Listeriose em gestantes: a importância da prevenção

2 de janeiro de 2025
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A listeriose é uma infecção bacteriana grave que pode trazer sérias consequências para gestantes e seus bebês.

Durante a gravidez, a imunidade da mãe fica vulnerável, tornando-a mais suscetível a diversas infecções.


Em muitas situações, os microrganismos não causam danos ao feto, mas no caso da listeriose, a bactéria é capaz de atravessar a placenta e afetar o desenvolvimento fetal.


Entre os riscos associados à listeriose estão o aborto espontâneo, o parto prematuro e a infecção neonatal.


Por isso, é fundamental conhecer as fontes de contaminação e adotar práticas seguras de consumo alimentar para garantir uma gestação saudável.


O que é a listeriose e como ocorre a transmissão?


A listeriose é uma infecção bacteriana causada pela Listeria monocytogenes, uma bactéria encontrada no solo, na água e em diversos alimentos.


Embora possa afetar qualquer pessoa, é especialmente perigosa para gestantes, recém-nascidos, idosos e indivíduos com o sistema imunológico comprometido.


É importante saber que a principal via de transmissão da listeriose é a ingestão de alimentos contaminados.


Dessa forma, a Listeria monocytogenes pode estar presente em:



  • Produtos lácteos não pasteurizados, como leite cru e queijos feitos com leite não pasteurizado;
  • Carnes processadas, como frios e salsichas;
  • Verduras e legumes crus que podem ter sido contaminados durante o cultivo ou manuseio;
  • Peixes e frutos do mar consumidos sem cozimento adequado.


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Além disso, a bactéria pode sobreviver e multiplicar-se em temperaturas de refrigeração, tornando alimentos que não requerem cozimento antes de serem ingeridos potenciais fontes de infecção.


Por que a listeriose é especialmente perigosa para gestantes?


A listeriose é perigosa para gestantes, principalmente, devido ao risco que ela representa para o desenvolvimento e saúde do feto.


Durante a gravidez, o sistema imunológico da mulher passa por ajustes para permitir que o corpo não combata o feto, o que naturalmente a torna mais vulnerável a algumas infecções, incluindo a listeriose.


Além disso, como citamos, a bactéria Listeria monocytogenes possui a capacidade de atravessar a barreira placentária, infectando diretamente o ambiente intrauterino.


Então, quando a bactéria contamina a placenta, pode provocar uma série de complicações graves no neném. 


Em estágios iniciais da gestação, a infecção pode resultar em aborto espontâneo.


Em fases mais avançadas, há o risco de natimorto, parto prematuro ou infecção neonatal severa.



Por fim, recém-nascidos infectados pela Listeria monocytogenes podem desenvolver doenças graves, como infecção generalizada ou meningite, condições que demandam tratamento intensivo e, em alguns casos, podem resultar em sequelas duradouras ou até óbito.


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Quais são os sintomas dessa condição?


Em muitos casos, os sintomas da listeriose podem ser leves e confundidos com os de uma gripe.


Assim, em adultos e gestantes, a condição pode causar febre, dor muscular, cansaço e, em alguns casos, náuseas e diarreia aquosa.


Esses sintomas costumam aparecer entre 3 a 70 dias após a exposição à bactéria, com média de incubação de cerca de 3 semanas.


Já em casos mais graves ou em pessoas com o sistema imunológico comprometido, a infecção pode se tornar invasiva, afetando órgãos internos e o sistema nervoso central.


Nesse estágio, os sintomas incluem:


  • Febre alta;
  • Dor de cabeça intensa;
  • Rigidez na nuca;
  • Confusão mental e desorientação;
  • Perda de equilíbrio;
  • Convulsões.


Como realizamos o diagnóstico da listeriose?


Primeiro, analisamos os sintomas relatados pela paciente, considerando o histórico recente de consumo de alimentos com potencial para contaminação.


Em gestantes, até mesmo sintomas leves, como febre e dor muscular, são considerados sinais de alerta.


