Abscesso tubo-ovariano: saiba como identificar e tratar

abr. 16, 2024
FALAR VIA WHATSAPP

O abscesso tubo-ovariano é uma condição grave que envolve a formação e acúmulo de pus nas regiões das tubas uterinas e dos ovários e pode estar associado à doença inflamatória pélvica (DIP).

Esta complicação geralmente resulta de infecções não tratadas, por exemplo, aquelas causadas por bactérias sexualmente transmissíveis.


Assim, é essencial procurar atendimento médico especializado se houver suspeita de abscesso tubo-ovariano, pois o diagnóstico precoce e o tratamento adequado são fundamentais para prevenir complicações e promover uma recuperação plena da saúde ginecológica.


O que é o abscesso tubo-ovariano e quais são os sintomas característicos dessa condição nas mulheres?


Inicialmente, precisamos explicar que as tubas uterinas, também conhecidas como trompas de Falópio, são as estruturas do sistema reprodutor feminino que ligam os ovários ao útero. 


A função principal das tubas é facilitar o transporte das células reprodutivas da mulher (óvulos) e do homem (espermatozóides), sendo o local onde ocorre a fecundação.


O abscesso tubo-ovariano é uma complicação séria de uma infecção no aparelho reprodutor que se espalha para as trompas de Falópio e os ovários, resultando na formação de um acúmulo de pus.


Geralmente, essa condição é causada por bactérias sexualmente transmissíveis, como a clamídia e a gonorreia, ou por outras infecções bacterianas.


Os sintomas característicos do abscesso tubo-ovariano nas mulheres incluem:



  • Dor pélvica intensa: a dor pode ser aguda e localizada na região pélvica, podendo irradiar para a parte inferior do abdômen;
  • Febre: o aumento da temperatura corporal é comum devido à resposta inflamatória do corpo à infecção;
  • Dor durante a relação sexual: a atividade sexual pode se tornar dolorosa devido à sensibilidade na área afetada;
  • Alterações no ciclo menstrual: irregularidades menstruais, como sangramento anormal, podem ocorrer;
  • Sintomas gastrointestinais: alguns casos podem apresentar sintomas como náusea, vômito e alterações nos hábitos intestinais;
  • Dor durante a micção: a presença do abscesso pode causar desconforto ao urinar;
  • Corrimentos: a secreção vaginal pode também ter aspecto purulento, com ou sem mau odor. 


doenca-inflamatoria-pelvica-dra-juliana-ribeiro-ginecologista-sao-paulo
doenca-inflamatoria-pelvica-dra-juliana-ribeiro-ginecologista-sao-paulo


O que é a Doença Inflamatória Pélvica?


A Doença Inflamatória Pélvica (DIP) é uma condição que resulta na inflamação dos órgãos reprodutivos superiores femininos, incluindo o útero, as trompas de Falópio (tubas uterinas) e os ovários.


Esta condição, geralmente, é desencadeada por uma infecção bacteriana.


Nesse caso, a infecção se espalha a partir da vagina e do colo do útero para os órgãos internos, provocando inflamação, irritação e danos nos tecidos dos órgãos reprodutivos.


Diversos fatores de risco estão associados à ocorrência da Doença Inflamatória Pélvica, como por exemplo:


  • Envolvimento em relações sexuais não seguras, seja com múltiplos parceiros ou com um parceiro conhecido por ter infecção;
  • Recorrência de vaginose bacteriana, uma condição caracterizada pelo desequilíbrio bacteriano na vagina;
  • Prática de duchas vaginais, o que pode perturbar o equilíbrio natural da flora vaginal;
  • Histórico prévio de doença inflamatória pélvica ou infecções sexualmente transmissíveis, aumentando a vulnerabilidade a recidivas;
  • Inserção recente de dispositivo intrauterino, como um DIU, que pode criar um ambiente propício para infecções.


Se você quer saber mais sobre a doença inflamatória pélvica (DIP), acesse esse artigo em nosso blog!


Como realizamos o diagnóstico de um abscesso tubo-ovariano?


