Sinto dor nas mamas – devo me preocupar?

admin • dez. 14, 2020
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A dor nas mamas, também conhecida como mastalgia, é uma queixa bastante comum e poderá ter diversas causas.

As mamas são uma parte do nosso corpo bastante sensíveis.

Assim, muitos fatores podem fazer com que a região fique dolorida e, na maioria das vezes, as causas não são graves. Isso não quer dizer que, quando a mulher sinta dor, não deva investigá-la.

Ocorre, frequentemente, das pacientes associarem a dor nas mamas ao câncer de mama e ficarem muito preocupadas.

Todavia, o câncer de mama, principalmente em seu estágio inicial, está pouco associado à dor, que tende a ocorrer em somente 0,8 a 2% dos casos. Já em estágios mais avançados, ele poderá gerar dor persistente em um ponto específico da mama.

Importante lembrar que nos casos avançados costuma haver um tumor palpável ou mesmo a mulher já tem o diagnóstico confirmado.

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A prevenção e diagnóstico precoce do câncer de mama são essenciais e você poderá ler mais sobre isso clicando aqui.

Muitas podem ser as causas da mastalgia e, neste artigo, vamos falar sobre este assunto.

Possíveis causas para a dor nas mamas (mastalgia)

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Inicialmente, podemos classificar a mastalgia como cíclica ou acíclica. 

A mastalgia cíclica se manifesta em ambas as mamas e ocorre repetidamente em ciclos sendo relacionada, principalmente, à menstruação.

Já na mastalgia acíclica, a paciente terá dor localizada, geralmente, em uma única mama e em um ponto específico. Normalmente, esta dor não tem relação com a menstruação, podendo estar relacionada ao climatério, posicionamento, falta de suporte, traumas locais, etc.

Assim, as principais causas de dor nas mamas são:

Hormonais

Ao longo do mês, nosso corpo passa por alterações nas concentrações de estrogênio e progesterona, que aumentam sua concentração alguns dias antes ou durante a menstruação e também durante a gravidez. 

Dessa maneira, quando estas concentrações aumentam, os seios ficam inchados, podendo ficar doloridos e sensíveis ao toque.

Normalmente, a paciente sente a dor em toda a mama e de ambos os lados. Além disso, a mastalgia pode iniciar cerca de 10 dias antes da menstruação e tende a durar, no máximo, até o final deste período.

Algumas mulheres sentirão este sintoma todos os meses, outras, somente em algumas menstruações.

Mulheres que engravidam podem também sentir este sintoma, sendo este um dos sinais de alerta para uma possível gestação, juntamente com o atraso na menstruação.

Além disso, outro fator que pode provocar a mastalgia é o uso de pílulas contraceptivas ou o uso de terapia hormonal após a menopausa.

Mastite 

Com a amamentação, é possível que as mamas sofram inflamações ou infecções, que chamamos de mastite. Pode haver mastites fora do período de amamentação, mas são bem menos frequentes.

Os principais sintomas são o aumento de sensibilidade, vermelhidão, dor e o endurecimento das mamas.

Normalmente, ocorrem somente de um lado e podem ser consequência de um empedramento ou fissuras indevidamente tratadas.

Nestes casos, a paciente deverá procurar auxílio médico que indicará o tratamento adequada. Além disso, o ideal será que a amamentação na mama afetada continue, exceto quando houver saída de pus pelo mamilo.

Caso tenha interesse em ler mais sobre a amamentação, você pode clicar aqui.

Cistos ou Abcessos

Os cistos na mama são condições normais e benignas, principalmente em pacientes jovens que menstruam, e não costumam ter relação com câncer de mama.

Podem causar dor na região onde este cisto se manifesta. Nestes casos, o acompanhamento médico será importante para garantir que a evolução do cisto não gere maiores problemas para a mulher.

Poderá ocorrer, porém, da mulher ter abcessos nas mamas, que são resultado de infecções.

Caso isso ocorra, a paciente terá um quadro de pus no interior das mamas, que causará dor local, aumento de sensibilidade, vermelhidão e febre.  

Quando a mulher tem um abcesso, o tratamento irá envolver o uso de antibióticos e poderá ser necessário fazer uma drenagem cirúrgica em ambiente hospitalar.

