Exame do cotonete em gestantes para identificar o Streptococcus agalactiae: entenda!

22 de julho de 2025
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Durante o pré-natal, diversos exames são solicitados para garantir a saúde da gestante e do bebê e um deles, embora simples, é de extrema importância: o exame do cotonete em gestantes.

Esse teste tem como objetivo identificar uma bactéria que pode estar presente no trato genital e intestinal da mulher sem causar problemas em condições cotidianas. 


Entretanto, se não for tratada, ela pode ser transmitida ao recém-nascido durante o parto, provocando infecções graves.


Portanto, entender a função desse exame, como ele é feito e por que é tão importante é essencial para garantir um parto mais seguro e proteger o bebê desde os primeiros momentos de vida.


O que é o exame do cotonete em gestantes e por que ele é realizado?


O exame do cotonete em gestantes, também conhecido como cultura para estreptococo do grupo B (Streptococcus agalactiae), é um teste simples e fundamental da consulta pré-natal.


Realizamos esse exame com o objetivo de identificar a presença dessa bactéria na região vaginal e retal da gestante.


O Streptococcus agalactiae é uma bactéria que pode estar presente naturalmente no trato gastrointestinal ou genital de mulheres saudáveis, sem causar sintomas.


No entanto, durante o parto, ela pode ser transmitida ao bebê, especialmente em partos vaginais, representando risco de infecções graves no recém-nascido.


Por esse motivo, a Federação Brasileira das Associações de Ginecologia e Obstetrícia (FEBRASGO) recomenda que o exame seja realizado entre a 35ª e a 37ª semana de gestação.


Caso a bactéria seja identificada, a gestante recebe antibiótico durante o trabalho de parto para evitar a transmissão ao bebê.


Como realizamos esse exame? 


O exame do cotonete para identificar o Streptococcus agalactiae é um procedimento simples, rápido e indolor.


Durante a consulta de pré-natal, utilizamos um cotonete estéril para coletar amostras da região vaginal e do canal anal da gestante, sem necessidade de espéculo ou preparo prévio.


A coleta é semelhante a um exame ginecológico de rotina e dura apenas alguns minutos.


Então, enviamos o material colhido para análise laboratorial, onde será cultivado para verificar a presença da bactéria Streptococcus agalactiae, também chamada de estreptococo do grupo B.


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Ressaltamos que se trata de um teste seguro e altamente recomendado, já que a detecção precoce da bactéria permite medidas preventivas eficazes para proteger o bebê de possíveis infecções no momento do parto.


Quais são os riscos de não identificar o Streptococcus agalactiae na gestação?


Como mencionamos, o Streptococcus agalactiae, também conhecido como estreptococo do grupo B, é uma bactéria que pode colonizar o trato genital e intestinal de gestantes sem causar maiores problemas.


Porém, se não for identificado e tratado adequadamente durante a gestação, especialmente no momento do parto, pode ser transmitido ao bebê e provocar complicações graves, como por exemplo:


Sepse neonatal precoce


A infecção generalizada no recém-nascido pode ocorrer nas primeiras horas ou dias de vida, sendo potencialmente fatal se não tratada rapidamente.


Pneumonia neonatal


O bebê pode desenvolver uma infecção pulmonar grave, dificultando a respiração e exigindo internação em unidade neonatal intensiva.


Meningite


A bactéria pode atingir o sistema nervoso central do recém-nascido, causando inflamação nas meninges e podendo deixar sequelas neurológicas permanentes.


Nascimento prematuro ou ruptura prematura de membranas


A presença da bactéria pode estar associada a complicações obstétricas que antecipam o parto.


No nosso blog, temos um artigo completo sobre o trabalho de parto prematuro, acesse para saber mais!


Óbito neonatal



Em casos graves e não diagnosticados, a infecção por estreptococo do grupo B pode levar à morte do bebê logo após o nascimento.


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Se o resultado for positivo, qual é o tratamento indicado?


Se o resultado do exame do cotonete for positivo para Streptococcus agalactiae, o tratamento indicado é a administração de antibióticos durante o trabalho de parto.


O antibiótico mais utilizado é a penicilina, aplicada por via intravenosa.


O objetivo é reduzir o risco de transmissão da bactéria para o bebê no momento do parto vaginal.


Iniciamos a administração do medicamento assim que a gestante entra em trabalho de parto ou rompe a bolsa, sendo mantida a cada quatro horas até o nascimento.


Essa profilaxia não é necessária durante a gestação, apenas no momento do parto, já que a colonização pelo estreptococo pode retornar mesmo após o uso precoce de antibióticos.


Além disso, em casos de alergia à penicilina, poderemos indicar outros medicamentos como alternativa.


A presença do estreptococo B interfere no tipo de parto?



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A presença do estreptococo do grupo B (Streptococcus agalactiae) não interfere diretamente na escolha do tipo de parto.


A detecção da bactéria não é, por si só, uma indicação para cesariana.


Assim, gestantes que testam positivo podem ter um parto vaginal normalmente, desde que recebam o tratamento adequado com antibióticos durante o trabalho de parto.


Podemos considerar o parto cesariana por outros motivos obstétricos, mas não indicamos apenas pela presença do estreptococo B.


Entretanto, se por algum motivo indicado a cesariana for agendada e realizada antes do início do trabalho de parto e sem ruptura das membranas, geralmente não é necessário o uso de antibióticos específicos para o estreptococo B, já que o risco de transmissão para o bebê é muito baixo.


Por isso, avaliamos a conduta individualmente, considerando o histórico da gestante e as condições do parto.


Pré-natal e o exame do cotonete em gestantes: conte com o acompanhamento da obstetra


Durante a gestação, o acompanhamento pré-natal é essencial para garantir a saúde da mãe e do bebê, e contar com a obstetra ao longo de todo esse processo faz toda a diferença.


A obstetra é a profissional que orienta, monitora e conduz cada etapa da gravidez com segurança.


Também avaliamos o desenvolvimento fetal, o bem-estar materno e indicamos os exames necessários em cada fase, como o exame do cotonete para detecção do Streptococcus agalactiae.


A obstetra também esclarece dúvidas, orienta sobre alimentação, prática de atividades físicas, sinais de alerta e prepara a gestante para o parto e o pós-parto.


Além disso, avaliamos a necessidade de exames complementares, acompanhamos condições como hipertensão, diabetes gestacional e outras intercorrências que podem surgir ao longo da gestação.


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Ter esse suporte contínuo é o melhor caminho para uma gestação tranquila, saudável e segura.



Agende uma consulta e tenha um pré-natal responsável e humano. Sua saúde e a do seu bebê merecem esse cuidado!


Dra Juliana Ribeiro - Ginecologista em São Paulo

Dra. Juliana Ribeiro

Ginecologia, Obstetrícia e Saúde Feminina


Ginecologista e Obstetra de formação, eu acredito que informação é a maior forma de poder que podemos ter. Como médica, tenho a missão de trazer a vocês o maior número de informações possíveis, a fim de poder ajudá-las a participar ativamente do cuidado da sua saúde.


Acredito que a prevenção é a melhor escolha sempre e que o engajamento da paciente no tratamento é a melhor forma de ele dar certo.

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