Ovários policísticos – Conheça as causas e tratamentos

admin • jun. 12, 2019
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Uma em cada dez mulheres é afetada pela síndrome dos ovários policísticos . É a anormalidade hormonal mais comum em mulheres em idade fértil. Como afeta os ovários, pode levar a irregularidade e/ou ausência de ovulação, dificultando a gravidez, e por sua característica multifatorial, também está associada a síndrome metabólica e aumento do risco cardiovascular.

Neste artigo falarei um pouco mais sobre esse tema cada vez mais comum na sociedade. Dessa forma, se você tem interesse em saber mais sobre os ovários policísticos, continue lendo.

O que são os ovários policísticos?

Ovários policísticos é um achado frequente em ultrassonografia de pelve e pode ser um achado isolado ou estar associado à síndrome dos ovários policísticos que é um conjunto de sinais e sintomas associados a alterações hormonais. Muito comum, a síndrome afeta entre 5 e 10% das mulheres e pode ser caracterizada pelo aumento incomum na produção de andrógenos (hormônios masculinos) nos ovários com ou sem hiperinsulinismo e obesidade associados.

Sintomas de síndrome dos ovários policísticos

O diagnóstico desta síndrome é na maioria das vezes feito por um ginecologista. A associação de pelo menos dois dos três critérios seguintes confirmam o diagnóstico:

  • Clínica : irregularidade menstrual (ausência de menstruação ou intervalo muito longo entre os ciclos – chamados ciclos espaniomenorréicos ou anovulatórios) e/ou características ligadas ao excesso de androgênios no sangue: acne, hirsutismo (aumento dos pelos em áreas hormônio dependentes), alopécia (queda de cabelo);
  • Biológica/laboratorial : presença de hormônios masculinos, incluindo testosterona e androstenediona (diagnóstico por exame de sangue), em níveis acima do valor de referência para o sexo feminino;
  • Ultrassonográfico : aspecto multifolicular dos ovários à ultrassonografia – presença de numerosos (20 ou mais) folículos pequenos (2-9mm) em ambos ovários ou aumento do volume ovariano (acima de 10ml).

A padronização dos critérios muda um pouco se a paciente é muito jovem (primeiros anos após a primeira menstruação) ou não, pois vários desses achados podem se confundir com sinais e sintomas do período puberal normal.

Quais são as causas?

A causa exata da síndrome dos ovários policísticos ainda permanece não definida. Parece haver uma interação genética com fatores ambientais.

Há um aumento da produção intrínseca dos androgênios ovarianos, levando às principais características clínicas da doença: hirsutismo, oligo/anovulação e presença de ovários policísticos.

O aumento dos androgênios circulantes interfere na regulação do eixo hipotálamo-hipófise-ovário, que é o responsável por controlar o ciclo menstrual. Um desbalanço entre os hormônios FSH e LH, com predomínio do LH, acaba por piorar a disfunção ovariana.

Cerca de metade das pacientes desenvolve hiperinsulinismo secundário a um aumento da resistência à ação da insulina em órgãos periféricos, mas não no ovário. O excesso de insulina no ovário aumenta ainda mais a produção dos androgênios, piorando ainda mais os sintomas. No resto do corpo, o excesso de insulina favorece ao aumento de gordura e desenvolvimento de síndrome metabólica (tendência a diabetes tipo 2, hipertensão arterial, dislipidemia e obesidade).

Tratamentos e cuidados para a síndrome dos ovários policísticos

Até o momento, não há cura para a síndrome dos ovários policísticos . No entanto, os médicos podem cuidar dos sintomas, aumentando a qualidade de vida do paciente. E, de modo geral, o tratamento está ligado à principal necessidade das pacientes, seja ela resolução do hirsutismo/ acne, regularização da menstruação ou infertilidade.

Um estilo de vida saudável, uma dieta equilibrada e atividade física diária são uma parte importante do tratamento para a síndrome dos ovários policísticos .

Essa mudança de estilo de vida ajudará você a equilibrar seus níveis de insulina, controlando / suprimindo as alterações da síndrome metabólica e assim reduzindo o risco de desenvolver diabetes e diminuindo o risco cardiovascular. Em alguns casos, a perda de peso isolada faz com que as pacientes voltem a menstruar.

Os tratamentos com medicamentos permitem regular o ciclo menstrual, reduzir o crescimento dos pêlos e a acne. Destes, o tratamento contraceptivo hormonal e os cremes para acne são frequentemente prescritos.

Quanto ao excesso de pêlo, existem várias soluções, como descoloração capilar, tratamento com laser ou um creme que retarda o crescimento capilar por um mecanismo não hormonal.

Se a principal queixa for infertilidade (dificuldade para engravidar), existem protocolos de tratamento específicos para induzir a ovulação de forma segura e aumentar a chance de gravidez.

Conclusão

Assim, se uma pessoa apresentar os sintomas descritos é imprescindível que ela busque ajuda de um profissional para que os sintomas sejam avaliados e o tratamento específico seja instituído.

Dra Juliana Ribeiro - Ginecologista em São Paulo

Dra. Juliana Ribeiro

Ginecologia, Obstetrícia e Saúde Feminina


Ginecologista e Obstetra de formação, eu acredito que informação é a maior forma de poder que podemos ter. Como médica, tenho a missão de trazer a vocês o maior número de informações possíveis, a fim de poder ajudá-las a participar ativamente do cuidado da sua saúde.


Acredito que a prevenção é a melhor escolha sempre e que o engajamento da paciente no tratamento é a melhor forma de ele dar certo.

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