O período fértil é um assunto muito comum entre as mulheres que querem ter filhos, e entre aquelas que não querem também!
Isso porque, é nessa fase do mês que o corpo da mulher libera o óvulo e ela fica apta a engravidar.
No entanto, devemos já fazer um alerta: a famosa tabelinha, que consiste em identificar o período fértil para cessar as relações sexuais no período, não é suficiente para evitar uma gravidez indesejada. Para isso, é essencial adotar um método contraceptivo eficaz!
Então, neste texto vamos explicar o que é o período fértil, como calculá-lo e quais os sinais que o corpo da mulher dá quando está nesse período.
O que é o período fértil?
Para compreender o período fértil, temos que entender antes o que é a ovulação.
Ovulação é a fase do ciclo menstrual em que o ovário libera o óvulo, ou ovócito, a célula reprodutora feminina.
O ovócito é captado pelas fímbrias e segue até a região média da trompa, onde geralmente se encontra com o espermatozóide, na ampola. A seguir, o ovo fertilizado migra em direção ao útero, onde deve se implantar.
Caso não haja fecundação, cerca de 48 horas após a ovulação o ovócito degenera, perdendo a capacidade de ser fertilizado.

Acontece que saber o dia exato da ovulação não é fácil, pois nosso corpo não é uma máquina exata!
Além disso, quando os espermatozoides entram no trato reprodutivo da mulher, eles podem ficar ali presentes por algum tempo (algo entre 36 e 72 horas). Assim, mesmo que a ejaculação tenha ocorrido alguns dias antes da ovulação, a fecundação pode ocorrer assim que o útero liberar o óvulo.
Por estes motivos, falamos sobre o período fértil, ou seja, um intervalo de tempo no qual as chances de engravidar aumentam.
Como calcular o período fértil?
Inicialmente, vamos entender como funciona o ciclo menstrual, que inicia no primeiro dia da menstruação e termina no início da próxima.
Então, para saber o tempo de duração do seu ciclo, você deve contar o número de dias entre uma menstruação e outra.

Um ciclo menstrual costuma variar de 24 a 38 dias e vamos considerar um ciclo de 28 dias para exemplificar o cálculo do período fértil.
Lembrando que este cálculo é mais eficaz em ciclos regulares, mas ainda assim não é uma regra absoluta.
Em linhas gerais, o dia da ovulação ocorre na metade de um ciclo menstrual.
Ou seja, se a mulher tiver um ciclo de 28 dias, a ovulação ocorrerá no 14º dia. Então, consideramos 3 dias antes e 3 dias depois para descobrir o período fértil, que dura cerca de uma semana.
No caso de mulheres com ciclo irregular, ou seja, ciclos que variam muito de um mês para o outro, o cálculo será mais complexo e menos preciso.
Isso porque, ele dependerá da anotação de, pelo menos, seis ciclos para ter uma estimativa. Por exemplo, a mulher pode ter um ciclo de 26 dias, outro de 32, outro de 28, e assim por diante.
Então, será preciso considerar o período de ciclo mais curto e subtrair 18 dias, e o mais longo para subtrair 11 dias. O período fértil será o intervalo entre esses dois resultados, que será bem amplo.
Por exemplo, se o ciclo de menor duração for de 28 dias (menos 18 dias = 10) e o maior for de 35 dias (menos 11 dias = 24), o período mais propenso para engravidar será entre o 10º e 24º dia de cada mês.
Devido essa complexidade, uma forma mais segura de saber qual o período fértil nestes casos para quem quer engravidar seria fazer o teste de ovulação, disponível nas farmácias.
Uma outra solução, um pouco mais moderna, é o uso de aplicativos de controle de ciclo. Há vários disponíveis nas lojas de aplicativos de celulares, alguns gratuitos e outros com versões pagas e, à medida que você os usa, eles vão ficando mais precisos em te avisar quando será seu próximo período fértil ou menstrual.

Busque por: calendário menstrual ou controle de ciclo menstrual. Sugiro que você baixe 2 ou 3 e teste, veja qual você gosta mais.
Eles são ótimas ferramentas de controle de ciclo e para que você exerça uma "menstruação consciente", com mais domínio sobre seu ciclo e seu corpo. Entretanto, não podemos usá-los como método contraceptivo, hein!
Além disso, a mulher pode se atentar aos sinais de período fértil, que falaremos a seguir.
Quais são os sinais do nosso corpo?

Nosso corpo dá uma série de indícios que estamos no período fértil, por exemplo:
A famosa secreção vaginal com consistência de clara de ovo
No período fértil, nosso corpo libera um muco cervical mais filante com intuito de ajudar a conduzir o espermatozóide até o óvulo.
Essa secreção não tem odor e é mais fina e “pegajosa” que aquela que ocorre no restante do mês.
Mulheres que fazem o teste de toque do muco usando o polegar e o indicador podem observar o muco se estendendo (esticando, tipo queijo quente, sabe?) por até 8 cm.
Aumento na temperatura basal
Esta é a temperatura do nosso corpo assim que acordamos. Durante o período fértil, ela tende a ser de 0,3ºC a 0,5ºC mais elevada que o comum devido ao aumento da progesterona no corpo.
Você pode ler sobre o controle da temperatura basal como método contraceptivo e se informar sobre o assunto.
Atente que este é um sinal tardio da ovulação, pois quando a temperatura começa a subir a ovulação já aconteceu há mais de 1 dia.
Aumento da libido
A libido é aquela vontade de ter o contato íntimo com a parceria. No período fértil, temos um aumento nos níveis de estrogênio no corpo, que é um dos fatores que favorecem esta vontade.
Além disso, a produção de feromônios também aumenta, substâncias que são exaladas pelo corpo para atrair e excitar o outro.
Dor leve no baixo ventre
A mulher poderá sentir leves pontadas que podem sinalizar que o ovário está liberando o óvulo.
É importante que fique claro que o ciclo menstrual e o período fértil de cada mulher são diferentes.
Além disso, o nosso período fértil pode variar ao longo dos meses e em certos momentos da vida, por exemplo, ficando irregular próximo da menopausa. Problemas de saúde, tais como disfunções endócrinas, podem gerar irregularidades menstruais, de modo que fica ainda mais difícil saber quando será o período fértil.
Assim, conhecer esse período pode auxiliar a mulher que pretende ou não engravidar, mas não dá para confiar somente nestas características, que podem sofrer influências externas, tais como presença de corrimentos, inflamações ou infecções ou mesmo passar despercebidas pela correria do dia a dia.

Já para as mulheres que não pretendem ter filhos, fica o alerta! O uso de métodos contraceptivos comportamentais (como a tabelinha, coito interrompido e controle da temperatura basal) está associado a grandes taxas de falha.
A associação entre eles e o uso de condom ou abstinência sexual melhora a segurança, mas se você não quer engravidar de jeito nenhum, usar somente estes métodos é um risco.
Você poderá ler mais sobre os métodos contraceptivos hormonais e os não hormonais no nosso blog!
Então, independente da fase da vida em que você se encontra, o ideal é conversar com sua Ginecologista para compreender melhor o seu corpo e as suas diversas opções!
Compartilhe este conteúdo