O diagnóstico preciso de um abscesso tubo-ovariano envolve uma avaliação clínica completa, que inclui a compreensão do histórico médico detalhado e exame físico.


Durante a consulta, buscamos compreender os sintomas relatados pela paciente, seu histórico médico e fatores de risco.



Já o exame físico é realizado para avaliar sensibilidade, dor e inchaço na região pélvica.


diagnostico-abcesso-tubo-ovarino-dra-juliana-ribeiro-ginecologista-sao-paulo


Além disso, solicitamos exames de sangue à paciente para verificar marcadores inflamatórios, como a proteína C reativa e a contagem de células brancas do sangue.


Por outro lado, costumamos utilizar os exames de imagem, como ultrassonografia pélvica, tomografia computadorizada ou ressonância magnética, para visualizar os órgãos pélvicos e identificar abscessos e inflamação.


Em casos mais complexos ou quando necessário, a laparoscopia diagnóstica pode ser recomendada. Esse procedimento permite uma visualização direta dos órgãos internos, ajudando a confirmar a presença de abscessos.


Se um abscesso for drenado durante um procedimento, o fluido coletado pode ser enviado para cultura, identificando a bactéria causadora da infecção.


Quais são as opções de tratamento para mulheres diagnosticadas com abscesso tubo-ovariano?


O tratamento para essa condição geralmente envolve o uso de antibióticos para combater a infecção bacteriana.



Esses antibióticos podem ser administrados por via oral ou intravenosa, dependendo da gravidade da condição.


tratamento-abcesso-tubo-ovarino-dra-juliana-ribeiro-ginecologista-sao-paulo


Em casos mais graves, ou quando há acúmulo significativo de pus sem resposta ao tratamento com medicamentos, pode ser necessário realizar procedimentos para drenar o abscesso.


Isso geralmente é feito por meio de aspiração guiada por ultrassonografia, onde uma agulha é usada para retirar o líquido acumulado.


Porém, em situações mais complexas ou quando o tratamento conservador não é suficiente, podemos indicar a cirurgia.


A laparoscopia é uma opção comum, sendo um procedimento minimamente invasivo que permite a remoção do abscesso e a drenagem do pus, e é a última opção nestes casos, somente sendo utilizada quando não há melhora apesar da realização dos tratamentos citados previamente.


É uma cirurgia complexa e que frequentemente requer a retirada da tuba uterina e ou do ovário atingidos, podendo trazer um impacto significativo sobre a fertilidade feminina.


É fundamental que as mulheres sigam as orientações médicas e completem o curso de antibióticos prescrito.


Além disso, recomendamos um repouso adequado para favorecer a recuperação.


Reforçamos também que o acompanhamento médico regular com a ginecologista é essencial para monitorar a eficácia do tratamento e garantir que não haja complicações.


E como medida adicional, todas as parcerias sexuais devem ser aconselhadas a buscar avaliação e tratamento de possíveis infecções, mesmo que não tenham sintomas, para evitar nova transmissão dos agentes infecciosos.


Como as mulheres podem reduzir o risco de desenvolver o abscesso tubo-ovariano?


As mulheres podem adotar várias medidas para reduzir o risco de desenvolver abscesso tubo-ovariano.


Dessa forma, recomendamos os seguintes cuidados:


Testes regulares para ISTs


Mulheres sexualmente ativas devem realizar exames periódicos para detecção de infecções sexualmente transmissíveis, permitindo o diagnóstico precoce e o tratamento adequado, se necessário.


Limitação de parceiros sexuais


Reduzir o número de parceiros sexuais pode diminuir a probabilidade de exposição a ISTs reduzindo, assim, o risco de desenvolver abscesso tubo-ovariano.


Práticas sexuais seguras


O uso consistente de preservativos durante a atividade sexual é imprescindível para prevenir a transmissão de infecções sexualmente transmissíveis, como a clamídia e a gonorreia, que estão associadas ao abscesso tubo-ovariano.


prevencao-abcesso-tubo-ovarino-dra-juliana-ribeiro-ginecologista-sao-paulo


Vacinação


Quando disponível, a vacinação contra ISTs, como o HPV, pode ser uma estratégia adicional para reduzir o risco de infecções e complicações na região íntima.


