A gravidez é um estado particularmente peculiar. Num mecanismo adaptativo, ao longo dos séculos, nosso corpo desenvolveu a capacidade de passar por uma série de mudanças a fim de favorecer a boa evolução da gestação e perpetuação da nossa espécie.
Entre essas mudanças se encontram alterações na percepção dos sabores e no limiar de percepção dos mesmos.
Alguns estudos analisaram estas modificações gravídicas e chegaram à seguinte conclusão: o limiar de sensibilidade gustativa se encontra reduzido durante a gestação, especialmente durante o primeiro trimestre. Essa alteração pode se manter até durante o período de amamentação.
Outra alteração observada é um aumento à sensibilidade dos sabores amargos no início da gestação e uma tendência a preferência por sabores salgados, azedos ou amargos no segundo e terceiro trimestres. Apesar dessas modificações, não são observados alterações quantitativas no número de papilas gustativas da língua.
Outros sintomas relacionados ao paladar, relativamente frequentes são: desejo, aversão e preferências por determinados grupamentos alimentares, bem como o relato de um gosto amargo ou metálico persistente na boca.
Os estudos não são tão claros ou específicos a ponto de especificar o motivo dessas alterações mas temos algumas hipóteses:
Além disso eles supõem que essas alterações sejam responsáveis por um aumento na variedade de nutrientes e eletrólitos ingeridos, favorecendo uma dieta mais variada durante a gravidez. Outra suposição sobre o aumento à sensibilidade aos sabores amargos sugere uma potencial proteção à ingestão de substâncias nocivas, que usualmente teriam este perfil sensorial.
Como consequência, essas alterações no sentido do paladar seriam responsáveis pelo desenvolvimento de uma gravidez mais saudável. Por não ter uma origem conhecida, o sabor amargo na boca é um sintoma difícil de combater durante a gestação.
Nesse caso, a orientação é manter a higiene bucal em dia, utilizando sempre creme dental fluorado e fio dental para eliminar possíveis resíduos. Além disso, mascar chicletes e balas sem açúcar irá incentivar a produção de saliva e contribuir para a diminuição do sabor ruim na boca.
Beber bastante água e consumir sucos cítricos também são hábitos indicados. O sabor cítrico é aliado no combate ao sabor amargo gerando maior conforto para o paladar da mulher que está passando por essa alteração.
Como consequência dessa menor sensação de sabor nos alimentos as gestantes podem desenvolver o hábito de aumentar a quantidade de sal ou açúcar durante o preparo das refeições ou mesmo adicionar esse tipo de ingredientes aos pratos já feitos.
Esse hábito deve ser fortemente desencorajado, pelo risco de favorecer o surgimento de hipertensão ou diabetes gestacional, bem como surgimento de cáries e aumento desnecessário da ingestão calórica e aumento excessivo de peso durante a gravidez.
A alimentação balanceada durante a gestação é fundamental para que esse período especial da vida da mulher seja bastante saudável.
Manter uma rotina alimentar com ingredientes variados e nutricionalmente equilibrada, independentemente das variações do paladar é fundamental durante todo o ciclo gravídico puerperal.
É importante que todas essas questões de alterações no paladar sejam debatidas com o seu médico obstetra, porque essas alterações podem ocasionar mudanças significativas na forma de comer. Seguimento com nutricionista experiente no manejo de gestantes também é fortemente recomendado.
Algumas das mudanças do paladar persistem durante as primeiras semanas pós parto, mas a tendência é que elas se resolvam progressivamente e sem necessidade de nenhum tratamento.
Assim como todas as outras mudanças que aconteceram no seu corpo, em média em seis a oito semanas pós parto, esperamos um retorno às configurações prévias à gestação.
O post Paladar e Gravidez – Entenda apareceu primeiro em Dra Juliana Teixeira Ribeiro.
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