A síndrome de congestão pélvica pode passar despercebida em algumas mulheres, sem causar sintomas.
Porém, para muitas, essa condição é responsável por dores pélvicas crônicas, sensação de peso na região e desconforto que piora ao longo do dia, especialmente após longos períodos em pé.
O problema está relacionado à dilatação das veias na pelve, semelhante ao que ocorre nas varizes das pernas.
Neste artigo, vamos explorar os principais sintomas da síndrome, suas causas e as opções de tratamento disponíveis.
Continue a ler e saiba como recuperar sua qualidade de vida!
O que é síndrome de congestão pélvica?
A síndrome de congestão pélvica (SCP) é uma condição crônica que ocorre quando as veias da região pélvica se dilatam e se tornam varicosas, o que resulta em acúmulo de sangue na região.
Esse distúrbio é mais comum em mulheres em idade fértil, especialmente aquelas com histórico de múltiplas gestações.
A condição causa dor persistente na parte inferior do abdômen, que geralmente piora durante períodos prolongados em pé, após relações sexuais ou antes da menstruação.
Além disso, pode estar associada a varizes visíveis na região genital e sensação de peso na pelve.
Assim, a síndrome pode afetar bastante o bem-estar físico e emocional da mulher.
Quais são as causas dessa condição?
As causas dessa condição não são completamente compreendidas, mas podemos citar alguns fatores que estão associados ao seu desenvolvimento.
Entenda melhor abaixo:
Insuficiência venosa
A causa mais comum da síndrome é o refluxo sanguíneo devido ao mau funcionamento das válvulas nas veias pélvicas.
Esse refluxo leva ao acúmulo de sangue e à dilatação das veias, formando varizes na região pélvica, genital e nas coxas.
Tumores e outras condições que comprimem as veias
Tumores localizados na região pélvica, como miomas uterinos e endometriose, podem causar compressão das veias pélvicas.

Isso impede o fluxo normal do sangue e leva ao acúmulo de sangue nas veias, gerando os sintomas típicos da síndrome.
Da mesma forma, cicatrizes pós-cirúrgicas ou aderências podem afetar a circulação sanguínea na área pélvica, contribuindo para o desenvolvimento da síndrome.
Fatores hormonais
O estrogênio pode causar o relaxamento das paredes das veias, o que facilita a dilatação das mesmas.
Mulheres em idade fértil, especialmente aquelas que já passaram por múltiplas gestações, estão mais propensas a desenvolver a condição devido ao aumento da exposição a esse hormônio.
Compressão venosa
A compressão de veias pélvicas por estruturas adjacentes também pode ser uma causa.
Isso inclui a síndrome de May-Thurner, onde a veia ilíaca esquerda é comprimida pela artéria ilíaca direita, dificultando o fluxo sanguíneo e favorecendo a formação de varizes e, em alguns casos, eventos trombóticos.
Quais são os sintomas dessa síndrome?
Os sintomas da síndrome de congestão pélvica podem variar em intensidade, mas os mais comuns incluem:
- Dor pélvica crônica: é o sintoma mais característico e pode variar de leve a intensa. A dor tende a piorar durante períodos prolongados em pé, após relações sexuais ou antes da menstruação;
- Sensação de peso: muitas mulheres relatam uma sensação constante de peso ou pressão na região pélvica, especialmente após longos períodos de atividade física ou em pé;
- Varizes pélvicas ou nas coxas: as veias dilatadas podem ser visíveis na vulva, períneo e nas coxas;
- Alterações menstruais: algumas mulheres podem ter ciclos menstruais irregulares ou mais intensos, com sangramentos excessivos;
- Dor no sexo: a dor pode ser agravada pela pressão nas veias dilatadas durante o ato sexual;
- Dor lombar ou nas pernas: a dor pode irradiar para a região lombar ou para as pernas, devido à pressão adicional das veias pélvicas dilatadas.

Como realizamos o diagnóstico dessa condição?
Iniciamos o diagnóstico da síndrome de congestão pélvica com uma avaliação clínica detalhada, na qual coletamos o histórico médico da paciente e realizamos um exame físico ginecológico minucioso.
Devido à sobreposição de sintomas com outras condições ginecológicas, exames de imagem são fundamentais para confirmarmos o diagnóstico.
Nesse sentido, costumamos utilizar a ultrassonografia transvaginal com Doppler para visualizar as veias pélvicas e identificar possíveis dilatações ou refluxos sanguíneos.
Além disso, exames como a angiotomografia e a ressonância magnética podem auxiliar na identificação de varizes pélvicas e na avaliação detalhada da anatomia vascular.
Em alguns casos, podemos solicitar a flebografia, que envolve a injeção de contraste nas veias, para confirmar a presença de varicosidades.
Quais são as opções de tratamento para essa condição?
Geralmente, iniciamos o tratamento com a prescrição de analgésicos, anti-inflamatórios não esteroides e terapias hormonais para suprimir a função ovariana, reduzindo a congestão venosa.
Entretanto, quando essas abordagens não proporcionam alívio adequado, podemos recorrer à embolização de varizes pélvicas.
Esse procedimento envolve a obstrução seletiva das veias afetadas, interrompendo o fluxo sanguíneo para as varizes e aliviando a dor.
Durante o procedimento, um cateter é inserido por meio de uma veia, geralmente na virilha ou no braço, e direcionado até as veias dilatadas, onde são injetadas substâncias embolizantes para bloquear o fluxo sanguíneo anômalo.
Isso reduz a pressão nas veias afetadas, aliviando os sintomas e melhorando a qualidade de vida da paciente sem a necessidade de cirurgia tradicional. Este procedimento é planejado e executado em conjunto pela Ginecologista e um radiologista intervencionista ou cirurgião vascular intervencionista.
Já em casos refratários ou mais graves, podemos considerar a cirurgia para remoção das varizes.
Lembramos que a escolha do tratamento deve ser personalizada, levando em conta a gravidade dos sintomas, a resposta a terapias anteriores e as características individuais de cada paciente.
É possível prevenir a síndrome de congestão pélvica?
Embora não seja possível prevenir completamente a síndrome de congestão pélvica, algumas medidas podem ajudar a reduzir o risco de desenvolvê-la ou minimizar seus sintomas, confira:
Manter um peso corporal saudável
O excesso de peso pode aumentar a pressão sobre as veias pélvicas, contribuindo para o desenvolvimento de varizes.
Atividade física regular
Pratique exercícios que fortalecem a musculatura pélvica e melhoram a circulação sanguínea podem ser benéficos.

Evite longos períodos em pé ou sentada
Alterar de posição regularmente ajuda a prevenir a estagnação do sangue nas veias pélvicas.
Usar roupas confortáveis
Evite roupas apertadas que possam comprimir as veias pélvicas.
Além desses cuidados, é fundamental que, ao apresentar sintomas suspeitos de síndrome de congestão pélvica, as mulheres busquem a orientação da ginecologista.
O diagnóstico precoce e o acompanhamento adequado podem melhorar a qualidade de vida e reduzir os impactos dessa condição.
Então, não hesite em procurar ajuda especializada para garantir um tratamento eficaz e individualizado.
Agende sua consulta com a especialista agora mesmo e siga as orientações médicas para garantir sua saúde e bem-estar.
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