A gonorreia é uma infecção sexualmente transmissível que impacta primariamente as mucosas genital, retal e da garganta.
Segundo a Organização Pan-Americana de Saúde, ela é uma das Infecções Sexualmente Transmissíveis (ISTs) mais comuns globalmente.
Embora seja uma infecção frequente, nem sempre se manifesta por meio de sintomas evidentes.
Dessa forma, é essencial manter a vigilância, pois sem o tratamento adequado, a gonorreia pode evoluir para complicações sérias.
Existem diversos métodos para diagnosticar a gonorreia, sendo a escolha do teste influenciada pelo local afetado e pela presença ou ausência de sintomas.
Portanto, a compreensão dessas abordagens é essencial para promover a conscientização e a adoção de medidas preventivas.
O que é a gonorreia e como ela é transmitida?
A gonorreia é uma infecção bacteriana causada pela bactéria Neisseria gonorrhoeae.
Esta condição é classificada como uma infecção sexualmente transmissível e pode afetar várias partes do corpo, sendo mais comum nas mucosas dos órgãos genitais, reto e garganta.
A transmissão da gonorreia ocorre, principalmente, através do contato sexual desprotegido com uma pessoa infectada.
Isso inclui relações sexuais vaginais, anais ou orais com um parceiro infectado.
A bactéria pode se alojar nas mucosas dos órgãos sexuais, garganta, olhos e, em casos mais raros, outras partes do corpo.
Quais são os sintomas dessa infecção na mulher?
Na mulher, a gonorreia pode apresentar uma variedade de sintomas.
Contudo, em 10% a 20% das pacientes, a doença pode ser assintomática, ou seja, não apresenta sintomas perceptíveis e o mesmo pode acontecer com os homens.
O risco, nestes casos, é a permanência da infecção por longos períodos de tempo, causando sequelas, bem como a transmissão para outras pessoas.
Quando ocorrem sintomas, estes podem incluir:
- Dor ou ardor ao urinar;
- Secreção vaginal anormal, com aspecto de pus;
- Sangramento entre períodos menstruais;
- Dor abdominal baixa;
- Dor no sexo;
- Dor pélvica;
- Infecção retal.

Reforçamos que algumas mulheres podem não apresentar sinais visíveis, especialmente no início da infecção.
Entretanto, mesmo na ausência de sintomas, a gonorreia pode ser transmitida e causar danos sérios, como a doença inflamatória pélvica, que pode levar a complicações reprodutivas.
Por isso, a realização regular de exames e a busca por orientação especializada são fundamentais para um diagnóstico precoce e tratamento adequado.
Como diagnosticamos a gonorreia?
O diagnóstico da gonorreia, geralmente, envolve uma avaliação clínica, na qual coletamos informações sobre os sintomas, histórico médico, atividade sexual e exposição a possíveis fontes de infecção.
Para uma avaliação precisa, coletamos amostras que são encaminhadas para análise de modo a buscar o DNA da bactéria Neisseria gonorrhoeae.
Então, podemos solicitar desde exames de urina, para verificar a presença da bactéria no trato urinário, ou coletar material da secreção genital, retal ou da garganta, dependendo das práticas sexuais envolvidas.

A técnica utilizada para identificar a bactéria pode variar entre os ensaios de ácidos nucleicos, coloração de Gram ou cultura de líquidos.
A gonorreia tem cura?
Embora a gonorreia seja tratável e tenha cura, é importante lembrar que, mesmo uma paciente curada, há o risco de adquirir a doença novamente no futuro. Ou seja, não criamos imunidade a esta infecção.
O tratamento padrão para a gonorreia envolve o uso de antibióticos, geralmente administrados em dose única oralmente ou por meio de injeção.
Após a conclusão do tratamento, recomenda-se realizar exames adicionais para assegurar a resolução da infecção.
É fundamental seguir rigorosamente as orientações médicas, pois o não tratamento adequado da gonorreia pode resultar em complicações significativas, especialmente para as mulheres.
Muito importante neste contexto é comunicar as parcerias sexuais dos últimos meses antes do diagnóstico, para que busquem avaliação e tratamento, se for o caso, interrompendo assim a cadeia de transmissão da infecção.
Quais as possíveis complicações desta doença?

Uma complicação comum da gonorreia é o desenvolvimento da doença inflamatória pélvica, uma condição grave que pode levar a complicações, como gravidez ectópica (fora do útero) ou infertilidade.
Ademais, a gonorreia não tratada aumenta o risco de contrair ou transmitir o vírus HIV, causador da AIDS, tanto para homens quanto para mulheres.
Embora seja raro, a gonorreia não tratada pode também afetar o sangue e as articulações, apresentando um quadro potencialmente fatal.
Já nas gestantes, esta infecção pode aumentar o risco de perdas fetais, prematuridade, rotura prematura de membrana, retardo de crescimento intra-uterino e infecção puerperal.
Caso transmitida ao recém nascido, pode levar à conjuntivite gonocócica e outras infecções graves, com risco de cegueira e inclusive óbito.
Como dissemos, a cura da gonorreia não elimina os riscos de reinfecção.
Para prevenir novas infecções, é essencial adotar precauções durante as relações sexuais.
Como prevenir essa condição?
A prevenção da gonorreia envolve práticas que reduzem o risco de contrair ou transmitir a infecção.
Confira abaixo algumas medidas importantes:
Uso de preservativos

O uso correto e consistente de preservativos durante todas as relações sexuais reduz o risco de contrair gonorreia e outras Infecções Sexualmente Transmissíveis.
Testagem regular
É essencial fazer exames regulares para ISTs, incluindo a gonorreia, especialmente se houver mudança de parceiro sexual ou exposição a situações de risco.
Comunicação aberta
Ter uma comunicação aberta e honesta com os parceiros sexuais é importante para garantir que ambas as partes estejam cientes de sua situação de saúde e possam tomar medidas preventivas juntas.
Limitar o número de parceiros sexuais
Reduzir o número de parceiros sexuais diminui o risco de exposição a infecções.
Assim, manter relacionamentos monogâmicos, nos quais ambos os parceiros foram testados para ISTs, pode ser uma estratégia preventiva eficaz.
Além disso, se houver suspeita de exposição à gonorreia ou se surgirem sintomas, é preciso procurar ajuda especializada.
Então, em caso de dúvida ou qualquer sinal de anormalidade, agende uma consulta com a ginecologista imediatamente!
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