressão;
• Terapia de casal;
• Uso de lubrificantes durante as relações sexuais.

Devemos lembrar que a lubrificação feminina é algo extremamente saudável e necessário para saúde da mulher. Assim, alguma disfunção neste sentido pode afetar significativamente sua qualidade de vida e bem-estar.

O mais importante é que, para a grande maioria dos casos, existem tratamentos disponíveis.

Então, caso esteja sofrendo com este problema, procure uma ginecologista que poderá te auxiliar no tratamento ou até mesmo indicar outros profissionais, para uma abordagem mais completa e multidisciplinar.