Muito se fala sobre a importância da vitamina D e neste texto vamos explicar o quanto ela é fundamental para a saúde da mulher!
A vitamina D é uma substância conhecidamente essencial para a regulação do equilíbrio do cálcio e do fosfato no nosso organismo, ou seja, tem papel fundamental no metabolismo dos ossos.
No entanto, novos estudos trazem informações adicionais em relação a sua importância para o funcionamento de muitos outros tecidos e sistemas.
Por exemplo, de acordo com a Febrasgo, a vitamina D pode auxiliar na redução do risco de uma série de doenças crônicas, como as doenças autoimunes, infecciosas, cardiovasculares, a diabetes mellitus e o câncer.
Além disso, possui papel especial em diversas fases da vida da mulher, como na gestação e na menopausa.
No entanto, diversos estudos mostram que, no Brasil, cerca de 20 a 25% da população apresenta insuficiência desta vitamina, a depender da região. Na cidade de São Paulo, cerca de 42% da população idosa possui deficiência desta vitamina.
Por isso, é essencial compreender quais as fontes de vitamina D, seus benefícios para a saúde da mulher, bem como o momento correto de fazer a suplementação.
Fontes de vitamina D
Como sabemos, a principal fonte de vitamina D é a exposição ao sol, já que os raios ultravioletas (UVB) ativam a síntese dessa substância na nossa pele.
Inclusive, a taxa de formação da vitamina D pela pele possui relação direta com o tempo e a intensidade de exposição à luz solar.
No entanto, a intensidade dos raios UVB incidentes na pele varia conforme diversos fatores. Por exemplo, estações como inverno e outono contribuem para diminuir a exposição e determinam menor produção de vitamina D.
Além disso, pessoas mais idosas tendem a ser menos ativas e se expõem menos ao sol, o que pode influenciar significativamente a quantidade de vitamina D no corpo.
Outra forma de obter esta vitamina é através da ingestão de alguns alimentos, por exemplo:
- Peixes gordurosos, como salmão, atum, sardinha, cavala e arenque;
- Óleo de fígado de bacalhau;
- Leite e derivados;
- Fígado bovino;
- Cereais.

Todavia, estima-se que a alimentação seja responsável por somente 10 a 20% da vitamina D necessária para nosso organismo, sendo a síntese cutânea devido à exposição solar a principal fonte.
Assim, a Sociedade Brasileira de Dermatologia recomenda a exposição ao sol por 5 a 10 minutos todos os dias com áreas do corpo descobertas (como pernas, braços, costas e barriga) para sintetizar a vitamina D em níveis satisfatórios.
Lembrando que o horário ideal de exposição é antes das 10h da manhã e após as 16h, no fim de tarde.
Benefícios da vitamina D para a mulher
Diversos são os benefícios da vitamina D para a saúde da mulher, em todas as fases de sua vida. Vamos conhecer os principais:
Metabolismo ósseo e redução dos riscos de fratura
A vitamina D tem papel fundamental na promoção e manutenção da saúde esquelética.
A falta desta vitamina pode levar à perda óssea e defeitos de mineralização, aumentando o risco de osteoporose e, consequentemente, fraturas.
Especialmente na menopausa, os baixos índices de estrogênio no corpo podem prejudicar a produção natural da vitamina D. Este aspecto, somado à redução da exposição ao sol e à perda de tônus muscular, comuns com o avançar da idade, pode tornar o risco de fraturas ainda maior
Assim, a suplementação de vitamina D ajudará a reduzir a perda óssea e aumentar a densidade mineral, diminuindo significativamente a incidência de fraturas e quedas.
Redução dos riscos na gestação