Para confirmar a presença da infecção, realizamos um exame de sangue, onde uma amostra é coletada e analisada em meio de cultura específica para identificar o crescimento da bactéria Listeria monocytogenes.


Nos casos em que a infecção afeta o sistema nervoso central, é necessário um exame do líquido cefalorraquidiano (LCR), obtido através de uma punção lombar, para verificar a presença da bactéria.


Em gestantes com suspeita de listeriose, particularmente se há risco de infecção fetal, o diagnóstico pode incluir uma análise do líquido amniótico ou da placenta.


E, no caso de recém-nascidos que apresentam sinais de infecção, como febre e dificuldade respiratória, também são realizadas culturas de sangue e, em algumas situações, do líquido cefalorraquidiano para confirmar a infecção.


Como será o tratamento dessa condição?


O tratamento da listeriose é feito, principalmente, com o uso de antibióticos.


A escolha do antibiótico depende do quadro clínico e da gravidade da infecção, bem como da condição do paciente.


Em casos graves, onde a infecção se tornou invasiva, envolvendo o sistema nervoso central e causando condições como meningite ou septicemia, pode ser necessária uma combinação de antibióticos.


Para gestantes, o tratamento com antibióticos é fundamental para reduzir o risco de transmissão da bactéria para o feto e para minimizar as complicações associadas.


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Nesse caso, monitoramos cuidadosamente o uso da medicação para proteger tanto a mãe quanto o bebê.


Em recém-nascidos com listeriose, o tratamento também envolve o uso de antibióticos intravenosos, geralmente em ambiente hospitalar.


Reforçamos que o tratamento precoce é essencial para evitar complicações graves e potencialmente fatais, como a meningite neonatal, que pode ter consequências a longo prazo.


Como as gestantes podem prevenir a listeriose?


As gestantes podem prevenir a listeriose adotando algumas práticas simples de higiene e segurança alimentar, como por exemplo:


Evitar alimentos de alto risco


Evite queijos de leite não pasteurizado, como brie, camembert e queijo fresco, além de leite cru e seus derivados.


Cozinhar bem os alimentos


Assegure que carnes, aves e frutos do mar estejam completamente cozidos antes de consumi-los.


Evitar carnes processadas


Frios, salsichas e patês prontos para consumo devem ser evitados, a menos que sejam reaquecidos até ficarem bem quentes.


Armazenar alimentos corretamente


Mantenha a geladeira limpa e organize os alimentos para evitar contaminação cruzada, especialmente de produtos crus com prontos para consumo.



Lavar frutas e vegetais


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Lave bem frutas, verduras e legumes antes de consumi-los, mesmo que a casca não seja consumida.


A dica é deixá-los de molho em água com desinfetantes em gotas para verduras e legumes vendidos nos supermercados. 


Cuidar da higiene na cozinha


Lave as mãos, superfícies e utensílios após o manuseio de alimentos crus para evitar a propagação de bactérias.


Além disso, lembramos que contar com a orientação da obstetra durante todo o
pré-natal é fundamental para garantir uma gravidez segura.


A especialista pode oferecer orientações personalizadas sobre cuidados alimentares e outros aspectos importantes para reduzir o risco dessa e de outros tipos de infecção.



E, em caso de dúvidas ou sintomas suspeitos, marque uma consulta imediatamente para avaliação!


Dra Juliana Ribeiro - Ginecologista em São Paulo

Dra. Juliana Ribeiro

Ginecologia, Obstetrícia e Saúde Feminina


Ginecologista e Obstetra de formação, eu acredito que informação é a maior forma de poder que podemos ter. Como médica, tenho a missão de trazer a vocês o maior número de informações possíveis, a fim de poder ajudá-las a participar ativamente do cuidado da sua saúde.


Acredito que a prevenção é a melhor escolha sempre e que o engajamento da paciente no tratamento é a melhor forma de ele dar certo.

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