A trombose pós-parto por cesárea é uma condição que merece atenção, especialmente durante o período de recuperação após o nascimento do bebê.
Embora a cesariana seja um procedimento seguro, mudanças no corpo da mulher, como a redução de movimentos e alterações hormonais, podem aumentar o risco de formação de coágulos sanguíneos.
Portanto, conhecer mais sobre essa condição e como preveni-la é fundamental para garantir uma recuperação tranquila e saudável.
Acompanhe neste artigo!
O que é a trombose?
A trombose é uma condição médica caracterizada pela formação de coágulos sanguíneos (trombos) no interior dos vasos sanguíneos, sem que haja um sangramento prévio.
Esses coágulos podem obstruir parcial ou totalmente o fluxo sanguíneo na região afetada, levando a complicações sérias.
Quando a trombose ocorre nas veias profundas, especialmente das pernas e coxas, é denominada trombose venosa profunda (TVP).
Uma complicação grave da trombose é a embolia pulmonar, que ocorre quando um fragmento do coágulo se desprende e se aloja nos pulmões, podendo causar falta de ar súbita e, em casos extremos, morte súbita.
De acordo com a Sociedade Brasileira de Angiologia e de Cirurgia Vascular, essa complicação é responsável por cerca de 10% dos óbitos maternos durante o puerpério, período que se estende de seis a oito semanas após o parto.
Quais são os fatores de risco para uma trombose pós-parto?
A trombose no pós-parto pode ser influenciada por diversos fatores de risco. Entre os principais, destacamos:
- Idade avançada da mãe: mulheres com mais de 35 anos apresentam maior risco de desenvolver trombose após o parto;
- Obesidade: o excesso de peso corporal está associado a um risco aumentado de trombose no período pós-parto;
- Histórico de trombose venosa: mulheres que já apresentaram episódios de trombose têm maior probabilidade de desenvolvê-la novamente após o parto;
- Imobilização prolongada: ficar em repouso por longos períodos, especialmente após uma cesárea, pode aumentar o risco de trombose;
- Tabagismo: o hábito de fumar eleva o risco de trombose no pós-parto;
- Doenças cardíacas, pulmonares ou reumatológicas: ter essas condições aumenta o risco de trombose no pós-parto;
- Presença de varizes nas pernas: mulheres com varizes têm maior propensão a desenvolver trombose após o parto.
No nosso blog, temos um artigo sobre pré-natal de alto risco, acesse para entender melhor!
Existe diferença no risco de trombose entre parto normal e cesárea?
Sim, há uma diferença no risco de trombose entre o parto normal e a cesariana.
Durante a gravidez, o risco de trombose aumenta devido a mudanças hormonais e fisiológicas que predispõem à formação de coágulos.
Isso é importante porque impede que a mulher morra de sangramento na hora do parto.
Porém, no pós-parto, quando é ainda mais importante conter esse risco de hemorragia, estes fatores de coagulação estão ainda mais presentes, aumentando o risco de trombose após o nascimento do bebe, comparativamente ao período da gestação.
Especialmente após uma cesariana, esse risco é ainda maior.
A cesariana é um procedimento cirúrgico que, por sua natureza, envolve maior resposta ao trauma cirúrgico e maior imobilização no período pós-operatório, o que pode contribuir para a formação de trombos.
Pesquisas sugerem que a cesariana apresenta um risco duas a quatro vezes maior de trombose em comparação com o parto normal.
Portanto, sempre que possível e seguro para mãe e bebê, o parto normal é preferível, pois está associado a uma menor incidência de complicações tromboembólicas.
Trombose pós parto por cesárea: quais são os sinais?
