Ainda hoje, a infecção pelo HIV traz uma série de dúvidas e buscaremos trazer mais clareza para o tema neste artigo.
HIV é a sigla em inglês do vírus da imunodeficiência humana, causador da AIDS. Este é um vírus que ataca as células do sistema imunológico alterando o DNA, principalmente, dos os linfócitos T CD4+.
O sistema imunológico é responsável pela defesa do nosso organismo e, por isso, um paciente com HIV pode estar mais suscetível a pegar infecções e ficar doente.
Uma informação importante é que ser soropositivo para o HIV não é a mesma coisa que ter AIDS.
A AIDS é a doença que o HIV causa quando em cargas elevadas no corpo da paciente e possui sintomas característicos, como perda de peso, fadiga, febre e infecções recorrentes.
Portanto, existem muitas pessoas soropositivas que vivem anos sem apresentar sintomas e sem desenvolver a doença, o que não quer dizer que elas não possam transmitir o vírus.
Historicamente, o HIV é mais comum no público masculino, mas também afeta as mulheres, que devem estar atentas para a prevenção, diagnóstico precoce e tratamento.
Como é a transmissão do HIV?
É muito importante entender como o HIV é transmitido e também como não é possível contraí-lo:
Como a transmissão ocorre:
- Sexo vaginal, anal ou oral sem camisinha;
- Uso de seringa por mais de uma pessoa;
- Transfusão de sangue contaminado;
- Da mãe infectada para seu filho durante a gravidez, no parto e na amamentação;
- Instrumentos que furam ou cortam não esterilizados.
Como ela não ocorre:
- Sexo com uso correto da camisinha;
- Masturbação a dois;
- Beijo no rosto ou na boca;
- Suor e lágrima;
- Picada de inseto;
- Aperto de mão ou abraço;
- Sabonete/toalha/lençóis;
- Talheres/copos;
- Assento de ônibus;
- Piscina;
- Banheiro;
- Doação de sangue;
- Pelo ar.
Quais são os sintomas?
O HIV é um vírus que tem um período de incubação prolongado antes do surgimento dos sintomas da doença.
Assim, quando no início da infecção, os sintomas são muito sutis e podem se manifestar como febre, dor de garganta e cansaço.
Inclusive, muitas vezes, a infecção é assintomática no início. No entanto, quando evolui para a AIDS, os sintomas passam a ser mais intensos e incluem a perda de peso, febre ou sudorese noturna, fadiga e infecções recorrentes.

Quanto antes a infecção for diagnosticada, maiores as chances do tratamento ser eficaz e da paciente ter maior qualidade de vida.
Além disso, as gestantes com HIV têm 99% de chance de terem filhos sem o HIV, caso sigam corretamente o tratamento no pré-natal, parto e pós-parto.
Por isso, a execução de exames para controle periódico é fundamental, principalmente se a paciente teve alguma situação de risco, como ter feito sexo desprotegido ou compartilhado seringas.
Como fazemos o diagnóstico?
Podemos realizar o diagnóstico da infecção pelo HIV a partir da coleta de sangue ou por fluido oral.

No Brasil, o SUS oferece gratuitamente exames laboratoriais e testes rápidos, que detectam os anticorpos contra o HIV em cerca de 30 minutos. Ademais, além da execução dos testes, há um aconselhamento para ajudar a correta interpretação do resultado, é só procurar o Centro de Aconselhamento e Testagem mais próximo da sua casa.
Em todos os tipos de exame, podemos detectar a infecção pelo HIV em, pelo menos, 30 dias a contar da situação de risco, período conhecido como janela imunológica.
Após detectar o vírus no corpo, será preciso determinar a carga viral, ou seja, qual a quantidade de HIV em uma amostra de sangue.
Isso é importante, pois quanto maior a carga viral, maiores serão os riscos para o paciente, bem como a probabilidade de transmissão do vírus.
O que fazer após ter um exame positivo? Como será o tratamento do HIV?
O tratamento do HIV é feito com medicamentos antirretrovirais (ARV), que impedem a multiplicação do vírus no organismo e ajudam a evitar o enfraquecimento do sistema imunológico.

