Amamentar é um dos momentos mais especiais da maternidade, mas também pode ser um grande desafio, especialmente quando surgem problemas, como o ingurgitamento mamário.
Essa condição é comum nos primeiros dias após o parto, mas felizmente há maneiras de aliviar os sintomas e garantir que você e o seu bebê sigam com a amamentação de forma tranquila e saudável.
Neste artigo, vamos mostrar o que fazer para lidar com o ingurgitamento mamário e retomar o prazer da amamentação.
Acompanhe!
O que é ingurgitamento mamário?
O ingurgitamento mamário é uma condição comum que ocorre principalmente nos primeiros dias após o parto, quando há um aumento repentino na produção de leite materno e o fluxo ainda não está totalmente regulado.
Isso faz com que as mamas fiquem excessivamente cheias, endurecidas, sensíveis e, muitas vezes, doloridas.
Ocorre porque há um acúmulo de leite, sangue e outros fluidos nos tecidos mamários, o que leva ao inchaço e à congestão dos seios.
Dessa forma, o ingurgitamento pode dificultar a amamentação e até mesmo desencadear complicações, como fissuras mamilares e até mastite.
É importante citar que essa situação costuma ser temporária, que tende a se resolver com a regularização da amamentação.
Contudo, requer atenção e cuidados para garantir o bem-estar da mãe e a manutenção do aleitamento.
Quais são as principais causas do ingurgitamento mamário?
Entre as principais causas que contribuem para o surgimento do ingurgitamento mamário, podemos destacar:
- Intervalos longos entre as mamadas: amamentar com pouca frequência favorece o acúmulo de leite nas mamas;
- Pega incorreta do bebê: quando o bebê não consegue sugar de forma eficiente, o esvaziamento da mama é prejudicado;
- Amamentação com horários rígidos: restringir o aleitamento a horários fixos pode impedir a livre demanda, dificultando a regulação da produção de leite;
- Uso precoce de mamadeira ou chupeta: pode interferir na amamentação e reduzir a frequência das mamadas no peito;

- Produção de leite maior que a demanda do bebê: comum nos primeiros dias após o parto;
- Extração incompleta do leite: seja manual ou com bomba, pode deixar resíduos de leite que contribuem para o ingurgitamento;
- Desmame abrupto: parar de amamentar de forma repentina pode causar acúmulo de leite nas mamas.
O ingurgitamento pode interferir na produção de leite a longo prazo?
Quando não tratamos adequadamente, o ingurgitamento mamário pode sim interferir na produção de leite a longo prazo.
Quando as mamas ficam constantemente cheias e não são esvaziadas corretamente, a produção de leite pode ser afetada.
Isso ocorre porque a pressão do leite acumulado pode reduzir a eficácia da amamentação e, com o tempo, diminuir a demanda do bebê, o que pode levar a uma diminuição na produção de leite.
Além disso, a obstrução de ductos mamários, resultante de ingurgitamento repetido ou não tratado, pode causar inflamação e até infecção, o que pode prejudicar ainda mais o processo de produção de leite.
Em casos mais graves, isso pode até afetar a habilidade do bebê de mamar adequadamente, criando um ciclo negativo.
Portanto, é fundamental buscar tratamento caso os sintomas de ingurgitamento se mantenham ou se agravem.
Como identificar o ingurgitamento mamário?
Confira abaixo os principais sintomas do ingurgitamento mamário:
- Aumento bilateral e simétrico das mamas: as duas mamas ficam inchadas, duras e tensas devido ao acúmulo de leite, edema e congestão vascular;
- Dor e desconforto generalizados: a mama pode ficar dolorida ao toque, com sensação de peso e calor;
- Pele brilhante e esticada: a pele da mama pode parecer lisa e distendida devido ao edema;

- Auréola e mamilo achatados: o inchaço pode tornar a auréola rígida, dificultando a pega do bebê;
- Febre baixa ou ausência de febre: diferentemente da mastite, o ingurgitamento geralmente não causa febre alta (acima de 38,5°C);
- Melhora com a amamentação ou extração de leite: o alívio ocorre após a sucção eficiente do bebê ou ordenha, seja manual ou mecânica.
Quais medidas podem aliviar o desconforto do ingurgitamento?
Aqui estão algumas medidas que podem ajudar a aliviar o desconforto causado pelo ingurgitamento mamário:
Amamentar com frequência
Amamentar o bebê frequentemente, sempre que ele demonstrar sinais de fome, ajuda a esvaziar as mamas e a aliviar a pressão do leite acumulado.
Realizar massagens suaves nas mamas
Massagens suaves nas mamas antes de amamentar podem ajudar a soltar o leite e facilitar a retirada.
Compressas quentes ou frias
Compressas mornas antes de amamentar podem ajudar a suavizar o leite e facilitar a drenagem.
Além disso, compressas frias após a amamentação podem reduzir o inchaço e aliviar a dor.
Retirada manual ou com bomba de leite

Se o bebê não conseguir esvaziar completamente a mama, a extração manual ou com bomba pode ser uma boa solução para aliviar a pressão.
Mudança de posição durante a amamentação
Alterar a posição do bebê pode ajudar a melhorar a pega e garantir que a mama seja mais efetivamente esvaziada.
Uso de sutiã de amamentação adequado
Um sutiã bem ajustado, que ofereça suporte sem apertar, pode ajudar a reduzir a dor e o desconforto sem prejudicar o fluxo de leite.
Evitar compressão nas mamas
Não use roupas ou faixas apertadas que possam dificultar o esvaziamento natural do leite.
No nosso site, temos um artigo completo sobre amamentação, acesse para entender os benefícios dessa prática e saber o que fazer para driblar as dificuldades.
Quando indicamos buscar a ginecologista?
Indicamos procurar a ginecologista quando o ingurgitamento mamário não for aliviado com as medidas caseiras ou quando os sintomas se intensificarem, como dor persistente, inchaço exagerado, febre, calafrios ou vermelhidão nas mamas.
Isso pode indicar o início de uma mastite, uma infecção que requer tratamento médico.
Além disso, se o desconforto impedir a amamentação de forma eficaz, dificultando a pega do bebê ou se houver sinais de que o leite não está sendo adequadamente esvaziado das mamas, a visita à especialista se torna essencial.
A ginecologista pode realizar uma avaliação detalhada, oferecer orientações sobre o processo de amamentação, corrigir possíveis erros na técnica de amamentação ou recomendar o uso de medicamentos ou outras intervenções se houver infecção ou complicações associadas.

Então, caso o ingurgitamento persista por mais de 48 horas ou se houver qualquer outra preocupação, agende uma consulta com a especialista.
Conte com a orientação especializada para cuidar de sua saúde e do seu bebê!
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