Dilatação dos ductos das mamas, as ectasias ductais, podem também se manifestar como cistos, e podem causar dor mamária.

Câncer de mama

Como já dissemos, raramente o câncer de mama causa dor na paciente.

Todavia, isso poderá ocorrer quando ele está em um estágio mais avançado, pois acaba causando outras lesões mamárias e comprometendo estruturas adjacentes, como os mamilos, a pele, e até os músculos da região.

Outras causas possíveis

Às vezes a dor é referida na mama, mas se origina em outras localidades da caixa torácica ou órgãos internos.. 

É importante excluir as dores musculares, seja por excesso ou falta de atividade física, inflamações das articulações das costelas com o esterno,  dores torácicas de causas cardíacas ou pulmonares, e dor torácica por alterações gastroesofágicas, como aquelas causadas por refluxo ou esofagite.

Como será feito o diagnóstico da dor nas mamas

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Quando a paciente chega em consultório com queixa de dor nas mamas, será preciso entender tudo sobre a dor e buscaremos informações, como por exemplo:

  • Quando ocorreu o início da dor;
  • Duração;
  • Localização;
  • Intensidade;
  • Fatores de melhora ou piora;
  • Relação com o ciclo menstrual ou não;
  • Doenças associadas;
  • Histórico de atividade física ou trauma.

Além disso, precisaremos entender se esta dor tem relações com a movimentação ou até a respiração e se está acompanhada de algum outro sintoma.

Outro fator importante a ser investigado será se a paciente sofreu traumas mamários ou torácicos recentes. Além disso, será essencial realizar um exame físico detalhado das mamas para verificar as condições de suas estruturas.

Normalmente, isso será suficiente para chegar a um diagnóstico, mas, caso ache necessário, a médica poderá também solicitar exames de imagem, como uma ultrassonografia, ou referir para avaliação de outro especialista, como um cardiologista ou gastroenterologista.

Tratamento da dor nas mamas

Em linhas gerais, um dos melhores tratamentos para a mastalgia será a orientação verbal da paciente, explicando os motivos pelos quais a dor ocorre e tranquilizando-a sobre a não relação deste sintoma com o câncer de mama.

Outra coisa que pode ser feita e costuma ajudar muito é o suporte adequado das mamas. Sutiãs de tamanho adequado à mama, com alças e lateral mais largas ou com suporte tipo nadador podem ser indicados para todos os tipos e tamanhos de mamas.

Caso as dores sejam muito incômodas que cheguem a afetar sua qualidade de vida, pode-se receitar medicamentos antinflamatórios e analgésicos, para uso por curtos períodos de tempo.

Uma outra forma de tratamento que pode ser adotada será o bloqueio hormona, que pode auxiliar na melhora do quadro, em quadros mais persistentes.

Para situações mais específicas, como cistos com determinadas características e abcessos, eventualmente um procedimento cirúrgico pode ser necessário, apesar disso não ser comum.

Existem algumas medidas caseiras que não apresentam eficácia comprovada, mas, além de serem inofensivas, poderão ajudar, são elas:

  • Evitar usar sutiã muito apertado ou grande demais para a mama ou com alças muito finas;
  • Ter uma dieta livre de gorduras;
  • Evitar a ingestão de alimentos que tenham xantinas, como café, chás e chocolates;
  • Praticar exercícios físicos.

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Em resumo…

Como vimos, a dor nas mamas, ou mastalgia, é uma condição que acomete grande parte das mulheres e, poucas vezes, têm relações doenças mais graves.

Apesar disso, poderá gerar incômodos e uma redução da qualidade de vida e, por isso, procurar uma ginecologista ou mastologista será importante.

Assim, o devido diagnóstico e tratamento serão feitos de modo a possibilitar que a mulher viva com mais tranquilidade e bem estar.

Dra Juliana Ribeiro - Ginecologista em São Paulo

Dra. Juliana Ribeiro

Ginecologia, Obstetrícia e Saúde Feminina


Ginecologista e Obstetra de formação, eu acredito que informação é a maior forma de poder que podemos ter. Como médica, tenho a missão de trazer a vocês o maior número de informações possíveis, a fim de poder ajudá-las a participar ativamente do cuidado da sua saúde.


Acredito que a prevenção é a melhor escolha sempre e que o engajamento da paciente no tratamento é a melhor forma de ele dar certo.

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