Alterações no corrimento vaginal: pode ser cervicite ou tricomoníase?

ago. 08, 2022
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As alterações no corrimento vaginal podem ser um sinal de alerta para uma série de infecções.


Por isso, é fundamental se conhecer, estar atenta às alterações do seu corpo e procurar ajuda médica sempre que algo não estiver bem.


Algum corrimento vaginal é uma secreção normal que todas as mulheres em idade reprodutiva possuem, sendo formado por células descamadas da vagina e do colo uterino, bactérias que moram na região genital, células de defesa do sistema imune e secreção das células cervicais.


A quantidade desta secreção, normalmente, varia entre 2 a 5 ml de conteúdo por dia e pode ter mudança de cor, aspecto e quantidade dependendo da fase do ciclo menstrual.


Você poderá entender melhor sobre o corrimento vaginal normal no nosso blog.


Todavia, quando a mulher tem alguma infecção na região genital, o corrimento alterado costuma ser um sintoma bem característico.


Então, neste texto abordaremos as alterações causadas pela cervicite ou tricomoníase.


Quais as alterações no corrimento vaginal indicam que algo não vai bem? 


Existem algumas características que o corrimento vaginal pode adquirir quando há alguma infecção ativa na região genital, por exemplo:


  • Secreção amarelada ou acinzentada, com mau cheiro;
  • Secreção branca ou amarelada, com grumos, sem mau cheiro;
  • Corrimento amarelado ou esverdeado e bolhoso;
  • Sintomas associados, por exemplo, coceira, ardor ou desconforto ao urinar;
  • Corrimento associado a dor nas relações sexuais.



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Diversas podem ser as infecções que ocasionam os corrimentos e elas podem ser sexualmente transmissíveis ou não.


A cervicite e a tricomoníase são infecções sexualmente transmissíveis (ISTs) que causam alterações significativas e vamos falar um pouco mais sobre cada uma delas.


Cervicite


Também conhecida como endocervicite, é uma infecção que causa inflamação e irritação do colo do útero. 


Os principais agentes causadores são a Chlamydia trachomatis e a Neisseria gonorrhoeae, mas pode ocorrer também pelo Trichomonas vaginalis, Mycoplasma genitalium, Ureaplasma urealiticum e o vírus do herpes simples.


Ou seja, a clamídia e a gonorreia são as principais causadoras desta inflamação e os fatores de risco associados são:


  • Mulheres sexualmente ativas com idade inferior a 25 anos;
  • Novas ou múltiplas parcerias sexuais;
  • Parcerias com IST;
  • História prévia ou presença de outra IST;
  • Uso irregular ou não uso de preservativo.


Quais os principais sintomas?


Em grande parte dos casos (
70 a 80%), essas infecções são assintomáticas, o que não quer dizer que não causem prejuízos para a saúde. Todavia, quando os sintomas estão presentes, os principais são:


  • Corrimento amarelado ou claro; 
  • Sangramento fora do período menstrual;
  • Dor ou sangramento durante a relação sexual; 
  • Dor ao urinar ou no baixo ventre; 
  • Necessidade de urinar com mais frequência que o normal.


Como fazemos o diagnóstico e tratamento?


Quando a paciente chega no consultório com queixas, buscamos compreender todos os sintomas, seu histórico sexual e fazemos um exame físico detalhado.


Além disso, poderemos realizar exames de rastreamento para definir o diagnóstico.


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Então, o tratamento será a base de antibióticos, seja em forma oral ou pomada vaginal, e será fundamental tratar também as parcerias sexuais, mesmo que não apresentem sintomas.


É importante ressaltar que, caso não receba o devido tratamento, a cervicite por clamídia e gonorreia pode causar doença inflamatória pélvica (DIP), infertilidade, dor durante as relações sexuais e gravidez ectópica.


Ademais, caso ocorram durante a gestação, estas infecções poderão ocasionar uma série de problemas, como por exemplo, partos prematuros, rotura prematura de membrana, perdas fetais, retardo de crescimento intrauterino e endometrite puerperal, além de conjuntivite e pneumonia no recém-nascido.


Tricomoníase


Esta é uma IST causada por um protozoário, o Trichomonas vaginalis, encontrado com mais frequência na genitália feminina.


Assim como na cervicite, os fatores de risco para esta infecção são:


  • Mulheres sexualmente ativas com idade inferior a 25 anos;
  • Novas ou múltiplas parcerias sexuais;
  • Parcerias com IST;
  • História prévia ou presença de outra IST;
  • Uso irregular ou ausente de preservativo.


E os sintomas? 


A tricomoníase pode ser assintomática, mas é uma infecção que facilita a transmissão de outros agentes infecciosos agressivos, como gonorreia e infecção por clamídia.


Quando a paciente apresenta sintomas, o principal é o corrimento amarelado, amarelo-esverdeado ou acinzentado com mau cheiro, geralmente lembrando peixe.


Até lembra um pouco a vaginose bacteriana, mas costuma ter irritação, coisa que a vaginose não tem.


Assim, poderá apresentar também prurido, ardência genital, dor ao urinar, dor durante a relação sexual e sangramento após relação.


Como será o diagnóstico e tratamento?


Para chegar no diagnóstico, buscamos compreender as queixas da paciente, seu histórico sexual e realizamos um exame físico detalhado.


Pode ser necessário também realizar exames de cultura para definir o diagnóstico e, assim, poderemos indicar o tratamento, que será a base de antibióticos, seja em forma oral ou pomada vaginal.


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Além disso, é essencial tratar as parcerias sexuais, mesmo que não apresentem sintomas.


Ressaltamos que, caso ocorra na gestação, a tricomoníase pode evoluir para rompimento prematuro da bolsa. Ademais, pode trazer uma série de malefícios ao feto, como baixo desenvolvimento intelectual, infecção das vias respiratórias e baixo peso ao nascer.

 

A prevenção é sempre o melhor caminho!


Para isso, é fundamental ter relações sexuais com preservativos masculino ou feminino.


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Dito isso, caso você note alterações no corrimento vaginal, é essencial procurar a Ginecologista para fazer o diagnóstico e iniciar o tratamento.


Outro ponto importante é que, como vimos, as infecções podem ser assintomáticas em grande parte dos casos. No entanto, isso não quer dizer que não causem malefícios à saúde e não possam ser transmitidas.


Então, a consulta de rotina faz-se ainda mais necessária para quem tem fatores de risco, mesmo que não tenha sintomas, para identificar eventuais problemas e evitar possíveis complicações!


A maior parte destas bactérias pode ser detectada em exames específicos colhidos do colo uterino e da vagina durante a consulta.


Dra Juliana Ribeiro - Ginecologista em São Paulo

Dra. Juliana Ribeiro

Ginecologia, Obstetrícia e Saúde Feminina


Ginecologista e Obstetra de formação, eu acredito que informação é a maior forma de poder que podemos ter. Como médica, tenho a missão de trazer a vocês o maior número de informações possíveis, a fim de poder ajudá-las a participar ativamente do cuidado da sua saúde.


Acredito que a prevenção é a melhor escolha sempre e que o engajamento da paciente no tratamento é a melhor forma de ele dar certo.

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