Ingurgitamento mamário: o que fazer?

3 de junho de 2025
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Amamentar é um dos momentos mais especiais da maternidade, mas também pode ser um grande desafio, especialmente quando surgem problemas, como o ingurgitamento mamário.

Essa condição é comum nos primeiros dias após o parto, mas felizmente há maneiras de aliviar os sintomas e garantir que você e o seu bebê sigam com a amamentação de forma tranquila e saudável.


Neste artigo, vamos mostrar o que fazer para lidar com o ingurgitamento mamário e retomar o prazer da amamentação.


Acompanhe!


O que é ingurgitamento mamário?


O ingurgitamento mamário é uma condição comum que ocorre principalmente nos primeiros dias após o parto, quando há um aumento repentino na produção de leite materno e o fluxo ainda não está totalmente regulado.


Isso faz com que as mamas fiquem excessivamente cheias, endurecidas, sensíveis e, muitas vezes, doloridas.


Ocorre porque há um acúmulo de leite, sangue e outros fluidos nos tecidos mamários, o que leva ao inchaço e à congestão dos seios.


Dessa forma, o ingurgitamento pode dificultar a amamentação e até mesmo desencadear complicações, como fissuras mamilares e até mastite.


É importante citar que essa situação costuma ser temporária, que tende a se resolver com a regularização da amamentação.


Contudo, requer atenção e cuidados para garantir o bem-estar da mãe e a manutenção do aleitamento.


Quais são as principais causas do ingurgitamento mamário?


Entre as principais causas que contribuem para o surgimento do ingurgitamento mamário, podemos destacar:



  • Intervalos longos entre as mamadas: amamentar com pouca frequência favorece o acúmulo de leite nas mamas;
  • Pega incorreta do bebê: quando o bebê não consegue sugar de forma eficiente, o esvaziamento da mama é prejudicado;
  • Amamentação com horários rígidos: restringir o aleitamento a horários fixos pode impedir a livre demanda, dificultando a regulação da produção de leite;
  • Uso precoce de mamadeira ou chupeta: pode interferir na amamentação e reduzir a frequência das mamadas no peito;


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  • Produção de leite maior que a demanda do bebê: comum nos primeiros dias após o parto;
  • Extração incompleta do leite: seja manual ou com bomba, pode deixar resíduos de leite que contribuem para o ingurgitamento;
  • Desmame abrupto: parar de amamentar de forma repentina pode causar acúmulo de leite nas mamas.

O ingurgitamento pode interferir na produção de leite a longo prazo?


Quando não tratamos adequadamente, o ingurgitamento mamário pode sim interferir na produção de leite a longo prazo.


Quando as mamas ficam constantemente cheias e não são esvaziadas corretamente, a produção de leite pode ser afetada.


Isso ocorre porque a pressão do leite acumulado pode reduzir a eficácia da amamentação e, com o tempo, diminuir a demanda do bebê, o que pode levar a uma diminuição na produção de leite.


Além disso, a obstrução de ductos mamários, resultante de ingurgitamento repetido ou não tratado, pode causar inflamação e até infecção, o que pode prejudicar ainda mais o processo de produção de leite.


Em casos mais graves, isso pode até afetar a habilidade do bebê de mamar adequadamente, criando um ciclo negativo.


Portanto, é fundamental buscar tratamento caso os sintomas de ingurgitamento se mantenham ou se agravem.


Como identificar o ingurgitamento mamário?


Confira abaixo os principais sintomas do ingurgitamento mamário:



  • Aumento bilateral e simétrico das mamas: as duas mamas ficam inchadas, duras e tensas devido ao acúmulo de leite, edema e congestão vascular;
  • Dor e desconforto generalizados: a mama pode ficar dolorida ao toque, com sensação de peso e calor;
  • Pele brilhante e esticada: a pele da mama pode parecer lisa e distendida devido ao edema;


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  • Auréola e mamilo achatados: o inchaço pode tornar a auréola rígida, dificultando a pega do bebê;
  • Febre baixa ou ausência de febre: diferentemente da mastite, o ingurgitamento geralmente não causa febre alta (acima de 38,5°C);
  • Melhora com a amamentação ou extração de leite: o alívio ocorre após a sucção eficiente do bebê ou ordenha, seja manual ou mecânica.


Quais medidas podem aliviar o desconforto do ingurgitamento?


Aqui estão algumas medidas que podem ajudar a aliviar o desconforto causado pelo ingurgitamento mamário:


Amamentar com frequência


Amamentar o bebê frequentemente, sempre que ele demonstrar sinais de fome, ajuda a esvaziar as mamas e a aliviar a pressão do leite acumulado.


Realizar massagens suaves nas mamas


Massagens suaves nas mamas antes de amamentar podem ajudar a soltar o leite e facilitar a retirada.


Compressas quentes ou frias


Compressas mornas antes de amamentar podem ajudar a suavizar o leite e facilitar a drenagem.


Além disso, compressas frias após a amamentação podem reduzir o inchaço e aliviar a dor.



Retirada manual ou com bomba de leite


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Se o bebê não conseguir esvaziar completamente a mama, a extração manual ou com bomba pode ser uma boa solução para aliviar a pressão.


Mudança de posição durante a amamentação


Alterar a posição do bebê pode ajudar a melhorar a pega e garantir que a mama seja mais efetivamente esvaziada.


Uso de sutiã de amamentação adequado


Um sutiã bem ajustado, que ofereça suporte sem apertar, pode ajudar a reduzir a dor e o desconforto sem prejudicar o fluxo de leite.


Evitar compressão nas mamas


Não use roupas ou faixas apertadas que possam dificultar o esvaziamento natural do leite.


No nosso site, temos um artigo completo sobre amamentação, acesse para entender os benefícios dessa prática e saber o que fazer para driblar as dificuldades.


Quando indicamos buscar a ginecologista?


Indicamos procurar a ginecologista quando o ingurgitamento mamário não for aliviado com as medidas caseiras ou quando os sintomas se intensificarem, como dor persistente, inchaço exagerado, febre, calafrios ou vermelhidão nas mamas.


Isso pode indicar o início de uma mastite, uma infecção que requer tratamento médico.


Além disso, se o desconforto impedir a amamentação de forma eficaz, dificultando a pega do bebê ou se houver sinais de que o leite não está sendo adequadamente esvaziado das mamas, a visita à especialista se torna essencial.


A ginecologista pode realizar uma avaliação detalhada, oferecer orientações sobre o processo de amamentação, corrigir possíveis erros na técnica de amamentação ou recomendar o uso de medicamentos ou outras intervenções se houver infecção ou complicações associadas.


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Então, caso o ingurgitamento persista por mais de 48 horas ou se houver qualquer outra preocupação, agende uma consulta com a especialista.



Conte com a orientação especializada para cuidar de sua saúde e do seu bebê!


Dra Juliana Ribeiro - Ginecologista em São Paulo

Dra. Juliana Ribeiro

Ginecologia, Obstetrícia e Saúde Feminina


Ginecologista e Obstetra de formação, eu acredito que informação é a maior forma de poder que podemos ter. Como médica, tenho a missão de trazer a vocês o maior número de informações possíveis, a fim de poder ajudá-las a participar ativamente do cuidado da sua saúde.


Acredito que a prevenção é a melhor escolha sempre e que o engajamento da paciente no tratamento é a melhor forma de ele dar certo.

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