Os sinais de trombose pós-parto por cesárea podem variar dependendo do local onde o coágulo sanguíneo se forma, mas alguns sintomas comuns incluem:
- Dor e inchaço nas pernas: geralmente, um dos primeiros sinais de trombose venosa profunda (TVP). O inchaço ocorre mais frequentemente em uma das pernas e pode ser acompanhado por dor ou desconforto ao ficar em pé ou caminhar;
- Alteração na coloração da pele: a área afetada pode ficar avermelhada ou arroxeada e apresentar aumento da temperatura local;
- Sensação de peso ou dor na panturrilha: a musculatura da panturrilha pode parecer rígida ou sensível ao toque;
- Falta de ar súbita: caso o coágulo se desloque e atinja os pulmões (embolia pulmonar), a pessoa pode sentir falta de ar, dor no peito que piora ao respirar fundo, aceleração dos batimentos cardíacos ou até desmaios;
- Febre inexplicável: em alguns casos, pode haver febre baixa persistente sem outras causas aparentes.
Ressaltamos que, se uma mulher no período pós-parto apresentar qualquer um desses sinais, é preciso procurar atendimento médico imediatamente.
O inchaço nas pernas que é comum no período da gestação e pós parto costuma ser igual nos dois membros, não costuma ser doloroso e geralmente não se associa a alteração de coloração dos membros afetados, bem diferente do inchaço associado aos eventos trombóticos.
Como realizamos o diagnóstico e tratamento dessa condição?
Baseamos o diagnóstico de trombose no período pós-parto, especialmente após uma cesariana, na avaliação dos sintomas e na confirmação por exames de imagem.
Como vimos acima, os principais sinais clínicos incluem dor, inchaço, vermelhidão e sensação de calor nas pernas.
Então, ao identificar esses sintomas, geralmente solicitamos uma ultrassonografia com doppler para visualizar o fluxo sanguíneo e detectar a presença de coágulos nas veias profundas.
Esse exame é considerado padrão para o diagnóstico de trombose venosa profunda durante a gestação e o puerpério.
Já o tratamento da trombose no pós-parto envolve, principalmente, o uso de anticoagulantes para impedir a progressão do coágulo e prevenir novas formações.
A duração e a dosagem do tratamento dependem da gravidade da condição e das características individuais da paciente.
Além da terapia medicamentosa, costumamos recomendar o uso de meias de compressão e a prática de atividade física leve para melhorar a circulação sanguínea.
Reforçamos que é fundamental que o tratamento seja individualizado e monitorado continuamente para garantir a segurança e a eficácia da terapia.
Trombose pós parto por cesárea: saiba como prevenir
Para prevenir a trombose no período pós-parto, especialmente após uma cesariana, aconselhamos que a paciente adote as seguintes medidas:
Manter uma alimentação equilibrada
Uma dieta saudável contribui para a saúde vascular e geral da mãe, evitando o ganho de peso excessivo na gestação.
Hidratação adequada
Ingerir pelo menos dois litros de água por dia ajuda a manter o sangue menos viscoso, facilitando a circulação.
Praticar exercícios físicos leves a moderados
Movimentar-se regularmente estimula o fluxo sanguíneo e previne a formação de coágulos.
Evitar imobilização prolongada
Evitar ficar sentada ou de pé por longos períodos.
Assim, procure levantar e caminhar periodicamente!
Elevar as pernas diariamente
Deitar-se com as pernas elevadas por 20 a 30 minutos auxilia no retorno venoso.
Uso de meias de compressão
Sob orientação médica, as meias ajudam na circulação e na prevenção de tromboses.
Acompanhamento especializado
Pode ser necessário consultar um angiologista ou cirurgião vascular para orientações personalizadas, incluindo a possível necessidade de medicamentos anticoagulantes.
Além desses cuidados, lembramos que é essencial realizar um
pré-natal completo e manter um acompanhamento regular com a obstetra durante a gestação e o puerpério.
A especialista poderá avaliar fatores de risco individuais e indicará as melhores estratégias de prevenção, garantindo a saúde da mãe e do bebê.
Portanto, agende suas consultas com a obstetra regularmente e siga as orientações médicas para minimizar os riscos de complicações, como a trombose!
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