Apojadura: entenda como ocorre a descida do leite materno

12 de agosto de 2025
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A apojadura, também conhecida como “descida do leite”, é um processo natural que marca o início da produção de leite materno nos primeiros dias após o parto,  um momento importante, mas que pode gerar dúvidas e desconfortos para muitas mães.

A chegada do bebê marca o início de uma fase repleta de descobertas, e a amamentação é, sem dúvida, uma das experiências mais intensas desse período.


Assim, compreender o que é a apojadura, como ela acontece e o que esperar nos primeiros dias pode fazer toda a diferença para viver esse momento com mais tranquilidade e segurança.


Neste texto, vamos explicar como se dá esse processo natural, quais sensações podem surgir e quando é hora de buscar o apoio da obstetra.


Acompanhe!


O que é apojadura e por que ela é tão importante no início da amamentação?


A apojadura é o nome dado ao processo fisiológico da “descida” do leite materno.


Trata-se da transição do colostro, um líquido espesso e amarelado que a mulher produz logo após o parto, para o leite maduro, mais branco e fluido.


Aqui, é importante salientar que o colostro é rico em proteínas, anticorpos e fatores imunológicos, fundamental para proteger o recém-nascido contra infecções e ajudar na adaptação do sistema digestivo do bebê. 


Embora a apojadura nos primeiros dias ainda não tenha ocorrido, o colostro é suficiente para nutrir o bebê nesse período inicial.


Portanto, é importante que as mães saibam que, mesmo sem a produção abundante de leite nos primeiros dias, o bebê está recebendo tudo o que precisa para começar a vida de forma saudável.


Ainda assim, a apojadura é bastante relevante, pois indica que o corpo da mulher está respondendo de forma adequada às mudanças hormonais do pós-parto e ao estímulo da mamada.


Ela sinaliza o início do fornecimento de leite em maior volume, o que ajuda a atender às necessidades nutricionais crescentes do recém-nascido.


Esse fenômeno é desencadeado por uma queda brusca nos níveis de progesterona após a saída da placenta, o que permite que a prolactina, hormônio responsável pela produção de leite, atue com mais intensidade nas glândulas mamárias.


Ao mesmo tempo, o hormônio ocitocina é liberado em resposta à sucção do bebê, favorecendo a ejeção do leite.


Isso favorece a produção contínua de leite e a manutenção do aleitamento exclusivo nos primeiros seis meses de vida, como recomendado pelo Ministério da Saúde e pela Organização Mundial da Saúde (OMS).


Em quanto tempo a apojadura ocorre? Quais sinais indicam o início da descida do leite materno?


Em geral, a descida do leite materno ocorre entre 48 e 72 horas após o parto, mas esse prazo pode se estender, especialmente em casos de cesárea, parto prematuro ou complicações pós-parto.


Os sinais que indicam que o corpo da mulher está iniciando a produção de leite em maior volume incluem:


  • Mamas mais cheias, firmes e pesadas do que nos primeiros dias;
  • Sensação de formigamento ou calor nos seios, especialmente durante a mamada;
  • Saída de leite espontânea (vazamentos) entre as mamadas;
  • Mudança na aparência do leite, que deixa de ser amarelado e espesso (colostro) e se torna mais branco e fluido;
  • Bebê passando a engolir com mais frequência ao mamar, indicando maior fluxo de leite.


Lembramos que esses sinais variam de mulher para mulher e que a ausência de alguns deles não significa, necessariamente, que o leite não está descendo.


A apojadura é igual para todas as mulheres? É necessário algum estímulo?


A apojadura não é igual para todas as mulheres, pois pode variar em tempo, intensidade e sintomas relacionados.


É importante estar ciente que o processo de descida do leite depende não apenas das mudanças hormonais naturais que ocorrem após o nascimento do bebê, mas também de estímulos externos, principalmente a sucção do recém-nascido.


Embora a queda nos níveis de progesterona e o aumento da prolactina iniciem a produção de leite, a ejeção eficaz e a manutenção da produção dependem diretamente da demanda: quanto mais o bebê mama, mais leite o corpo tende a produzir.


Assim, o estímulo do contato pele a pele logo após o parto, a amamentação na primeira hora de vida e a livre demanda são estratégias que recomendamos para facilitar a apojadura e prevenir atrasos no processo.



No nosso site, temos um guia completo sobre amamentação, acesse para conhecer todas as dicas!


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Por outro lado, mulheres que enfrentam estresse, dor, separação precoce do bebê ou uso de certos medicamentos podem ter a descida do leite retardada ou dificultada.


A descida do leite materno gera desconfortos?


Nos primeiros dias após o parto, é comum que a mulher experimente alguns desconfortos durante a apojadura, período em que o leite começa a ser produzido em maior volume.


Esse processo é natural, mas pode vir acompanhado de sensações físicas incômodas, especialmente se a amamentação ainda não estiver bem estabelecida.


Esses sintomas decorrem, principalmente, do aumento do fluxo sanguíneo nas mamas e do acúmulo de leite, que ainda está se ajustando à demanda do bebê.


