Mastite: como proceder?

9 de setembro de 2025
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A mastite é uma inflamação nas mamas que pode surgir durante a amamentação, causando dor, inchaço, vermelhidão e até febre.

Apesar de ser relativamente comum no puerpério, especialmente nas primeiras semanas após o parto, muitas mulheres não sabem como agir diante dos primeiros sinais ou têm dúvidas se devem continuar amamentando.


Dessa forma, entender o que causa a mastite, como preveni-la e qual o tratamento mais indicado é importante para garantir o bem-estar da mãe e a continuidade da amamentação.


Neste conteúdo, você vai descobrir como proceder diante desse quadro com segurança e quando é hora de procurar ajuda especializada.

Continue a ler para saber mais!


O que é mastite e por que ela ocorre?


A mastite é uma inflamação do tecido mamário que pode ou não estar associada a uma infecção, sendo mais comum em mulheres que estão amamentando, principalmente nas primeiras semanas pós-parto.


De acordo com a Sociedade Brasileira de Pediatria (SBP), essa condição geralmente ocorre quando há acúmulo de leite nas mamas (chamado estase láctea), o que pode provocar irritação local e abrir espaço para a entrada de bactérias através de fissuras nos mamilos.

Existem dois tipos principais de mastite:


Mastite não infecciosa (ou congestiva)


Ocorre principalmente nas primeiras semanas após o parto, quando há acúmulo de leite nas mamas.


Os sintomas incluem dor, inchaço e vermelhidão, mas sem sinais claros de infecção (como febre alta ou secreção purulenta).

Mastite infecciosa


Acontece quando bactérias (geralmente Staphylococcus aureus) entram no tecido mamário por meio de fissuras nos mamilos.

Pode surgir como uma complicação da mastite congestiva.


Os sintomas incluem febre, calafrios, dor intensa e vermelhidão localizada com possível secreção purulenta.


Quais são os fatores de risco para desenvolver mastite durante a amamentação?


Diversos fatores aumentam o risco de a mulher desenvolver mastite enquanto amamenta, como por exemplo:


  • Esvaziamento incompleto das mamas: quando o leite não é totalmente drenado durante as mamadas, pode haver acúmulo de leite, o que favorece a inflamação dos ductos mamários e a proliferação bacteriana;
  • Pega incorreta do bebê ao mamar: uma sucção inadequada dificulta a saída eficiente do leite e pode provocar fissuras nos mamilos, facilitando a entrada de bactérias;
  • Fissuras ou rachaduras nos mamilos: são portas de entrada para bactérias que vivem naturalmente na pele ou na boca do bebê, o que pode levar a uma mastite infecciosa;
  • Intervalos longos entre as mamadas: espaçamentos grandes ou a interrupção súbita da amamentação aumentam o risco de acúmulo de leite e inflamação;
  • Estresse e fadiga materna: o cansaço extremo pode comprometer a imunidade da mãe e dificultar a amamentação, contribuindo para o desenvolvimento da mastite;
  • Histórico anterior de mastite: mulheres que já tiveram o quadro têm maior predisposição a novos episódios;
  • Pressão local sobre a mama: uso de sutiãs apertados ou dormir de bruços pode comprimir os ductos mamários e dificultar a drenagem adequada do leite;
  • Uso inadequado de bombas tira-leite: bombear de forma agressiva ou com equipamento mal ajustado pode machucar o tecido mamário, causar traumas e inflamações.



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Como reconhecer os sinais desta condição?


Podemos reconhecer a mastite por meio desses sintomas:


  • Dor localizada na mama: a dor costuma ser intensa e concentrada em uma área específica da mama, podendo se agravar durante a amamentação ou ao toque;
  • Inchaço e endurecimento da mama: a região afetada pode ficar visivelmente aumentada, tensa e com sensação de nódulo ou massa endurecida, causada pelo acúmulo de leite e pela inflamação;
  • Vermelhidão em uma parte da mama: é comum o aparecimento de manchas avermelhadas, geralmente em formato triangular ou irregular, sinalizando a área inflamada;
  • Febre: a temperatura corporal pode subir acima de 38,5°C, o que indica que pode haver infecção bacteriana associada à inflamação;
  • Calafrios e mal-estar geral: muitas mulheres descrevem sintomas semelhantes aos de uma gripe forte, como dores no corpo, cansaço extremo e sensação de fraqueza;
  • Sensação de calor na região afetada: a pele da mama pode ficar quente ao toque, como reflexo da resposta inflamatória local;
  • Secreção purulenta pelo mamilo: em casos mais graves e com infecção avançada, pode haver saída de pus ou secreção com odor desagradável;
  • Dificuldade para amamentar: além da dor, o inchaço pode dificultar a pega correta do bebê e reduzir temporariamente a produção de leite naquele lado.


