Sangramento na gestação: saiba como proceder

29 de julho de 2025
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O sangramento na gestação é uma situação que causa muita preocupação e insegurança nas futuras mamães, especialmente por surgir de forma inesperada.

Embora nem todo sangramento signifique algo grave, ele nunca deve ser ignorado, já que pode estar relacionado a alterações benignas, mas também a complicações que exigem atenção médica.


Assim, entender quando o sangramento é um sinal de alerta e como agir diante desse sintoma é fundamental.


Neste artigo, você vai saber o que pode causar o sangramento na gravidez, quando buscar ajuda e qual a importância do acompanhamento com a obstetra durante toda a gestação.


Acompanhe!


O sangramento durante a gravidez é sempre motivo de preocupação?


O sangramento durante a gravidez nem sempre é sinal de algo grave, mas deve ser encarado com atenção, pois pode indicar diferentes condições, algumas benignas e outras que exigem cuidados imediatos.


Sangramentos leves e de curta duração podem ocorrer, especialmente no início da gestação, e muitas vezes estão relacionados à implantação do embrião no útero ou a alterações hormonais.


Porém, qualquer sangramento posterior deve ser avaliado pela obstetra, pois também pode sinalizar complicações, especialmente nos casos que ocorrem após o primeiro trimestre.



Nesse sentido, a intensidade do sangramento, sua coloração, a presença de dor ou outros sintomas associados ajudam a especialista a identificar a causa e determinar a conduta mais segura.


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Quais são as causas mais comuns de sangramento no início da gravidez?


Entre as causas mais frequentes de sangramento no primeiro trimestre da gestação, destacamos:


Sangramento de implantação


Ocorre quando o embrião se fixa na parede do útero, geralmente entre a 4ª e a 5ª semana de gestação, podendo causar um leve sangramento rosado ou amarronzado.


Gestação ectópica


Quando o embrião se implanta fora do útero, geralmente nas trompas. 



É uma condição grave, que pode causar sangramento vaginal acompanhado de dor abdominal intensa.


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Descolamento do saco gestacional


O descolamento do saco gestacional, também chamado de descolamento ovular ou hematoma subcoriônico, é a separação parcial entre o saco gestacional e a parede do útero, normalmente durante o primeiro trimestre da gestação. 


Geralmente ocorre por causa de um acúmulo de sangue entre o útero e o saco gestacional, frequentemente após a implantação do embrião.


Aborto espontâneo


Se o sangramento for mais intenso, com cólicas e dilatação do colo do útero, pode indicar perda gestacional.


Infecções vaginais ou cervicais


Inflamações ou infecções na vagina ou no colo do útero também podem provocar pequenos sangramentos, especialmente após relação sexual.


Alterações no colo do útero


Maior vascularização ou lesões benignas (como pólipos) podem causar sangramentos leves, principalmente após exames ou relações.


Sangramentos no segundo e terceiro trimestre indicam problemas mais sérios?


Sangramentos que ocorrem no segundo e, especialmente, no terceiro trimestre da gestação geralmente são considerados sinais de alerta e devem ser avaliados com urgência, pois costumam estar associados a condições mais graves.


Diferentemente dos sangramentos leves do início da gravidez, os sangramentos tardios podem indicar complicações como descolamento prematuro da placenta, placenta prévia ou trabalho de parto prematuro.


Descolamento prematuro da placenta


O descolamento prematuro da placenta interrompe o fornecimento de oxigênio e nutrientes ao bebê, podendo provocar sangramentos e representar riscos tanto para a gestante quanto para o feto.


O descolamento prematuro da placenta ocorre quando a placenta se separa parcial ou totalmente da parede do útero antes do nascimento.


Placenta Prévia


Já a placenta prévia é uma condição em que a placenta se posiciona total ou parcialmente sobre o colo do útero, dificultando o parto normal.


Podendo causar sangramento vermelho vivo em grande quantidade, geralmente sem causar dor.


Trabalho de Parto Prematuro 


O trabalho de parto prematuro, por sua vez, exige atendimento imediato para tentar evitar o parto antes do tempo.


Geralmente o sangramento é em menor quantidade e costuma ser acompanhado de contrações uterinas.


Portanto, devemos levar a sério e investigar qualquer sangramento, especialmente após a 20ª semana de gestação, pois pode representar riscos tanto para a mãe quanto para o bebê.


Quais características do sangramento indicam a necessidade de procurar ajuda médica imediata?


Algumas características do sangramento durante a gestação indicam maior risco e exigem atendimento médico imediato, independentemente da fase da gravidez.