Para saber mais sobre a vacina do HPV, acesse esse artigo em nosso blog!


Cuidados pós-cirúrgicos


Após cirurgias ginecológicas, seguir rigorosamente as orientações médicas para prevenir infecções é crucial, uma vez que procedimentos cirúrgicos podem aumentar temporariamente o risco.


Higiene íntima adequada


Evitar duchas vaginais, que podem perturbar o equilíbrio natural da flora vaginal, e praticar uma higiene íntima adequada pode ajudar a prevenir infecções.


Além disso, é essencial manter uma comunicação aberta com a ginecologista, realizar regularmente exames ginecológicos e adotar um estilo de vida saudável para reduzir os fatores de risco associados a essa e outras condições.



Em caso de dúvida, agende uma consulta com a especialista em saúde da mulher!


Dra Juliana Ribeiro - Ginecologista em São Paulo

Dra. Juliana Ribeiro

Ginecologia, Obstetrícia e Saúde Feminina


Ginecologista e Obstetra de formação, eu acredito que informação é a maior forma de poder que podemos ter. Como médica, tenho a missão de trazer a vocês o maior número de informações possíveis, a fim de poder ajudá-las a participar ativamente do cuidado da sua saúde.


Acredito que a prevenção é a melhor escolha sempre e que o engajamento da paciente no tratamento é a melhor forma de ele dar certo.

Compartilhe este conteúdo

Sofri violência sexual, o que fazer?
02 mai., 2024
Quer saber como proceder após sofrer uma Violência Sexual? Dra. Juliana Ribeiro é Ginecologista em São Paulo e explica.
Quero engravidar, como devo proceder?
Por Dra Juliana Teixeira Ribeiro 25 abr., 2024
“Quero Engravidar” quais passos devo dar? Dra. Juliana Ribeiro é Ginecologista e Obstetra em São Paulo e fala sobre o tema!
Você quer entender como funcionam os Métodos de Reprodução Assistida? Dra. Juliana Ribeiro é Ginecol
04 abr., 2024
Você quer entender como funcionam os Métodos de Reprodução Assistida? Dra. Juliana Ribeiro é Ginecologista em São Paulo e explica!
Planejamento familiar: qual o momento certo para engravidar?
28 mar., 2024
Você quer saber o que é preciso considerar ao realizar o Planejamento Familiar? Dra. Juliana Ribeiro é Ginecologista em São Paulo e explica!
Extração de tubas uterinas: quando é necessária?
21 mar., 2024
Você quer saber quando a Extração de Tubas Uterinas é indicada e como é feita? Dra. Juliana Ribeiro é Ginecologista em São Paulo e explica!
Fio do DIU entrou no útero, e agora?
14 mar., 2024
Quer saber o que fazer caso o Fio do DIU entre no útero? Dra. Juliana Ribeiro é Ginecologista em São Paulo e fala sobre o tema!
Curetagem uterina: quando é necessária e quais são os riscos?
07 mar., 2024
Quer saber quando é preciso fazer a Curetagem Uterina e se há riscos no procedimento? Dra. Juliana Ribeiro é Ginecologista em São Paulo e explica!
Yoni eggs realmente trazem benefícios para a saúde da mulher?
29 fev., 2024
Você quer saber para que servem os Yoni Eggs e se eles realmente funcionam? Dra. Juliana Ribeiro é Ginecologista em São Paulo e fala sobre o tema!
Controle da endometriose: qual o papel do estilo de vida?
22 fev., 2024
Quer entender como fazer o Controle da Endometriose através do seu estilo de vida? Dra. Juliana Ribeiro é Ginecologista em São Paulo e explica!
Gonorreia: saiba como é feito o diagnóstico e tratamento
15 fev., 2024
Você quer saber como prevenir e diagnosticar a Gonorreia? Dra. Juliana Ribeiro é Ginecologista em São Paulo e explica!
Mais Posts
Share by: