O traumatismo uterino refere-se a lesões que afetam o útero, podendo surgir por diferentes razões e em variados contextos.
Essa condição pode resultar tanto de procedimentos médicos, como cirurgias ginecológicas, quanto de traumas físicos externos, incluindo acidentes ou violência.
Além disso, fatores como partos complicados e infecções severas também contribuem para o risco de dano ao útero.
Essa condição é especialmente importante, já que o útero tem um papel fundamental tanto na reprodução quanto no bem-estar geral da mulher.
Assim, compreender as principais causas do traumatismo uterino é essencial para prevenir complicações graves e garantir intervenções apropriadas.
O que é o traumatismo uterino e quais são as principais causas?
O traumatismo uterino refere-se a lesões no útero, que podem ocorrer devido a uma variedade de fatores e situações.
Esta condição pode comprometer a integridade do órgão e, em casos graves, afetar a saúde reprodutiva da mulher.
Assim, entre as principais causas do traumatismo uterino, destacamos:
- Procedimentos cirúrgicos: intervenções como cesarianas, curetagens, remoção de miomas uterinos, histeroscopia diagnóstica ou histeroscopia cirúrgica podem causar lesões no útero, especialmente se não forem realizadas com o devido cuidado;
- Perfuração uterina: a perfuração pode ocorrer durante procedimentos, como curetagem uterina ou colocação de dispositivo intrauterino (DIU), quando o instrumento usado acidentalmente perfura a parede do útero;
- Traumas físicos externos: impactos fortes na região abdominal, como em acidentes de trânsito, quedas ou violência física, podem causar lesões ao útero, ainda mais durante a gravidez;
- Complicações durante o aborto: abortos mal realizados, em contextos inseguros ou sem acompanhamento médico adequado, podem resultar em perfuração ou outras lesões graves no útero;
- Parto vaginal complicado: durante o parto normal, especialmente em casos de trabalho de parto prolongado ou uso excessivo de força, o útero pode sofrer lesões. Isso pode ocorrer, por exemplo, em casos de uso de fórceps ou outros instrumentos de assistência.

Quais são os principais sintomas dessa condição?
Confira abaixo os sintomas mais comuns associados a essa condição:
- Dor abdominal ou pélvica intensa: a dor geralmente surge imediatamente após o trauma ou procedimento;
- Sangramento vaginal anormal: sangramentos fora do período menstrual podem indicar lesões no útero;
- Tontura ou desmaio: perfurações uterinas graves podem causar hemorragia interna, o que leva a perda de sangue, causando sintomas como tontura, fraqueza ou até desmaios;
- Distensão ou inchaço abdominal: um acúmulo de sangue ou fluido dentro da cavidade abdominal devido a uma lesão uterina pode causar inchaço ou distensão no abdômen;
- Dificuldade para urinar ou evacuar: isso ocorre, pois traumatismos mais severos podem afetar órgãos próximos, como a bexiga ou o intestino;
- Alterações nos sinais vitais: em casos graves de hemorragia interna, os sinais vitais podem sofrer alterações. Por exemplo, a frequência cardíaca pode aumentar e a pressão arterial pode cair;
- Dor no sexo: após um traumatismo uterino, pode ocorrer dor durante a penetração, especialmente se houver cicatrizes ou inflamação no útero;
- Sinais de infecção: em alguns casos, pode ocorrer febre, calafrios e mal-estar geral devido a uma infecção subsequente ao traumatismo, especialmente se houver perfuração uterina ou retenção de material no interior do útero.

Como realizamos o diagnóstico?
Inicialmente, consideramos a história clínica da paciente, se há antecedentes de procedimentos cirúrgicos no útero e os sintomas relatados.
Além disso, utilizamos exames de imagem, como a ultrassonografia, para avaliar a integridade do útero e identificar a presença de fluido livre na cavidade abdominal, o que pode indicar uma hemorragia interna.
Esse exame também é importante para monitorar o estado do feto durante a gestação, caso a lesão ocorra nesse contexto.
Em situações mais complexas ou quando há suspeita de trauma envolvendo outros órgãos, podemos utilizar a tomografia para uma avaliação mais detalhada.