Assim, os desconfortos mais comuns relatados pelas puérperas incluem:


  • Sensação de mamas cheias, pesadas ou endurecidas;
  • Calor ou vermelhidão local;
  • Dor ou sensibilidade nos seios;
  • Saída de leite em jatos ou gotejamento espontânea;
  • Febre baixa passageira.


Contudo, é fundamental estar atenta a sinais que indicam possíveis complicações, como dor intensa, vermelhidão e febre persistente, endurecimento excessivo das mamas (ingurgitamento), fissuras nos mamilos ou presença de áreas doloridas que podem evoluir para mastite. 


Ao identificar qualquer um desses alertas, é importante buscar orientação profissional o quanto antes para evitar agravamentos e garantir uma amamentação mais tranquila e saudável.


Quando é a hora de buscar a ajuda da obstetra?


Apesar dos incômodos da descida do leite serem comuns, é importante reconhecer quando esses sinais ultrapassam o que é considerado normal e passam a exigir avaliação da especialista.


Nesse sentido, é fundamental buscar ajuda quando há dor intensa e persistente nas mamas, dificuldade para amamentar, febre alta, vermelhidão localizada acompanhada de calor, calafrios, ou ainda quando o leite não desce após cinco dias do parto.


Esses sintomas podem indicar quadros como ingurgitamento mamário severo, mastite ou problemas na pega do bebê, que precisam ser corrigidos o quanto antes para garantir o sucesso da amamentação.


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Ressaltamos que contar com o acompanhamento da obstetra nesse período é essencial, não apenas para monitorar a saúde física da mãe, mas também para oferecer acolhimento, orientações personalizadas e encaminhamentos quando necessário.


A obstetra pode avaliar as mamas, identificar precocemente qualquer sinal de complicação e orientar para uma adaptação mais tranquila.


Em muitos casos, contar com o apoio de uma consultora de amamentação pode fazer toda a diferença para que esse período seja mais tranquilo e bem-sucedido.


Essa profissional é capacitada para orientar sobre a pega correta, posição do bebê, alívio de desconfortos, prevenção de lesões nos mamilos e até mesmo sobre a rotina de amamentação. 


Além do suporte técnico, a consultora também oferece acolhimento emocional, ajudando a mãe a lidar com dúvidas, inseguranças e desafios comuns no início da jornada. Ter esse acompanhamento desde os primeiros dias pode aumentar as chances de uma amamentação prazerosa, segura e duradoura.


Como lidar com os desconfortos da descida do leite materno?


Para lidar com esses sintomas, algumas ações podem ajudar:



Faça ordenha manual ou com bomba quando necessário


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Se o bebê não conseguir esvaziar as mamas, a ordenha pode aliviar o desconforto e prevenir inflamações.


Evite esvaziar completamente, para não estimular a produção excessiva.


Amamente com frequência, em livre demanda


A melhor forma de aliviar o acúmulo de leite nas mamas é permitir que o bebê mame sempre que quiser.


A sucção frequente ajuda a regular a produção e evita o ingurgitamento mamário.


Garanta a pega correta do bebê


Uma pega adequada facilita a saída do leite, reduz a dor nos mamilos e evita acúmulo.


Aplique compressas mornas antes e frias depois das mamadas


As compressas mornas antes de amamentar ajudam na saída do leite.


Já as compressas frias após as mamadas diminuem o inchaço e a dor.


Descanse e mantenha-se hidratada


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Hidratação e repouso ajudam na produção e liberação do leite.


O estresse e o cansaço podem dificultar a ejeção do leite, já que afetam a liberação da ocitocina, hormônio essencial nesse processo.


É completamente natural que muitas dúvidas surjam durante a amamentação, afinal, esse é um momento novo, cheio de mudanças físicas e emocionais. 


Mas existem estratégias e cuidados que podem tornar esse processo menos impactante e até prazeroso.


Ajustes na posição do bebê, na rotina de mamadas e nos cuidados com os seios já podem trazer muito alívio. 


Buscar ajuda nesse momento, seja com sua obstetra ou consultoras de amamentação, é a melhor alternativa para esclarecer inseguranças, receber orientações adequadas e encontrar caminhos mais leves e eficientes para vivenciar esse vínculo tão especial com o bebê.



Então, se você está nesse momento e sente que precisa de apoio, agende uma consulta com a especialista e garanta o cuidado que você merece nesta fase.


Dra Juliana Ribeiro - Ginecologista em São Paulo

Dra. Juliana Ribeiro

Ginecologia, Obstetrícia e Saúde Feminina


Ginecologista e Obstetra de formação, eu acredito que informação é a maior forma de poder que podemos ter. Como médica, tenho a missão de trazer a vocês o maior número de informações possíveis, a fim de poder ajudá-las a participar ativamente do cuidado da sua saúde.


Acredito que a prevenção é a melhor escolha sempre e que o engajamento da paciente no tratamento é a melhor forma de ele dar certo.

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