Cólica menstrual – tudo o que você precisa saber!

admin • jun. 16, 2019
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Cólicas menstruais são um sintoma extremamente frequente. Acontece em 50 a 90% das mulheres em idade reprodutiva – período que vai desde a primeira menstruação até a menopausa. Também chamada de menstruação dolorosa ou dismenorreia, é uma dor em salvas, recorrente, e de intensidade variável que acomete a parte inferior do abdome.

Costuma iniciar um a dois dias antes da menstruação e vai diminuindo nos próximos dois a três dias. Dependendo da intensidade, podem se associar outros sintomas, como: náuseas, vômitos, mal estar, dor de cabeça e fadiga.

É um sintoma frequente e pode estar associado a grande redução de qualidade de vida, atrapalhar o convívio social e levar a absenteísmo na escola e no trabalho. Por isso, hoje irei explicar um pouco mais sobre a cólica menstrual. Confira!

Por que a mulher tem cólica menstrual?

A principal teoria para o surgimento de cólicas menstruais envolve a liberação de substâncias chamadas prostaglandinas no endométrio (revestimento interno do útero). Essas moléculas induzem contrações arrítmicas, desordenadas e de alta frequência no útero, aumentando a pressão intrauterina.

Quando essa a pressão no interior do útero fica acima da pressão no sangue, há uma redução no fluxo sanguíneo para o útero, levando a uma alteração no metabolismo local e à produção de substâncias que ativam as fibras nervosas responsáveis pela sensação de dor.

Quem pode ter dismenorreia?

Apesar de não haver fatores de risco claros, os estudos mostram associação entre cólica menstrual e as seguintes situações:

  • idade abaixo de 30 anos;
  • IMC abaixo de 20;
  • tabagismo;
  • primeira menstruação antes de 12 anos;
  • menstruações com sangramento volumoso;
  • antecedente de violência sexual.

Avaliação diagnóstica

De modo geral, a dismenorreia não traz alterações no exame físico ginecológico, exames laboratoriais ou de imagem. Mulheres com alterações no exame físico, cólicas muito intensas, que impactam na sua qualidade de vida e/ou convívio social ou cólicas resistentes ao tratamento habitual, devem ser investigadas para doenças causadoras de dor pélvica – dismenorreia secundária.

Outros achados clínicos que nos fazem suspeitar de dismenorreia secundária:

  • início dos sintomas após os 25 anos;
  • sangramento uterino anormal;
  • dor nas relações sexuais ou para evacuar ou para urinar;
  • dor fora do período menstrual;
  • dificuldade para engravidar;
  • corrimento fétido.

Quando esses sinais ou sintomas estão presentes, podem ser solicitados exames laboratoriais, ultrassonografia e/ou ressonância de pelve, para investigar a presença de doenças associadas a dor pélvica.

E que doenças são essas?

Outras causas de dor pélvica são:

  • doença inflamatória pélvica;
  • endometriose;
  • adenomiose;
  • miomas uterinos;
  • síndrome de congestão pélvica;
  • aderências pélvicas;
  • cistos / nódulos de ovário;
  • uso de DIU;
  • causas obstétricas – abortamento, gestação ectópica;
  • causas não ginecológicas – alterações gastrointestinais e/ou urinárias.

Como tratar as cólicas menstruais

O objetivo do tratamento é deixar a paciente sem dor ou, no mínimo, fazer com que a paciente retome sua funcionalidade diária.

Tratamentos não medicamentosos incluem o uso de: bolsa térmica aquecida, exercício físico, técnicas de relaxamento (meditação, mindfulness), intervenções comportamentais (dessensibilização, hipnoterapia, biofeedback,…), técnicas de medicina integrativa (acupuntura, acupressão).

A principal linha de tratamento medicamentoso para cólicas envolve o uso de antiinflamatórios não esteroidais durante a menstruação e/ou de anticoncepcionais hormonais. Cada modalidade de tratamento clínico deve ser mantida por pelo menos 3 meses, a fim de avaliar sua eficácia.

Cirurgia para dor menstrual

Em casos refratários a todas a modalidades de tratamento clínico existe a possibilidade de cirurgia para modulação da atividade de nervos pélvicos e/ou avaliação de outras causas de dor pélvica não previamente diagnosticada. A intervenção cirúrgica é possível com miomas, pólipos uterinos, cistos ovarianos ou endometriose.

Prevenção da cólica menstrual

Prevenir ou reduzir a cólica menstrual é possível usando os seguintes fatores de estilo de vida:

  • Manter o peso corporal normal;
  • Comer frutas e vegetais e limitar a ingestão de gordura, álcool, cafeína, sal e doces (consumindo alimentos saudáveis);
  • Não fumar;
  • Realizar exercício físico regular;
  • Reduzir o estresse;
  • Dormir o suficiente.
Dra Juliana Ribeiro - Ginecologista em São Paulo

Dra. Juliana Ribeiro

Ginecologia, Obstetrícia e Saúde Feminina


Ginecologista e Obstetra de formação, eu acredito que informação é a maior forma de poder que podemos ter. Como médica, tenho a missão de trazer a vocês o maior número de informações possíveis, a fim de poder ajudá-las a participar ativamente do cuidado da sua saúde.


Acredito que a prevenção é a melhor escolha sempre e que o engajamento da paciente no tratamento é a melhor forma de ele dar certo.

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