O mioma uterino é um tumor benigno que se desenvolve em certas partes do útero.
Embora não sejam malignos e, na maioria dos casos, não causem sintomas, pode ocorrer deles gerarem desconforto e impactarem a qualidade de vida das pacientes.
Porém, é importante saber que existem alternativas conservadoras de tratamento para as mulheres que desejam preservar a fertilidade ou evitar procedimentos cirúrgicos.
Assim, entre terapias medicamentosas até procedimentos minimamente invasivos, a busca por soluções menos agressivas tem se tornado cada vez mais relevante.
O que é o mioma uterino e quais são os sintomas dessa condição?
Os miomas uterinos são massas não cancerígenas que surgem no útero especialmente de mulheres em idade fértil. É infrequente os miomas surgirem pela primeira vez em crianças e adolescentes ou após a menopausa.
Esses crescimentos se originam devido à multiplicação anormal das células do tecido local, o miométrio, dando origem a nódulos sólidos que variam em tamanho e quantidade.
Embora a causa exata do desenvolvimento dos miomas ainda não seja completamente compreendida, questões genéticas e hormonais podem estar entre os fatores relacionados.
No geral, em cerca de 75% dos casos eles são assintomáticos e diagnosticados ao acaso em exames de rotina.
Porém, podem se manifestar de maneiras distintas, causando sintomas que impactam significativamente o bem-estar das mulheres.
Nesse sentido, alguns dos incômodos mais comuns incluem:
- Sangramento menstrual anormal;
- Dor pélvica;
- Dor durante as relações sexuais;
- Aumento do volume abdominal;
- Pressão na bexiga ou no reto;
- Anemia;
- Constipação;
- Abortamentos;
- Infertilidade ou dificuldades para engravidar.
Temos um artigo que aborda os miomas na gravidez e você pode ler mais sobre o assunto no nosso Blog.
Quais os tipos de mioma uterino?
Os miomas uterinos podem ser classificados em diferentes tipos, variando conforme a localização, tamanho e posicionamento no útero.
Mioma submucoso
Ele se localiza próximo ao revestimento interno do útero, o endométrio, podendo alterar a forma da cavidade uterina.
Os principais sintomas associados a esse tipo são alterações no sangramento menstrual fora do período gestacional, infertilidade ou mesmo abortamento.
Mioma intramural
É o tipo mais comum e fica alojado na parede uterina.
Geralmente é assintomático, mas em alguns casos pode alterar o fluxo menstrual ou causar cólicas.
Ademais, miomas intramurais pequenos normalmente não afetam a fertilidade ou causam complicações na gestação, mas muitos miomas desse tipo, quando são grandes ou próximos à região ístmica do útero podem gerar problemas.
Mioma subseroso
Ele está localizado na parte mais externa da parede uterina e, em geral, não causa sintomas.
Porém, quando são muito grandes, podem pressionar os órgãos mais próximos, levando a sintomas urinários ou de compressão intestinal.
Nesses casos, podem ser palpáveis no exame abdominal, causando abaulamento na região inferior do abdome.
Quais são os tratamentos menos invasivos para mioma uterino?
Os tratamentos menos invasivos buscam aliviar os sintomas e preservar a fertilidade da mulher evitando, assim, a realização de uma cirurgia para remoção do útero.
Essas abordagens incluem terapia medicamentosa, como o uso de medicamentos hormonais e não hormonais para controlar o sangramento e, eventualmente, reduzir o tamanho dos miomas.
Além disso, procedimentos minimamente invasivos também estão disponíveis atualmente, como a embolização e a ablação por radiofrequência.
Embolização
Esse procedimento pode bloquear o suprimento sanguíneo para os miomas, diminuindo seu tamanho e aliviando os sintomas.
Para realizá-lo, introduzimos um cateter numa artéria da região inguinal, a fim de injetar microesferas nas artérias uterinas, visando bloquear o suprimento sanguíneo ao mioma.
O método é realizado com a paciente em pleno estado de consciência e, em um período de uma a duas semanas, ela poderá retomar suas atividades cotidianas.
Radiofrequência
Essa técnica usa energia de radiofrequência para destruir os miomas através de um histeroscópio.
Uma vez que o histeroscópio é posicionado, a energia de radiofrequência é direcionada para o mioma, aquecendo a massa até que ela seja destruída.
Após o procedimento, a recuperação costuma ser mais rápida em comparação a intervenções cirúrgicas e a paciente pode retomar suas atividades em pouco tempo.
Como realizar o diagnóstico dessa condição?
O diagnóstico do mioma uterino é feito por meio de uma combinação de métodos clínicos e exames de imagem.
A ginecologista é responsável por avaliar os sintomas relatados pela paciente e realizar o exame físico para verificar possíveis alterações na região do útero.
Apesar de por vezes os miomas estarem presentes nem sempre eles serão os responsáveis pelos sintomas apresentados.
É preciso ter senso crítico e avaliar o contexto em que a mulher está inserida e, frequentemente, procurar outras causas para os problemas descritos.
Geralmente, solicita-se também exames de ultrassonografia transvaginal ou abdominal para visualizar o útero e identificar a presença, tamanho e localização dos miomas.
Em casos mais complexos, a ressonância magnética pode fornecer informações detalhadas adicionais.
Ademais, se houver suspeita de tumores malignos, a biópsia pode ser necessária para coletar amostras de tecido para análise laboratorial.
Posteriormente, para determinar o tratamento mais adequado, é essencial que a paciente discuta suas preferências com a especialista.
É importante lembrar que cada caso é único e o tratamento deve ser personalizado para atender às necessidades específicas de cada mulher, em conjunto com os achados clínicos.
Então, caso você perceba qualquer sintoma relacionado ao mioma uterino, agende uma consulta com a ginecologista imediatamente e evite complicações futuras!
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