Como sabemos, a infecção pelo HIV ainda não tem cura. Por isso, o uso regular dos ARV é fundamental para aumentar o tempo e a qualidade de vida das pacientes que vivem com HIV, além de reduzir o número de internações e infecções por doenças oportunistas.
No Brasil, estes medicamentos são distribuídos gratuitamente e, na grande maioria dos casos, o tratamento é muito eficaz.
Além disso, será preciso realizar testes periódicos para avaliar a carga viral da paciente e fazer possíveis adequações no tratamento.
Pode acontecer de uma pessoa em terapia antirretroviral passar a apresentar uma carga viral indetectável no sangue. Inclusive, caso a paciente apresente esta condição por pelo menos seis meses e continue o tratamento, ela não transmitirá mais o HIV através do sexo.
No entanto, o uso do preservativo sempre será recomendado já que, além do HIV, ele previne uma série de outras infecções sexualmente transmissíveis (ISTs).
Como é a prevenção? O que é a PrEP?
A prevenção contra o HIV, sem dúvidas, é o melhor caminho a seguir!
PrEP é a sigla para profilaxia pré-exposição de risco à infecção pelo HIV.
Consiste no uso preventivo de medicamentos antirretrovirais antes da exposição sexual ao vírus, de modo a reduzir a probabilidade de infecção.
Assim, seu objetivo é prevenir a infecção pelo HIV, promovendo uma vida sexual mais saudável.
No entanto, este método só é indicado para populações em situação de maior vulnerabilidade, por exemplo:
- Homossexuais e homens que fazem sexo com homens sem uso de camisinha;
- Travestis e transexuais;
- Trabalhadores(as) do sexo;
- Casais soro diferentes (ou seja, um positivo ao HIV e um negativo) que têm relações sexuais anais ou vaginais sem usar camisinha.
Pacientes que fazem uso da PrEP deverão tomar o medicamento todos os dias e fazer exames regulares.
Além disso, utilizar estes medicamentos não significa que o preservativo deva ser abandonado, pois a PrEP não garante 100% de proteção contra o HIV, não protege contra as demais ISTs, além de não prevenir a gravidez.

Para pacientes que não utilizam a PrEP, as principais formas de prevenção serão:
- Uso de preservativo durante todas as relações sexuais;
- Utilização de seringas e agulhas descartáveis quando necessário, sem fazer o compartilhamento com outras pessoas;
- Uso de luvas para manipular feridas e líquidos corporais.
HIV e Gestação
Toda paciente soropositiva necessita de tratamento, mas as gestantes precisam de atenção e cuidados redobrados durante a gravidez e o parto.
O HIV pode ser transmitido para o feto durante a gestação, no parto e na amamentação. Por isso, gestantes que forem diagnosticadas com HIV durante o pré-natal deverão fazer o tratamento com os medicamentos antirretrovirais durante toda gravidez e, se orientado pelo médico, também no parto.
O tratamento é fundamental para prevenir a transmissão do HIV para a criança.
Então, o recém-nascido também deverá receber o medicamento antirretroviral e a amamentação não é recomendada, pois o leite materno pode conter o vírus.
Além disso, é fundamental que pacientes soropositivas que querem engravidar acompanhem sua carga viral. Isso porque, caso ela seja indetectável, pode indicar a possibilidade de conceber o bebê sem usar práticas alternativas de inseminação.

Inclusive, quando a carga viral é indetectável, isso reduz consideravelmente o risco da mãe transmitir o vírus para o neném na gravidez e no parto.
Como vimos, quando a paciente é soropositiva para o HIV, nem sempre ela manifestará a AIDS.
Além disso, apesar de não ter cura, atualmente já é possível viver com qualidade de vida, caso o tratamento adequado seja adotado. Para isso, o diagnóstico precoce é fundamental!
Então, caso você tenha se exposto a alguma situação de risco ou queira entender mais sobre o assunto, procure sua Ginecologista.
Sem dúvida, esse é um passo fundamental e que poderá te ajudar a viver com mais saúde e bem-estar!
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