Exame do cotonete em gestantes para identificar o Streptococcus agalactiae: entenda!
Durante o pré-natal, diversos exames são solicitados para garantir a saúde da gestante e do bebê e um deles, embora simples, é de extrema importância: o exame do cotonete em gestantes.
Esse teste tem como objetivo identificar uma bactéria que pode estar presente no trato genital e intestinal da mulher sem causar problemas em condições cotidianas.
Entretanto, se não for tratada, ela pode ser transmitida ao recém-nascido durante o parto, provocando infecções graves.
Portanto, entender a função desse exame, como ele é feito e por que é tão importante é essencial para garantir um parto mais seguro e proteger o bebê desde os primeiros momentos de vida.
O que é o exame do cotonete em gestantes e por que ele é realizado?
O exame do cotonete em gestantes, também conhecido como cultura para estreptococo do grupo B (Streptococcus agalactiae), é um teste simples e fundamental da consulta pré-natal.
Realizamos esse exame com o objetivo de identificar a presença dessa bactéria na região vaginal e retal da gestante.
O Streptococcus agalactiae é uma bactéria que pode estar presente naturalmente no trato gastrointestinal ou genital de mulheres saudáveis, sem causar sintomas.
No entanto, durante o parto, ela pode ser transmitida ao bebê, especialmente em partos vaginais, representando risco de infecções graves no recém-nascido.
Por esse motivo, a Federação Brasileira das Associações de Ginecologia e Obstetrícia (FEBRASGO) recomenda que o exame seja realizado entre a 35ª e a 37ª semana de gestação.
Caso a bactéria seja identificada, a gestante recebe antibiótico durante o trabalho de parto para evitar a transmissão ao bebê.
Como realizamos esse exame?
O exame do cotonete para identificar o Streptococcus agalactiae é um procedimento simples, rápido e indolor.
Durante a consulta de pré-natal, utilizamos um cotonete estéril para coletar amostras da região vaginal e do canal anal da gestante, sem necessidade de espéculo ou preparo prévio.
A coleta é semelhante a um exame ginecológico de rotina e dura apenas alguns minutos.
Então, enviamos o material colhido para análise laboratorial, onde será cultivado para verificar a presença da bactéria Streptococcus agalactiae, também chamada de estreptococo do grupo B.

Ressaltamos que se trata de um teste seguro e altamente recomendado, já que a detecção precoce da bactéria permite medidas preventivas eficazes para proteger o bebê de possíveis infecções no momento do parto.
Quais são os riscos de não identificar o Streptococcus agalactiae na gestação?
Como mencionamos, o Streptococcus agalactiae, também conhecido como estreptococo do grupo B, é uma bactéria que pode colonizar o trato genital e intestinal de gestantes sem causar maiores problemas.
Porém, se não for identificado e tratado adequadamente durante a gestação, especialmente no momento do parto, pode ser transmitido ao bebê e provocar complicações graves, como por exemplo:
Sepse neonatal precoce
A infecção generalizada no recém-nascido pode ocorrer nas primeiras horas ou dias de vida, sendo potencialmente fatal se não tratada rapidamente.
Pneumonia neonatal
O bebê pode desenvolver uma infecção pulmonar grave, dificultando a respiração e exigindo internação em unidade neonatal intensiva.
Meningite
A bactéria pode atingir o sistema nervoso central do recém-nascido, causando inflamação nas meninges e podendo deixar sequelas neurológicas permanentes.
Nascimento prematuro ou ruptura prematura de membranas
A presença da bactéria pode estar associada a complicações obstétricas que antecipam o parto.
No nosso blog, temos um artigo completo sobre o trabalho de parto prematuro, acesse para saber mais!
Óbito neonatal
Em casos graves e não diagnosticados, a infecção por estreptococo do grupo B pode levar à morte do bebê logo após o nascimento.

Se o resultado for positivo, qual é o tratamento indicado?
Se o resultado do exame do cotonete for positivo para Streptococcus agalactiae, o tratamento indicado é a administração de antibióticos durante o trabalho de parto.
O antibiótico mais utilizado é a penicilina, aplicada por via intravenosa.
O objetivo é reduzir o risco de transmissão da bactéria para o bebê no momento do parto vaginal.
Iniciamos a administração do medicamento assim que a gestante entra em trabalho de parto ou rompe a bolsa, sendo mantida a cada quatro horas até o nascimento.
Essa profilaxia não é necessária durante a gestação, apenas no momento do parto, já que a colonização pelo estreptococo pode retornar mesmo após o uso precoce de antibióticos.
Além disso, em casos de alergia à penicilina, poderemos indicar outros medicamentos como alternativa.
A presença do estreptococo B interfere no tipo de parto?

A presença do estreptococo do grupo B (Streptococcus agalactiae) não interfere diretamente na escolha do tipo de parto.
A detecção da bactéria não é, por si só, uma indicação para cesariana.
Assim, gestantes que testam positivo podem ter um parto vaginal normalmente, desde que recebam o tratamento adequado com antibióticos durante o trabalho de parto.
Podemos considerar o parto cesariana por outros motivos obstétricos, mas não indicamos apenas pela presença do estreptococo B.
Entretanto, se por algum motivo indicado a cesariana for agendada e realizada antes do início do trabalho de parto e sem ruptura das membranas, geralmente não é necessário o uso de antibióticos específicos para o estreptococo B, já que o risco de transmissão para o bebê é muito baixo.
Por isso, avaliamos a conduta individualmente, considerando o histórico da gestante e as condições do parto.
Pré-natal e o exame do cotonete em gestantes: conte com o acompanhamento da obstetra
Durante a gestação, o acompanhamento pré-natal é essencial para garantir a saúde da mãe e do bebê, e contar com a obstetra ao longo de todo esse processo faz toda a diferença.
A obstetra é a profissional que orienta, monitora e conduz cada etapa da gravidez com segurança.
Também avaliamos o desenvolvimento fetal, o bem-estar materno e indicamos os exames necessários em cada fase, como o exame do cotonete para detecção do Streptococcus agalactiae.
A obstetra também esclarece dúvidas, orienta sobre alimentação, prática de atividades físicas, sinais de alerta e prepara a gestante para o parto e o pós-parto.
Além disso, avaliamos a necessidade de exames complementares, acompanhamos condições como hipertensão, diabetes gestacional e outras intercorrências que podem surgir ao longo da gestação.

Ter esse suporte contínuo é o melhor caminho para uma gestação tranquila, saudável e segura.
Agende uma consulta e tenha um pré-natal responsável e humano. Sua saúde e a do seu bebê merecem esse cuidado!
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