Corrimento esverdeado: o que é e como tratar?

9 de janeiro de 2025
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Quer entender quais são as possíveis causas do corrimento esverdeado?

O corrimento vaginal é uma secreção natural do corpo que possui um papel importante na limpeza e proteção da região íntima.


Porém, quando apresenta alterações, como uma cor esverdeada, odor desagradável ou sintomas como coceira e dor, pode ser um sinal de que algo não está bem.


Dessa forma, o corrimento esverdeado geralmente indica a presença de infecção ou inflamação e merece atenção imediata para evitar complicações.


Acompanhe neste artigo!


É normal ter corrimento vaginal? Por que ele ocorre?


O corrimento vaginal fisiológico é uma secreção natural produzida pelo corpo feminino, composta por muco cervical, fluidos vaginais, células descamadas e bactérias que habitam a vagina.


Essa secreção desempenha funções essenciais, como lubrificação, limpeza e proteção contra infecções.


A quantidade e a consistência desse corrimento podem variar ao longo do ciclo menstrual, influenciadas por alterações hormonais, em mulheres que não utilizam hormônios.


Por exemplo, durante a ovulação, é comum que o corrimento se torne mais abundante e elástico, facilitando a mobilidade dos espermatozoides.


Além disso, fatores como gravidez, uso de contraceptivos hormonais e excitação sexual podem aumentar a produção de corrimento vaginal.


É importante saber que o corrimento fisiológico geralmente é claro ou branco, sem odor forte, e não causa sintomas como coceira ou irritação.


No nosso blog, temos um artigo para você que quer entender se o seu corrimento é normal, acesse e saiba mais!


O que pode causar um corrimento esverdeado?


O corrimento vaginal esverdeado, geralmente, indica a presença de uma infecção ou inflamação na região genital.


Entre as principais causas, destacamos:


Tricomoníase


A tricomoníase é uma infecção sexualmente transmissível causada pelo protozoário Trichomonas vaginalis.


A condição caracteriza-se por um corrimento amarelo-esverdeado, frequentemente espumoso e com odor desagradável e se associa a sintomas de irritação genital.


Vaginose bacteriana


A vaginose bacteriana ocorre devido ao desequilíbrio da flora vaginal, com redução dos lactobacilos e proliferação de outras bactérias anaeróbicas, como a Gardnerella vaginalis.


Embora o corrimento típico seja acinzentado, em alguns casos pode apresentar tonalidade esverdeada.


Vulvovaginite


A vulvovaginite é a inflamação simultânea da vulva e da vagina, podendo ser causada por infecções bacterianas, fúngicas ou virais, além de alergias ou irritações químicas.



O corrimento associado pode ser esverdeado, acompanhado de coceira e vermelhidão na região genital.


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Gonorreia


A gonorreia é uma infecção sexualmente transmissível causada pela bactéria Neisseria gonorrhoeae.


Pode provocar corrimento purulento de cor amarela ou esverdeada, além de sintomas como dor ao urinar e sangramentos fora do período menstrual.


Clamídia


A clamídia é outra infecção sexualmente transmissível, causada pela bactéria Chlamydia trachomatis.


Embora o corrimento associado seja geralmente amarelo, em alguns casos pode apresentar tonalidade esverdeada.


Além do corrimento esverdeado, quais outros sintomas a mulher pode perceber?


Os sintomas que podem acompanhar o corrimento vaginal esverdeado dependem da causa, mas, em geral, eles incluem:



  • Coceira ou irritação vaginal: sensação de desconforto ou prurido intenso na área genital;
  • Odor na região vaginal: frequentemente descrito como odor forte, semelhante a peixe;
  • Vermelhidão ou inchaço na região genital: inflamação da vulva ou vagina, sinalizando irritação ou infecção;
  • Dor ao urinar: sensação de dor ou queimação durante a micção;
  • Dor no sexo: desconforto ou dor na penetração, comum em infecções ou inflamações vaginais;
  • Sangramento vaginal anormal: pequenos sangramentos fora do período menstrual podem ocorrer em infecções como gonorreia ou clamídia;
  • Dor pélvica ou abdominal baixa: em casos mais graves, como infecções avançadas, a dor pode se espalhar para a região pélvica ou abdominal;
  • Febre e mal-estar geral: em infecções mais severas, esses sinais podem se manifestar.