Posso continuar amamentando durante uma crise de mastite?


Ao notar os sinais, a primeira recomendação é continuar amamentando com frequência, inclusive na mama afetada, exceto se a mulher observar saída de pus pelo mamilo.


Apesar do desconforto, manter a amamentação ajuda a esvaziar os ductos mamários, o que é fundamental para a melhora do quadro.



O leite materno não oferece riscos ao bebê mesmo nos casos de mastite infecciosa, e o esvaziamento adequado da mama é um dos pilares do tratamento.


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Além disso, pode-se aplicar compressas mornas antes das mamadas para facilitar a saída do leite e compressas frias após as mamadas para reduzir a inflamação e aliviar a dor. Atenção à temperatura e tempo de aplicação, pois pode haver queimaduras pelo frio ou calor excessivos ou ainda mais estímulo ao aumento da produção do leite devido à vasodilatação induzida pelo calor. 


A mãe também deve garantir repouso sempre que possível, manter uma boa hidratação e corrigir possíveis problemas na pega do bebê com a ajuda de profissionais.


No nosso blog, temos um artigo com dicas para lidar com as dificuldades da amamentação, acesse para conhecer!


Entretanto, se os sintomas não melhorarem em 24 a 48 horas ou se houver piora, como febre persistente e aumento da dor, é fundamental procurar a obstetra, que poderá avaliar a necessidade do uso de antibióticos compatíveis com a amamentação.


Há formas de prevenir a mastite?


Sim, há formas eficazes de prevenir a mastite, especialmente durante o período da amamentação.


Confira abaixo as principais estratégias:


Assegurar a pega correta do bebê


A pega adequada permite que o bebê esvazie bem a mama, o que evita a estase do leite.


Mamas cheias por muito tempo favorecem a inflamação e a infecção.


Amamentar com frequência e sob livre demanda


Oferecer o peito sempre que o bebê quiser mamar evita o acúmulo de leite nos ductos mamários.


Intervalos longos entre as mamadas aumentam o risco de obstruções e mastite.


Variar as posições de amamentação


Mudanças na posição do bebê durante as mamadas ajudam a drenar diferentes áreas da mama, prevenindo o acúmulo de leite em regiões específicas.


Evitar pressão sobre os seios


Roupas apertadas, sutiãs com aro rígido ou até dormir de bruços podem comprimir os ductos mamários e dificultar o esvaziamento adequado das mamas.


Tratar prontamente fissuras nos mamilos


Fissuras podem ser porta de entrada para bactérias.


Corrigir a pega e manter a região arejada e hidratada são atitudes importantes para evitar infecções.


Esvaziar completamente as mamas


Se o bebê não mamar o suficiente, pode-se usar a ordenha manual ou com bomba apropriada para completar a retirada do leite, especialmente em casos de excesso de produção.


Cuidar da própria saúde física e emocional


O estresse e a exaustão materna comprometem o sistema imunológico e dificultam a adaptação à amamentação.



Portanto, descanso, alimentação equilibrada e apoio são indispensáveis!


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Quais complicações podem ocorrer se a mastite não for tratada?


Uma das principais consequências da mastite não tratada é o desenvolvimento de um abscesso mamário, que ocorre quando a infecção se aprofunda e forma uma coleção de pus na mama, sendo muitas vezes necessário realizar drenagem cirúrgica.


Além disso, a dor intensa, a febre persistente e o mal-estar geral podem comprometer a continuidade da amamentação e levar ao desmame precoce, o que impacta tanto a saúde do bebê quanto o vínculo entre mãe e filho.


Em casos mais graves, a infecção pode se espalhar para a corrente sanguínea, causando uma condição chamada sepse, que é bastante grave.


Por isso, é fundamental contar com o acompanhamento da obstetra não apenas durante a gestação, mas também no puerpério, fase em que o corpo ainda está em recuperação e mais vulnerável a essas alterações.


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O apoio especializado ajuda a prevenir a mastite com orientações corretas sobre amamentação, além de permitir o diagnóstico precoce ao menor sinal de desconforto.



Então, em caso de dúvida, agende uma consulta com a especialista e conte com nosso acompanhamento em todas as fases da maternidade!


Dra Juliana Ribeiro - Ginecologista em São Paulo

Dra. Juliana Ribeiro

Ginecologia, Obstetrícia e Saúde Feminina


Ginecologista e Obstetra de formação, eu acredito que informação é a maior forma de poder que podemos ter. Como médica, tenho a missão de trazer a vocês o maior número de informações possíveis, a fim de poder ajudá-las a participar ativamente do cuidado da sua saúde.


Acredito que a prevenção é a melhor escolha sempre e que o engajamento da paciente no tratamento é a melhor forma de ele dar certo.

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