O câncer de endométrio acomete, principalmente, mulheres após a menopausa, sendo um dos tumores ginecológicos mais comuns.
O endométrio é a camada interna do útero e o câncer nesta região costuma ter grandes chances de cura para a maioria das mulheres.
No geral, a chance de ocorrência desta patologia em mulheres abaixo dos 50 anos é muito baixa, ficando em torno de 10% .
Um dos principais sintomas desta doença é o sangramento vaginal após a menopausa, sendo muito importante que a mulher esteja atenta e procure uma Ginecologista caso isso ocorra.
Então, neste texto vamos falar um pouco mais sobre este assunto e esclarecer algumas questões importantes.
Tipos de câncer do endométrio
O câncer de endométrio recebe uma classificação simplificada de acordo com o tipo de células presentes e a proporção entre células saudáveis e células doentes.
Tipo I é o mais comum, menos agressivo e demora mais para se disseminar. Pode ocorrer pelo excesso de estrogênio e, normalmente, acomete mulheres mais jovens, obesas ou aquelas atravessando a perimenopausa (os anos antes e o ano após a última menstruação).
Tipo II corresponde a cerca de 10% dos casos e é mais agressivo. No geral, não parece ocorrer pelo excesso de estrogênio e tende a crescer e se disseminar para fora do útero. Acomete mulheres mais velhas.
Dessa maneira, é importante conhecer o tipo do câncer de endométrio da paciente, pois isso vai influenciar a adoção do tratamento correto.
Fatores de risco para ocorrência deste câncer
Existem alguns fatores de risco importantes para o câncer de endométrio:
- Idade superior a 50 anos;
- Obesidade;
- Dieta rica em gordura animal;
- Diabetes;
- Síndrome Metabólica;
- Hipertensão;
- Ter tido câncer de mama ou de ovário;
- Ter feito radioterapia direcionada na pelve;
- Usar tamoxifeno (remédio para tratamento de câncer de mama) por cinco anos ou mais;
- Ter hipertensão arterial;
- Histórico na família (a hereditariedade ocorre em cerca de 5% dos casos);
- Inatividade física.
Além disso, quadros clínicos que causam um nível elevado de estrogênio, mas não de progesterona, são também considerados fatores de risco relevantes.
Como exemplo destas situações, podemos citar:
- Menstruar pela primeira vez cedo;
- Atingir a menopausa após os 52 anos;
- Síndrome do Ovário Policístico ;
- Não ter filhos;
- Tomar medicamentos que contenham estrogênio.
Principais sintomas do câncer de endométrio
Um dos principais sintomas deste câncer é o sangramento vaginal após a menopausa ou na pré menopausa com intensidade diferente da menstruação.
Então, ao ter esses sintomas é essencial procurar a Ginecologista imediatamente. Isso porque, infelizmente, cerca de uma a cada três mulheres com sangramento após a menopausa tem o câncer de endométrio.
Além disso, corrimentos brancos ou amarelados e dor pélvica também são sinais importantes.
Como fazemos o diagnóstico?
Principalmente nos estágios mais iniciais, podemos não perceber o câncer de endométrio com exame clínico.
Assim, ao suspeitar desta doença será preciso fazer exames mais específicos, sendo a biópsia do endométrio um exame que detecta o câncer com precisão na grande maioria dos casos.
No entanto, caso o resultado deste exame não seja preciso, podemos fazer uma histeroscopia com biópsias do endométrio para posterior análise.
A histeroscopia é um procedimento no qual inserimos o histeroscópio no útero, um equipamento que permite a visualização da cavidade uterina. A biópsia consiste na retirada de pedacinhos do endométrio para estudo.
Além disso, em casos de câncer diagnosticado, poderemos solicitar outros exames, como exames de sangue ou de imagem, para avaliar o quanto a doença se disseminou ou não.
Tratamento do câncer de endométrio
O tratamento do câncer de endométrio tem evoluído muito nos últimos anos. Os procedimentos adotados irão depender de qual estágio ele se encontra, do quadro clínico e idade da paciente.
No geral, para pacientes com idade mais avançada e que não querem mais ter filhos, faz-se uma histerectomia ampliada, ou seja, retiramos o útero, trompas e ovários.
Além disso, em muitos casos é preciso também retirar os linfonodos da pelve para evitar a disseminação da doença.
Durante a cirurgia, é possível visualizar com maior precisão o estágio que o câncer se encontra, algo chamado estadiamento cirúrgico, e se ele se disseminou para outros órgãos próximos.
Então, com base nessas informações, podemos verificar a necessidade de realização de quimioterapia, radioterapia ou outros tratamentos.
Em alguns casos específicos e mais raros, quando a paciente é muito jovem e deseja ter uma gestação e o câncer não seja muito agressivo, pode-se optar por um tratamento com utilização de agentes progestacionais isolados. Dessa forma, a preservação da fertilidade torna-se possível por um determinado intervalo de tempo.
A possibilidade de cura do câncer varia muito conforme o tipo e estágio. Normalmente, o câncer de endométrio tem um bom prognóstico, chegando em uma probabilidade de até 90% de cura em casos mais leves.
No geral, o prognóstico será melhor se o crescimento do câncer for mais lento e caso ele não tenha se disseminado.
Assim, fica evidente a importância de um diagnóstico precoce do câncer de endométrio para possibilitar a adoção de um tratamento mais ameno e eficaz.
Então, esteja sempre atenta aos sinais do seu corpo e, ao identificar alguma alteração, procure uma ginecologista o quanto antes para lhe auxiliar!
O post O que é o câncer de endométrio? apareceu primeiro em Dra Juliana Teixeira Ribeiro.
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