A vitamina D possui papel fundamental na gestação. Isso porque, quando seus níveis estão abaixo do normal, há um risco aumentado de pré-eclâmpsia, diabetes gestacional e vaginose bacteriana.
Além disso, a quantidade desta substância no corpo da mãe também afeta a saúde do feto, que pode apresentar baixo peso fetal, raquitismo congênito e fraturas, caso a quantidade da vitamina não seja satisfatória.
Assim, a suplementação em gestantes que apresentam carência pode ser benéfica para combater uma série de complicações.
Apesar disso, mais estudos e ensaios clínicos são necessários para definir um nível seguro de dose máxima de reposição na gestação. De acordo com estudo publicado pela Febrasgo, aparentemente, a dose de até 4.000 UI diárias, quando a mulher possui deficiência da substância, não apresenta prejuízos para o feto nem para a mãe.
Pelo contrário, parece trazer benefícios, como por exemplo, redução do risco de pré-eclâmpsia, baixo peso ao nascer, parto prematuro, além de gerar o aumento do comprimento e da circunferência da cabeça do recém-nascido.
O uso de altas doses (acima de 10.000UI/ dose), mesmo que de modo semanal, não tem respaldo de segurança e, principalmente, de eficácia, pois a placenta metaboliza esta vitamina D em excesso, dificultando a chance de atingir os níveis séricos considerados ideais.
Melhora da saúde cardiovascular
Atualmente, a principal causa de morte da população brasileira é a doença coronariana, seguida pelo acidente vascular cerebral.
Sabemos que baixos níveis de vitamina D estão associados à síndrome metabólica, que caracteriza-se por uma série de anormalidades hormonais que trazem diversos malefícios para a saúde da paciente. Assim, a mulher pode ter uma chance maior de desenvolver diversas doenças, por exemplo, a hipertensão, doenças cardíacas, AVC e Diabetes.
Então, é muito bem definido que a síndrome metabólica está relacionada com maior risco de eventos cardiovasculares. Além disso, sabemos que pacientes com esta síndrome, obesidade, ou diabetes apresentam, frequentemente, níveis mais baixos de vitamina D.
Dessa forma, a reposição de vitamina D pode proporcionar uma proteção contra problemas cardiovasculares e melhor sobrevida da paciente.
Redução do risco de câncer
Uma série de estudos apontam que a deficiência de vitamina D tem sido relacionada com o aumento no risco de câncer, ou seja, a vitamina D e seus análogos podem apresentar atividades anticancerígenas.
Em um estudo publicado pela Febrasgo, níveis reduzidos de vitamina D sérica foram observados em pacientes com câncer de ovário.
Sabemos que os análogos da vitamina D têm a capacidade de prevenir o desenvolvimento de câncer devido a diversos mecanismos.
Por exemplo, eles podem inibir a proliferação celular, promover a diferenciação celular, bloquear a angiogênese, inibir a capacidade de invasão e metástase, regular a homeostase do cálcio intracelular, prevenir a inflamação, promover a resposta imune, alterar o metabolismo, bloquear a produção de prostaglandinas específicas e inibir a expressão de genes tumorais.
No entanto, a suplementação de vitamina D para a redução do risco de câncer ainda requer maiores estudos.
Saúde muscular

O receptor de vitamina D parece ser expresso nos tecidos musculares e acredita-se que esta vitamina seja responsável por estimular o aumento da síntese de proteínas, especialmente, nas fibras musculares de contração rápida.
Assim, sabemos que esta substância ajuda a combater a fraqueza e dor muscular, bem como atua no ganho e preservação de massa magra.
Combate a doenças autoimunes
Atualmente, já existem algumas evidências de que a deficiência de vitamina D está ligada ao desenvolvimento de doenças, como lúpus, diabetes mellitus tipo 1, esclerose múltipla e artrite reumatoide.
Além disso, muitos são os estudos atuais sobre o papel da vitamina D na melhora da resposta imune e regulação dos mediadores inflamatórios do nosso corpo.
Assim, acredita-se que a suplementação desta vitamina possa auxiliar no controle de uma série de doenças autoimunes. Apesar disso, a dose a ser utilizada ainda não está bem instituída.
Quando fazer a suplementação?
A suplementação da vitamina D para correção e manutenção dos níveis ideais é benéfica para a saúde de todos os indivíduos que estão com déficit deste nutriente.

No entanto, deve ser feita com auxílio de um profissional e com base na execução de exames adequados para avaliar se realmente é necessário e com que dose suplementar esta vitamina.
Existem algumas pacientes que possuem condições que demandam maior atenção, por exemplo:
- Distúrbios intestinais;
- Osteoporose ou histórico de fraturas;
- Histórico de cirurgia bariátrica;
- Pele de cor mais escura;
- Condições que limitam a absorção de gordura;
- Dificuldade de tomar sol;
- Idade acima de 60 anos;
- Gestantes e lactantes, e outros.
Mas quais os níveis ideais?
Para pessoas sem fatores de risco, acima de 20 ng/ml e para a população com fator de risco, acima de 30 ng/ml. Na gestação, se possível, manter vitamina D ao redor de 40-60 ng/ml.
Atente que, por ser uma vitamina lipossolúvel, a vitamina D é armazenada no nosso corpo e níveis acima de 100 ng/ml estão associados a intoxicação e efeitos adversos!
Assim como a falta, o excesso de vitamina D também pode ser prejudicial e tóxico ao organismo. Isso porque, quando em quantidades elevadas, pode causar insuficiência renal, fraqueza, desidratação, calcificação dos tecidos do corpo (como nos vasos coronários e válvulas do coração) e arritmias cardíacas.
Ou seja, não é porque ouvimos falar a todo tempo sobre os benefícios da vitamina D que podemos fazer a suplementação por conta própria.
Como saber se meus níveis estão normais?
Pode-se dosar a vitamina D no sangue, junto com outros exames.
Especialmente se você possui algum fator de risco - essas situações que demandam mais atenção que falei acima - peça à sua médica para solicitar a dosagem de vitamina D na sua próxima consulta.
Como repor a vitamina D?
Além da orientação de exposição solar, as pessoas com níveis insuficientes desta vitamina devem receber a reposição.
A vitamina D pode ser usada por via oral, na forma de gotas ou cápsulas, com doses diárias ou semanais, com resultados satisfatórios na imensa maioria das vezes. Somente uma mínima parcela vai necessitar de reposição parenteral (endovenosa, geralmente).
Então, não se automedique! Procure uma médica Ginecologista para avaliar sua saúde como um todo e a necessidade da suplementação!
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