Entretanto, quando há suspeita de uma rotura uterina grave, geralmente fazemos a confirmação por meio de uma laparotomia exploratória.
Esse procedimento cirúrgico permite uma visualização direta do útero e da extensão da lesão.
Assim, a laparotomia não só diagnostica a condição, mas também possibilita o tratamento imediato, especialmente em casos de hemorragia interna ou comprometimento fetal.
Como realizamos o tratamento do trauma uterino?
O tratamento do traumatismo uterino depende da gravidade da lesão e das condições associadas, como a presença de hemorragia interna ou danos a outros órgãos.
Geralmente, é possível incluir abordagens conservadoras ou intervenções cirúrgicas, dependendo do quadro clínico.
Em casos leves, como pequenas perfurações, o tratamento pode envolver apenas o monitoramento da paciente e a administração de medicamentos para controlar a dor e evitar infecções.
Já em situações mais graves, como ruptura uterina, o tratamento costuma ser mais invasivo.
Assim, a laparotomia é necessária para visualizar e reparar diretamente o útero.
Dependendo da extensão da lesão, pode ser preciso realizar a sutura do útero ou, em casos graves, uma histerectomia (remoção total ou parcial do útero).
Além disso, em casos de hemorragia, pode ser necessário realizarmos uma transfusão de sangue e estabilizar a paciente com líquidos intravenosos.
Por fim, se o traumatismo ocorrer durante a gravidez, a decisão sobre o parto do bebê também deve ser tomada rapidamente.
Nesse caso, geralmente a cesariana de emergência é a melhor opção para preservar a vida da mãe e do feto.
Como a mulher pode prevenir o traumatismo uterino?
A prevenção do traumatismo uterino envolve uma série de medidas que podem ser tomadas tanto em contextos médicos quanto na vida cotidiana, entenda a seguir:
Realização de procedimentos médicos com responsabilidade
Durante intervenções, como curetagens, cesarianas ou a colocação de dispositivos intrauterinos (DIUs), é essencial que a ginecologista tenha experiência e adote práticas rigorosas para evitar perfurações ou danos ao útero.
É importante escolher profissionais com formação adequada e devidamente registrados nos órgãos competentes, como o CRM e associações de especialidade.
Supervisão e controle de partos complicados
Para mulheres que passaram por parto cesariana ou tiveram complicações no momento de conceber, o monitoramento constante e o planejamento adequado de um novo parto são essenciais.
Além disso, evitar o uso excessivo de medicamentos que estimulam as contrações pode prevenir sobrecarga ou lesão no útero.
Acompanhamento adequado durante a gravidez
Mulheres com histórico de cirurgias uterinas, como miomectomias, devem ser acompanhadas de perto durante a gravidez, principalmente no terceiro trimestre.

A decisão de realizar um parto cesariano em vez de tentar o parto vaginal pode ser tomada para evitar a ruptura uterina.
No nosso blog, temos um artigo sobre as vantagens e as desvantagens do parto natural ou cesariana, acesse para saber mais!
Evitar traumas físicos
Mulheres grávidas devem evitar atividades de risco que possam resultar em traumas físicos diretos ao abdômen.
Em casos de acidentes ou quedas, a avaliação médica imediata é importante para garantir que não haja lesões internas, incluindo danos ao útero.
Reforçamos que a prevenção e o tratamento do traumatismo uterino são fundamentais para garantir a saúde reprodutiva e o bem-estar da mulher.
Por isso, consultar regularmente a ginecologista é essencial, pois ela pode orientar sobre os cuidados necessários, identificar riscos em potencial e garantir que qualquer procedimento seja feito com segurança.
Ademais, o acompanhamento ginecológico, especialmente para mulheres que passaram por intervenções no útero ou estão grávidas, é indispensável para evitar complicações e garantir que a saúde uterina esteja em boas condições.
Portanto, se você tem histórico de cirurgias, dores inexplicadas ou está planejando uma gravidez, marque uma consulta a especialista em saúde da mulher agora mesmo!
Compartilhe este conteúdo