Assim, a gestante deve estar atenta aos seguintes sinais:


  • Sangramento intenso (vermelho vivo, semelhante a uma menstruação forte ou com coágulos);
  • Presença de dor abdominal ou cólicas intensas, principalmente localizadas na parte inferior do abdômen ou na pelve;
  • Sangramento acompanhado de febre, calafrios ou mal-estar geral, que podem indicar infecções;
  • Sangramento com tontura, fraqueza ou desmaio, sinais que podem indicar perda de sangue significativa;
  • Saída de líquido pela vagina, com ou sem sangue, especialmente no segundo ou terceiro trimestre, o que pode indicar rompimento da bolsa;
  • Contrações uterinas regulares acompanhadas de sangramento, o que pode sugerir trabalho de parto prematuro;
  • Histórico de gravidez ectópica ou complicações anteriores, onde devemos considerar de risco qualquer sangramento.


Como investigamos a causa do sangramento?


Realizamos o diagnóstico do sangramento na gestação a partir de uma avaliação clínica detalhada.


Assim, conversamos com a paciente sobre seu histórico, o tempo de gestação, a intensidade e as características do sangramento, além da presença de sintomas associados, como dor ou febre.


Em seguida, realizamos o exame físico com cautela, podendo incluir a inspeção da vulva e da vagina, a palpação abdominal e, quando necessário, o toque vaginal, sempre avaliando os riscos.



Para complementar, solicitamos exames de imagem, principalmente a ultrassonografia transvaginal ou abdominal.


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Dessa forma, é possível verificar as condições do útero, a vitalidade do feto, a localização da placenta e descartar situações graves como gravidez ectópica, placenta prévia ou descolamento placentário.


Além disso, podemos pedir exames laboratoriais, como o beta-hCG quantitativo, hemograma e avaliação de infecções.


Como é o tratamento do sangramento na gravidez?


O tratamento para sangramento na gravidez varia de acordo com a causa, a intensidade do sangramento e o estágio gestacional. 


Em muitos casos, podemos recomendar repouso absoluto, uso de medicamentos para estabilizar a gestação ou controlar sintomas e, em situações mais graves, internação hospitalar para monitoramento contínuo. 


Cada caso é avaliado individualmente, sempre com foco na saúde da gestante e do bebê.


Quando o sangramento ocorre no início da gravidez e está relacionado à ameaça de aborto, geralmente recomendamos repouso relativo, abstinência sexual temporária e acompanhamento com ultrassonografias seriadas para avaliar a evolução da gestação.


Em casos de aborto inevitável ou incompleto, pode ser necessário o uso de medicamentos para esvaziamento uterino ou até mesmo a realização de curetagem uterina ou aspiração intrauterina, conhecida como AMIU.


Já quando se trata de gestação ectópica, que representa risco de hemorragia interna, podemos adotar o tratamento cirúrgico ou medicamentoso, dependendo de um conjunto de características específicas desta condição, quantificação do beta HCG e segurança no acompanhamento.


Além disso, em situações de descolamento prematuro da placenta, o manejo dependerá da gravidade.


Em casos leves, podemos optar por observação e controle hospitalar, mas se houver risco iminente à vida da mãe ou do bebê, o parto de urgência pode ser necessário.


Apesar de causar muita ansiedade, com o acompanhamento adequado e os cuidados certos, muitas gestantes conseguem seguir com uma gestação saudável e segura.


Qual a importância do pré-natal no acompanhamento desses quadros?


O pré-natal é uma etapa essencial para garantir a saúde da gestante e do bebê, especialmente quando surgem quadros como o sangramento durante a gravidez.


Ressaltamos que é por meio das consultas regulares que possíveis complicações são identificadas precocemente, permitindo intervenções seguras.


Além disso, o acompanhamento contínuo permite orientar a gestante sobre o que é esperado em cada fase da gestação e quando determinados sintomas merecem atenção.



Se você quer entender como funciona a consulta pré-natal, acesse esse artigo em nosso blog!


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Portanto, contar com uma obstetra de confiança durante toda a gestação faz diferença na prevenção de riscos, no acolhimento das dúvidas e na condução de um parto mais seguro.


Assim sendo, se você está grávida ou planejando engravidar, não adie o cuidado com a sua saúde e a do seu bebê.



Agende sua consulta com a especialista e tenha um pré-natal completo, com atenção individualizada em todas as etapas dessa jornada!


Dra Juliana Ribeiro - Ginecologista em São Paulo

Dra. Juliana Ribeiro

Ginecologia, Obstetrícia e Saúde Feminina


Ginecologista e Obstetra de formação, eu acredito que informação é a maior forma de poder que podemos ter. Como médica, tenho a missão de trazer a vocês o maior número de informações possíveis, a fim de poder ajudá-las a participar ativamente do cuidado da sua saúde.


Acredito que a prevenção é a melhor escolha sempre e que o engajamento da paciente no tratamento é a melhor forma de ele dar certo.

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