Sangramento após menopausa? Esteja atenta!

24 de junho de 2025
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O sangramento após menopausa é um sinal de alerta que não deve ser ignorado. 

A menopausa é uma fase natural e esperada da vida feminina, marcada por diversas transformações físicas e emocionais. 


No entanto, é essencial compreender o que é esperado nessa etapa e o que foge do padrão.


Quando a mulher entra na menopausa, uma das mudanças mais significativas é o fim da menstruação. 


Portanto, qualquer tipo de sangramento vaginal após esse período exige atenção imediata e uma avaliação com a ginecologista, pois pode indicar diferentes condições, algumas delas mais graves.


Neste artigo, vamos explicar o que é a menopausa, quais mudanças ela provoca no corpo da mulher, o que pode causar sangramento nessa fase e quais são os possíveis tratamentos.


O que é a menopausa?


A menopausa é definida como a ausência de menstruação por 12 meses consecutivos, sem que haja outras causas, como gestação, pós-parto ou lactação.


Ou seja, quando uma mulher passa um ano inteiro sem menstruar e não há outro motivo para isso, considera-se que ela entrou na menopausa.


Essa fase marca o encerramento da vida reprodutiva da mulher e está diretamente ligada à cessação da produção dos hormônios femininos pelos ovários, principalmente o estrogênio e a progesterona.


Esses hormônios são fundamentais para várias funções no corpo feminino, e a queda deles traz uma série de mudanças.


Antes da menopausa propriamente dita, a mulher passa por um período chamado climatério, que é a transição entre a fase reprodutiva e a não-reprodutiva. 


O climatério pode começar anos antes da última menstruação e vir acompanhado de sintomas como irregularidade no ciclo menstrual, ondas de calor, irritabilidade e insônia.


Apesar de muitas vezes a menopausa ser cercada por conotações negativas, é importante reforçar que se trata de um processo natural.


Cada fase da vida traz seus desafios e suas belezas, e encarar a maturidade com acolhimento e autoconhecimento pode transformar essa etapa em um novo começo, com mais liberdade, sabedoria e cuidado com o corpo.



Quais alterações ocorrem na vida da mulher durante a menopausa?


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A menopausa é inevitável para todas as mulheres que chegam à maturidade. 


Em geral, ela ocorre por volta dos 50 anos, mas pode variar de pessoa para pessoa.


Durante essa fase, a mulher passa por uma série de alterações físicas e  emocionais que podem impactar a qualidade de vida.


A maioria dessas mudanças está relacionada à queda na produção de estrogênio. Entre os sintomas mais comuns, podemos destacar:


  • Ondas de calor (fogachos);
  • Fadiga constante;
  • Infecções urinárias recorrentes;
  • Unhas e cabelos mais frágeis;
  • Dificuldade de concentração e lapsos de memória;
  • Secura vaginal e da pele;
  • Oscilações de humor;
  • Ansiedade e depressão;
  • Dores articulares;
  • Distúrbios do sono, como insônia.

Embora esses sintomas possam ser intensos para algumas mulheres, é importante saber que há tratamentos e estratégias para amenizá-los.


Também devemos notar que nem todas as mulheres apresentam todos os sintomas, e a menopausa pode chegar de modo bastante tranquilo para várias de nós.


Com acompanhamento médico, é possível passar por essa fase com mais conforto, equilíbrio emocional e bem-estar físico.


Temos um artigo que dá dicas para se adaptar à menopausa, confira!


Sangramento após a menopausa: o que pode ser?


A ocorrência de sangramento vaginal após a menopausa, ou seja, depois de 12 meses sem menstruar, deve sempre ser investigada. 



Como o ciclo menstrual já foi encerrado, qualquer sangramento é considerado anormal e pode estar relacionado a diferentes condições, que variam de quadros benignos a doenças mais sérias.


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Veja abaixo algumas das causas mais comuns:


Ressecamento vaginal


O ressecamento vaginal é comum após a menopausa devido à queda na produção de estrogênio, hormônio responsável por manter a lubrificação e a elasticidade dos tecidos vaginais. 


Esse ressecamento tem a ver com afinamento da espessura da mucosa da vagina e pode causar microfissuras e pequenas lesões, especialmente durante relações sexuais ou até mesmo em atividades cotidianas.


Essas lesões podem resultar em sangramentos leves e desconforto, além de aumentar o risco de infecções.