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Como realizamos o diagnóstico dessa condição?


Inicialmente, investigamos os sintomas apresentados pela paciente, histórico sexual e possíveis fatores de risco.


Em seguida, fazemos um exame físico, incluindo a inspeção da região genital e a coleta de amostras da secreção vaginal.


As amostras coletadas são submetidas a análises laboratoriais, o que permite identificar a presença de organismos como o Trichomonas vaginalis, causador da tricomoníase.


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Além disso, testes como a medição do pH vaginal e o teste de Whiff, auxiliam no diagnóstico diferencial de condições como vaginose bacteriana.


Em alguns casos, pode ser necessário também realizarmos análise de culturas microbiológicas ou testes de amplificação de ácidos nucleicos para identificar agentes infecciosos como clamídia ou gonorreia.


Quais são as opções de tratamento para o corrimento esverdeado?


O tratamento do corrimento dependerá da sua causa. Por isso, é essencial procurar a Ginecologista para avaliar seu quadro e não se automedicar. 


Por exemplo, no caso da tricomoníase, causada pelo protozoário Trichomonas vaginalis, o tratamento geralmente envolve o uso de antibióticos.


É também essencial tratarmos o parceiro sexual para evitar reinfecção e transmissão contínua.


Para a vaginose bacteriana, que ocorre devido ao desequilíbrio da flora vaginal, utilizamos antibióticos que podem ser administrados por via oral ou em forma de gel intravaginal.


Já se o corrimento for causado por vulvovaginite, o tratamento dependerá do agente causador.


Infecções bacterianas são tratadas com antibióticos apropriados, infecções fúngicas geralmente requerem antifúngicos tópicos ou orais, e irritações químicas podem ser resolvidas ao evitar o agente irritante e utilizar cremes calmantes.


Para infecções como gonorreia, o tratamento envolve a administração de antibiótico por via intramuscular, frequentemente combinada com medicamento oral para cobrir possíveis coinfecções.



Da mesma forma, a clamídia tratamos com antibióticos em dose única ou outras opções por um prazo de sete dias.


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Reforçamos que é fundamental seguir o tratamento conforme a prescrição e tratar o parceiro quando indicado, mesmo na ausência de sintomas, para prevenir reinfecções e complicações.


Além disso, recomendamos evitar relações sexuais desprotegidas durante o tratamento e até a confirmação da cura, garantindo a eliminação completa da infecção e prevenindo sua transmissão.



E se a paciente não busca tratamento, quais podem ser as complicações?



Se a paciente não buscar ajuda da ginecologista ao perceber um corrimento esverdeado, o problema pode se agravar e gerar complicações sérias.


Os sintomas podem intensificar-se, incluindo aumento do corrimento, odor desagradável, dor e coceira intensa, causando grande desconforto.


Em casos mais avançados, infecções vaginais não tratadas podem evoluir para condições mais graves, como a doença inflamatória pélvica (DIP), que afeta o útero, as trompas de falópio e os ovários.


Essa situação pode comprometer a fertilidade e, em alguns casos, exigir internação hospitalar ou até mesmo intervenções cirúrgicas.


Na gravidez, há um aumento da secreção vaginal normal, mas corrimentos esverdeados ou amarelo-esverdeados podem sinalizar, além de vulvovaginites específicas, complicações associadas à gestação,  tais como ruptura das membranas ou infecções da gestação.


Por isso, é fundamental que a paciente procure a ginecologista assim que notar alterações no corrimento.


Além disso, é importante manter uma rotina de cuidados com a saúde íntima, realizando consultas regulares e mantendo os exames ginecológicos em dia.



Então, não deixe sua saúde para depois, marque sua consulta e cuide-se!


Dra Juliana Ribeiro - Ginecologista em São Paulo

Dra. Juliana Ribeiro

Ginecologia, Obstetrícia e Saúde Feminina


Ginecologista e Obstetra de formação, eu acredito que informação é a maior forma de poder que podemos ter. Como médica, tenho a missão de trazer a vocês o maior número de informações possíveis, a fim de poder ajudá-las a participar ativamente do cuidado da sua saúde.


Acredito que a prevenção é a melhor escolha sempre e que o engajamento da paciente no tratamento é a melhor forma de ele dar certo.

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