Atrofia endometrial


Com a queda nos níveis de estrogênio, o revestimento do útero (endométrio) pode se tornar muito fino. Essa condição é chamada de atrofia endometrial. 


O afinamento pode tornar os tecidos mais frágeis e propensos a sangramentos, pois os vasos sanguíneos ficam mais expostos dentro do útero.


Pólipos no útero


São pequenos crescimentos benignos que podem se formar no útero ou no colo do útero. 


Apesar de, na maioria dos casos, não representarem um risco grave à saúde, os pólipos podem causar sangramentos inesperados, principalmente após a menopausa. 


Além disso, os pólipos assintomáticos podem se relacionar ao câncer de endométrio em até 5% dos casos e quando sintomáticos, ou seja, quando levam ao sangramento, se associam a este tipo de câncer em até 10% das vezes.


Hiperplasia endometrial


Trata-se de um espessamento anormal do endométrio, geralmente causado por um desequilíbrio hormonal. 


A hiperplasia pode causar sangramentos e, em alguns casos, evoluir para câncer.


Câncer


Infelizmente, o sangramento pós-menopausa também pode ser um sintoma de câncer ginecológico, como:



A detecção precoce é essencial para o sucesso do tratamento, por isso, qualquer sangramento deve ser investigado com urgência.


Infecções


Infecções no útero ou infecções sexualmente transmissíveis (ISTs), como clamídia ou gonorreia, também podem provocar sangramentos. 


Em mulheres com maior idade, com mucosa vaginal mais sensível, até mesmo uma infecção leve pode causar esse tipo de sintoma.


Lesões


Traumas durante relações sexuais, lesões provocadas por exames ginecológicos ou até casos de violência doméstica e abuso sexual também estão entre as causas possíveis de sangramentos após a menopausa.


Nesses casos, o acompanhamento médico e psicológico é fundamental.


Como é feito o diagnóstico?


O primeiro passo para identificar a causa do sangramento é procurar uma ginecologista. 



Durante a consulta, a mulher deverá relatar quando o sangramento começou, sua intensidade, duração e se há outros sintomas associados, como dor ou secreções.


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Os exames mais comuns para diagnóstico incluem:


  • Exame ginecológico com espéculo;
  • Ultrassonografia transvaginal para avaliar a espessura do endométrio;
  • Histeroscopia: procedimento que permite visualizar o interior do útero, quando há algum espessamento endometrial ou suspeita de pólipos;
  • Biópsia do endométrio: coleta de uma amostra do tecido para análise laboratorial;
  • Colposcopia e Papanicolau: especialmente se houver suspeita de alterações no colo do útero.

A partir dos resultados, podemos identificar a origem do sangramento e indicar o melhor tratamento.



Quais são os tratamentos para o sangramento após a menopausa?


O tratamento vai depender diretamente da causa do sangramento. Veja algumas possibilidades:



  • Secura vaginal: podemos indicar o uso de terapias hormonais locais que ajudam a restaurar a saúde e o conforto da mucosa vaginal, além de hidratantes e lubrificantes vaginais;
  • Atrofia endometrial: pode ser tratada com cremes ou supositórios vaginais com estrogênio/progesterona, que ajudam a regenerar a mucosa;
  • Hiperplasia endometrial: pode exigir uso de medicamentos hormonais ou até cirurgia, dependendo da presença ou não de células anormais (atipia);
  • Pólipos: geralmente removidos por histeroscopia em um procedimento simples;
  • Câncer: requer tratamento específico, que pode incluir cirurgia, quimioterapia e/ou radioterapia, conforme o estágio da doença;
  • Infecções: tratadas com antibióticos ou antivirais, de acordo com o agente causador;
  • Lesões: o tratamento varia conforme o tipo e a gravidade do trauma, podendo envolver uso de pomadas cicatrizantes, antibióticos e suporte psicológico.


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Dra Juliana Ribeiro - Ginecologista em São Paulo

Dra. Juliana Ribeiro

Ginecologia, Obstetrícia e Saúde Feminina


Ginecologista e Obstetra de formação, eu acredito que informação é a maior forma de poder que podemos ter. Como médica, tenho a missão de trazer a vocês o maior número de informações possíveis, a fim de poder ajudá-las a participar ativamente do cuidado da sua saúde.


Acredito que a prevenção é a melhor escolha sempre e que o engajamento da paciente no tratamento é a melhor forma de ele dar certo.

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